Autor Tópico: Chegou minha X-H1!  (Lida 3453 vezes)

felipemendes

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Online: 02 de Novembro de 2019, 18:39:19
Chegou minha X-H1!

Ainda não pude testar tudo (falta foco rápido em esportes), mas já testei várias coisas, e até um teste involuntário (mais sobre isso adiante).

Gostei:
Ergonomia e tamanho: Eu usava uma X-E2, e não sentia muita falta, até pegar esta câmera. É excelente ter o grip de novo. A posição da maioria dos botões é bem intuitiva pra mim na câmera, mas a posição do Q não ficou legal pra mim. Várias vezes esbarro nele. O botão de disparo do grip também é acionado involuntariamente às vezes. Estranho que o botão Q é rebaixado no grip, pra evitar ser apertado involuntariamente, mas no corpo da câmera, não. Mas estes são problemas menores. 
IMG_20191101_155439 by Felipe Mendes, no Flickr

A interface é parecida com a de todas as Fuji anteriores, mas podem ser acionadas pelo D-Pad ou pelo joystick. As opções do menu Q podem ser acessadas pelo D-Pad e joystick junto com a roda traseira, ou pela tela de toque. Como não tem botões de zoom, agora a rodinha traseira também atua como botão de zoom, além do "pinch to zoom" da tela de toque.

No modo de visualização, uma coisa que acho que deveria ser diferente são os controles. Quando olhando uma imagem em zoom, D-pad, joystick e tela navegam na foto. Seria mais inteligente (na minha opinião) usar um dos controles pra navegar na foto e outro pra mudar de foto, mesmo em zoom. Pra mudar de foto, tem que visualizar a foto inteira. EDIT: a rodinha da frente muda de foto, e a rodinha de trás faz o zoom. Legal.

O Eye focus funciona! Não sempre, mas mais frequentemente que eu esperava. Mesmo na penumbra, reconheceu o rosto do meu filho. Note que o rosto dele está iluminado quase que só pelo celular. Não parece, mas estava bem escuro nesta foto.
DSCF8825 by Felipe Mendes, no Flickr
IBIS: Note que esta foto foi em 1/4s. Consegui fazer cerca de metade das fotos sem tremer em 1/2 e lente 35mm, mais lento que isso, já é testar a sorte. Já em 1/8 e mais rápido, todas as fotos saíram sem tremer. Uma coisa estranha no IBIS é que a câmera fica emitindo um zumbido quando fotografo, esteja o IBIS ligado ou desligado. É bem baixo, só consigo ouvir em ambientes silenciosos. Segundo pesquisei, o mesmo sistema que move o sensor quando o IBIS está ligado faz o sensor ficar parado quando o IBIS está desligado. Faz sentido. Quando estou vendo as fotos, o ruído para.

Ainda sobre a foto acima, foi tirada em ISO 12800. Achei excelente. Clicando na foto, tem como ver em 100%. De perto, tem ruído, mas pro meu uso está excelente.

Mais uma foto tirada em 0.5 segundo de exposição:

DSCF8766 by Felipe Mendes, no Flickr
Ainda não testei o foco contínuo pra saber se é rápido. Tentei testar hoje, mas estava frio e a vi bem poucos ciclistas. Mas no modo Single, a câmera foca bem rápido.
O EVF também tem uma diferença absurda pro da X-E2. Usando uma lente 7-artisans manual que eu tenho aqui, sempre achei que a lente não fosse lá essas coisas, porque nunca consegui acertar o foco. Com a X-H1, não só consegui como ainda nem foi tão difícil.

Nem tudo são flores. Tem umas coisas que não curti, embora sejam pouco relevantes na maioria:
A câmera tem dois modos: normal e boost. No modo boost, o EVF funciona em uma freqência de atualização maior (além de fazer mais fps). Não seria problema se, depois de alguns segundos, no modo normal o visor não começasse a engasgar. Basta apertar o disparador pela metado, que volta ao normal, mas é um aspecto que não deveria existir. Deixo a câmera direto no modo boost.

Ao ligar o USB, o LCD fica mostrando que está conectado. A tela pequena seria perfeita pra isso, mas não é usado. Gasta bateria à toa. A msg "USB" fica mexendo no LCD, mostrando que houve deliberação sobre o assunto.

O bluetooth vem ligado por padrão. Legal, permite transferência de fotos pro celular imediatamente e geotagging, mas consome muita bateria. Não tem NFC, mas não é um problema. Desliguei o BT e pronto.

Por incrível que pareça não vem cabo USB na câmera!!! Achei que eu tivesse perdido na caixa (o grip e carregador do grip vêm na mesma caixa, um monte de caixinhas dentro da caixona), mas não tem mesmo. Bem estranho.

Falei que eu tinha testado uma coisa involuntária... Pois é.
IMG_20191102_161934 by Felipe Mendes, no Flickr

Quando eu tinha minha primeira X-E2, as crianças derrubaram da mesinha de centro, e ela caiu de quina. Quebrou o EVF, que só mostrava uma nesga de imagem. Na época a solução foi comprar outra, pq não valia a pena o conserto. Pois bem, ontem eu ia testar o desempenho em astrofotografia (M-31 estava no alto do céu) mas, por causa do frio, as pernas do tripé contraíram, ficaram frouxas, uma delas encolheu e deu um tombo na câmera+grip+Nikon 180mm f/2.8+escópio+motor. Todo o conjunto deve pesar uns 6-7 kg, no chão de concreto (pensando bem foi uma sorte não ter caído dentro da piscina). O primeiro impacto foi no escópio, que amassou todo. Ele estava preso na sapata do flash, que também amassou e rachou. Agora o flash fica torto em cima da câmera, mas ainda funciona. Segunda feira vou na assistência técnica saber quanto fica a facada de consertar.
« Última modificação: 02 de Novembro de 2019, 18:46:24 por felipemendes »


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Resposta #1 Online: 02 de Novembro de 2019, 18:45:50
Chegou minha X-H1!

Ainda não pude testar tudo (falta foco rápido em esportes), mas já testei várias coisas, e até um teste involuntário (mais sobre isso adiante).

Gostei:
Ergonomia e tamanho: Eu usava uma X-E2, e não sentia muita falta, até pegar esta câmera. É excelente ter o grip de novo. A posição da maioria dos botões é bem intuitiva pra mim na câmera, mas a posição do Q não ficou legal pra mim. Várias vezes esbarro nele. O botão de disparo do grip também é acionado involuntariamente às vezes. Estranho que o botão Q é rebaixado no grip, pra evitar ser apertado involuntariamente, mas no corpo da câmera, não. Mas estes são problemas menores. 
IMG_20191101_155439 by Felipe Mendes, no Flickr

A interface é parecida com a de todas as Fuji anteriores, mas podem ser acionadas pelo D-Pad ou pelo joystick. As opções do menu Q podem ser acessadas pelo D-Pad e joystick junto com a roda traseira, ou pela tela de toque. Como não tem botões de zoom, agora a rodinha traseira também atua como botão de zoom, além do "pinch to zoom" da tela de toque.

No modo de visualização, uma coisa que acho que deveria ser diferente são os controles. Quando olhando uma imagem em zoom, D-pad, joystick e tela navegam na foto. Seria mais inteligente (na minha opinião) usar um dos controles pra navegar na foto e outro pra mudar de foto, mesmo em zoom. Pra mudar de foto, tem que visualizar a foto inteira.

O Eye focus funciona! Não sempre, mas mais frequentemente que eu esperava. Mesmo na penumbra, reconheceu o rosto do meu filho. Note que o rosto dele está iluminado quase que só pelo celular. Não parece, mas estava bem escuro nesta foto.
DSCF8825 by Felipe Mendes, no Flickr
IBIS: Note que esta foto foi em 1/4s. Consegui fazer cerca de metade das fotos sem tremer em 1/2 e lente 35mm, mais lento que isso, já é testar a sorte. Já em 1/8 e mais rápido, todas as fotos saíram sem tremer. Uma coisa estranha no IBIS é que a câmera fica emitindo um zumbido quando fotografo, esteja o IBIS ligado ou desligado. É bem baixo, só consigo ouvir em ambientes silenciosos. Segundo pesquisei, o mesmo sistema que move o sensor quando o IBIS está ligado faz o sensor ficar parado quando o IBIS está desligado. Faz sentido. Quando estou vendo as fotos, o ruído para.

Ainda sobre a foto acima, foi tirada em ISO 12800. Achei excelente. Clicando na foto, tem como ver em 100%. De perto, tem ruído, mas pro meu uso está excelente.

Mais uma foto tirada em 0.5 segundo de exposição:

DSCF8766 by Felipe Mendes, no Flickr
Ainda não testei o foco contínuo pra saber se é rápido. Tentei testar hoje, mas estava frio e a vi bem poucos ciclistas. Mas no modo Single, a câmera foca bem rápido.
O EVF também tem uma diferença absurda pro da X-E2. Usando uma lente 7-artisans manual que eu tenho aqui, sempre achei que a lente não fosse lá essas coisas, porque nunca consegui acertar o foco. Com a X-H1, não só consegui como ainda nem foi tão difícil.

Nem tudo são flores. Tem umas coisas que não curti, embora sejam pouco relevantes na maioria:
A câmera tem dois modos: normal e boost. No modo boost, o EVF funciona em uma freqência de atualização maior (além de fazer mais fps). Não seria problema se, depois de alguns segundos, no modo normal o visor não começasse a engasgar. Basta apertar o disparador pela metado, que volta ao normal, mas é um aspecto que não deveria existir. Deixo a câmera direto no modo boost.

Ao ligar o USB, o LCD fica mostrando que está conectado. A tela pequena seria perfeita pra isso, mas não é usado. Gasta bateria à toa. A msg "USB" fica mexendo no LCD, mostrando que houve deliberação sobre o assunto.

O bluetooth vem ligado por padrão. Legal, permite transferência de fotos pro celular imediatamente e geotagging, mas consome muita bateria. Não tem NFC, mas não é um problema. Desliguei o BT e pronto.

Por incrível que pareça não vem cabo USB na câmera!!! Achei que eu tivesse perdido na caixa (o grip e carregador do grip vêm na mesma caixa, um monte de caixinhas dentro da caixona), mas não tem mesmo. Bem estranho.

Falei que eu tinha testado uma coisa involuntária... Pois é.
IMG_20191102_161934 by Felipe Mendes, no Flickr

Quando eu tinha minha primeira X-E2, as crianças derrubaram da mesinha de centro, e ela caiu de quina. Quebrou o EVF, que só mostrava uma nesga de imagem. Na época a solução foi comprar outra, pq não valia a pena o conserto. Pois bem, ontem eu ia testar o desempenho em astrofotografia (M-31 estava no alto do céu) mas, por causa do frio, as pernas do tripé contraíram, ficaram frouxas, uma delas encolheu e deu um tombo na câmera+grip+Nikon 180mm f/2.8+escópio+motor. Todo o conjunto deve pesar uns 6-7 kg, no chão de concreto (pensando bem foi uma sorte não ter caído dentro da piscina). O primeiro impacto foi no escópio, que amassou todo. Ele estava preso na sapata do flash, que também amassou e rachou. Agora o flash fica torto em cima da câmera, mas ainda funciona. Segunda feira vou na assistência técnica saber quanto fica a facada de consertar.
Poxa! Que pena!


Sobre a sensibilidade do botão shutter, você pode mandar regular na assistência.

Sobre o foco pra esportes, precisa de lente mais rápida, eu já usei algumas vezes a T2.

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Lucas M. Dias

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Resposta #2 Online: 02 de Novembro de 2019, 20:26:58
Bela aquisição!

Uma pena ter se acidentado, mas é bom que agora vc vai usar e abusar dela sem medo e sem frescura hahaha

Pensando em todo o equipamento que estava usando foi sorte não ter sido nada pior...


Helena Bsb

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Resposta #3 Online: 05 de Novembro de 2019, 20:17:10
(...)

O Eye focus funciona! Não sempre, mas mais frequentemente que eu esperava. Mesmo na penumbra, reconheceu o rosto do meu filho. Note que o rosto dele está iluminado quase que só pelo celular. Não parece, mas estava bem escuro nesta foto.


Opaaaa, foca bem no escuro... gostei... rsrs.


cxpostal

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Resposta #4 Online: 05 de Novembro de 2019, 22:29:15
Chegou minha X-H1!
<...>
Segunda feira vou na assistência técnica saber quanto fica a facada de consertar.
<...>

Taí o gancho para o T1E2.

Episódio 1 da temporada com bom conteúdo e muito bem escrito Felipe. Esperando a continuacao no episódio E2.
Carlos

"Quem descreve nao é dono do assunto, mas quem inventa é."  --Manoel de barros
https://www.instagram.com/reel/C3tJeUkR_jR/?igsh=MWZ4eGJ4NTl0bWJ4MQ==   --ariano suassuna


felipemendes

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Resposta #5 Online: 09 de Novembro de 2019, 14:50:22
Continuando, após pouco mais de uma semana de uso:

Tenho gostado muito da câmera. Rápida e silenciosa, o som do obturador é uma delícia, quando pode ser ouvido, de tão silencioso que é. O botão de disparo foi criticado por muita gente, mas entendo que, por ser um pouco mais voltada a vídeo, esta tenha sido uma escolha consciente da Fuji. Estranhei um pouco no início, mas já acostumei.

Falando em filmagem, achei os vídeos bem fluidos. Esse aqui apresenta uns solavancos, mas o problema é no player do Youtube. Note que a camisa dele tem listras fininhas, e não apresenta artefatos. O som é direto da câmera, sem edição:

Mas a câmera tem umas instabilidades. No primeiro evento em que usei ela, justo na hora de tirar uma foto com um grupo grande, a câmera congelou, não obedecendo nem ao botão de liga/desliga. Tive que tirar as baterias, o que significa ter que tirar o grip antes... Mas só aconteceu uma vez até agora. Outra vez, fui fazer uma filmagem usando a Rokinon 12mm f/2, e a estabilização deu problema, ficando a imagem instável mesmo quando eu estava com as mãos paradas. Troquei de lente pela 18mm da Fuji, troquei de volta e o problema parou. Estou pensando em formatar a câmera e fazer novo flash do firmware. A câmera já veio com a mais recente revisão de firmware do momento, 2.01.

O foco no olho tem sido quase que só alegria. Pra ficar perfeito, precisava reconhecer os olhos dos meus cachorros. Mas pra gente funciona bem melhor que eu esperava.



Por falar em foco, alguém que tenha uma câmera mais recente da Fuji pode me esclarecer uma dúvida. Olhando o sensor, tem uma área quadrada no meio dele:



Imagino que seja normal, mas isso aí são os sensores de foco? Ela foca também fora dessa área, mas imagino que os sensores de fase sejam esses visíveis aí.

Quando tiver mais novidades eu atualizo o tópico.



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Resposta #6 Online: 09 de Novembro de 2019, 14:55:16
Continuando, após pouco mais de uma semana de uso:

Tenho gostado muito da câmera. Rápida e silenciosa, o som do obturador é uma delícia, quando pode ser ouvido, de tão silencioso que é. O botão de disparo foi criticado por muita gente, mas entendo que, por ser um pouco mais voltada a vídeo, esta tenha sido uma escolha consciente da Fuji. Estranhei um pouco no início, mas já acostumei.

Falando em filmagem, achei os vídeos bem fluidos. Esse aqui apresenta uns solavancos, mas o problema é no player do Youtube. Note que a camisa dele tem listras fininhas, e não apresenta artefatos. O som é direto da câmera, sem edição:

Mas a câmera tem umas instabilidades. No primeiro evento em que usei ela, justo na hora de tirar uma foto com um grupo grande, a câmera congelou, não obedecendo nem ao botão de liga/desliga. Tive que tirar as baterias, o que significa ter que tirar o grip antes... Mas só aconteceu uma vez até agora. Outra vez, fui fazer uma filmagem usando a Rokinon 12mm f/2, e a estabilização deu problema, ficando a imagem instável mesmo quando eu estava com as mãos paradas. Troquei de lente pela 18mm da Fuji, troquei de volta e o problema parou. Estou pensando em formatar a câmera e fazer novo flash do firmware. A câmera já veio com a mais recente revisão de firmware do momento, 2.01.

O foco no olho tem sido quase que só alegria. Pra ficar perfeito, precisava reconhecer os olhos dos meus cachorros. Mas pra gente funciona bem melhor que eu esperava.



Por falar em foco, alguém que tenha uma câmera mais recente da Fuji pode me esclarecer uma dúvida. Olhando o sensor, tem uma área quadrada no meio dele:



Imagino que seja normal, mas isso aí são os sensores de foco? Ela foca também fora dessa área, mas imagino que os sensores de fase sejam esses visíveis aí.

Quando tiver mais novidades eu atualizo o tópico.
É assim o sensor.



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felipemendes

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Resposta #7 Online: 16 de Dezembro de 2019, 02:06:52
Eu havia dito em um outro tópico que comprei esta câmera principalmente pra retratos, paisagens e astrofotografia. Depois desse fim de semana, já posso falar um pouco sobre astrofotografia com a X-H1, e com câmeras atuais em geral, porque creio que a coisa nunca foi tão interessante quanto hoje em dia. Partes do que escrevo aqui já foram faladas em outros tópicos, mas é bom ter a visão geral de como funciona.

A primeira coisa, bem básica, é que o desempenho em ISO elevado (eu vou até 1600, semana que vem testo com 800) é bem bom, assim como a recuperação de subexposição em ISO baixo. Isso é bom de se ter, pra recuperar detalhes que não seriam visíveis sem processamento. Mas hoje há muitas câmeras boas nisso. As altas luzes não têm recuperação tão boa, então, se for pra errar, com a X-H1 é melhor errar pra menos exposição.

O fluxo típico de processamento de fotos dos astros seria:
captura em raw > empilhamento e processamento inicial pra tif > processamento final. Mas os resultados do raw processado têm sido tão bons que estou cogitando adicionar um processamento intermediário após a captura. Mas isso não tem muito a ver com o assunto, além de ser pretexto pra mostrar como fica uma exposição única de 20 segundos:


Eu já havia comentado como a bateria desta câmera é atroz no consumo. Isto provavelmente é por causa do IBIS, que funciona mesmo quando está desabilitado, simplesmente mantendo o sensor "flutuando" em uma posição fixa. Por outro lado, a câmera permite ser carregada enquanto é usada, então uma bateria de 10 Ah (10000 mAh) permite usar por cerca de 4 horas consumindo 1/4 da capacidade. Isso usando o LCD o tempo todo. Claro que eu poderia usar o grip com duas baterias, mas os motores que rastreiam os astros têm limite de peso, então quanto menos peso, melhor.

Falando em LCD, acho que aqui está o ganho mais impressionante que observei. Normalmente os objetos de céu profundo são bem difíceis de enxergar, mesmo a olho nu. Pior ainda com um OVF ou EVF escuro. Por isso vários fotógrafos dos astros usam um visor pra facilitar o direcionamento preciso da câmera. Mas o LCD aqui me permitiu claramente ver a nebulosa de Órion, fotografada acima. Não claramente como na foto, mas o suficiente pra ser encontrada. Mais impressionante ainda foi conseguir ver a galáxia Andrômeda (M31). Pra fazer foco, porém, não é tão fácil, pelo menos pra mim, que a idade começa a pesar a visão.

Pra isso, também tem solução! Posso usar um monitor externo, e ter imagem em tempo real da câmera em uma tela maior. Estou começando a considerar um monitor pequeno, alimentado pela mesma bateria que alimenta a câmera.

Ainda sobre o LCD: Tem como configurar a câmera pra disparar tocando o LCD. Isso também é um bom recurso pra evitar que a câmera se mova ao acionar o botão de disparo.

Como este monte de cabos conectados à câmera, pode ser um problema caso um deles fique preso durante o rastreio de astros por um longo tempo. A câmera vem com um acessório que segura os cabos no lugar e tira o peso dos conectores. Creio que estes recursos (carregamento durante o uso, HDMI em tempo real e suporte de cabos) tem a ver mais com uso em vídeo (a Fuji indicou que esta câmera seria voltada a vídeo), mas vêm muito a calhar em astrofoto.

Legal também é que a maioria das câmeras permite uma exposição máxima de 30 segundos, depois disso só existe o B, que exigiria um disparador remoto. Mas a X-H1 permite 40, 50, 60, 2 min, 4 min, 8 min e 15 min de exposição. Teria como usar o smartpohne pra controlar a câmera, mas o app infelizmente ainda não é compatível com Android 10, que estou usando. A solução seria usar um tablet ou celular com versão anterior.

Claro que há uma infinidade de câmeras boas pra este tipo de foto, este tópico foi somente pra mostrar minhas impressões sobre esta câmera específica. Achei o uso dela muito bom pra astrofotografia. Melhor que isso, só se os botões fossem iluminados, como os da Pentax K1 II.

« Última modificação: 16 de Dezembro de 2019, 02:20:28 por felipemendes »


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Resposta #8 Online: 16 de Dezembro de 2019, 05:27:10
Linda foto Felipe, parabens!


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Resposta #9 Online: 16 de Dezembro de 2019, 07:32:57
Eu havia dito em um outro tópico que comprei esta câmera principalmente pra retratos, paisagens e astrofotografia. Depois desse fim de semana, já posso falar um pouco sobre astrofotografia com a X-H1, e com câmeras atuais em geral, porque creio que a coisa nunca foi tão interessante quanto hoje em dia. Partes do que escrevo aqui já foram faladas em outros tópicos, mas é bom ter a visão geral de como funciona.

A primeira coisa, bem básica, é que o desempenho em ISO elevado (eu vou até 1600, semana que vem testo com 800) é bem bom, assim como a recuperação de subexposição em ISO baixo. Isso é bom de se ter, pra recuperar detalhes que não seriam visíveis sem processamento. Mas hoje há muitas câmeras boas nisso. As altas luzes não têm recuperação tão boa, então, se for pra errar, com a X-H1 é melhor errar pra menos exposição.

O fluxo típico de processamento de fotos dos astros seria:
captura em raw > empilhamento e processamento inicial pra tif > processamento final. Mas os resultados do raw processado têm sido tão bons que estou cogitando adicionar um processamento intermediário após a captura. Mas isso não tem muito a ver com o assunto, além de ser pretexto pra mostrar como fica uma exposição única de 20 segundos:


Eu já havia comentado como a bateria desta câmera é atroz no consumo. Isto provavelmente é por causa do IBIS, que funciona mesmo quando está desabilitado, simplesmente mantendo o sensor "flutuando" em uma posição fixa. Por outro lado, a câmera permite ser carregada enquanto é usada, então uma bateria de 10 Ah (10000 mAh) permite usar por cerca de 4 horas consumindo 1/4 da capacidade. Isso usando o LCD o tempo todo. Claro que eu poderia usar o grip com duas baterias, mas os motores que rastreiam os astros têm limite de peso, então quanto menos peso, melhor.

Falando em LCD, acho que aqui está o ganho mais impressionante que observei. Normalmente os objetos de céu profundo são bem difíceis de enxergar, mesmo a olho nu. Pior ainda com um OVF ou EVF escuro. Por isso vários fotógrafos dos astros usam um visor pra facilitar o direcionamento preciso da câmera. Mas o LCD aqui me permitiu claramente ver a nebulosa de Órion, fotografada acima. Não claramente como na foto, mas o suficiente pra ser encontrada. Mais impressionante ainda foi conseguir ver a galáxia Andrômeda (M31). Pra fazer foco, porém, não é tão fácil, pelo menos pra mim, que a idade começa a pesar a visão.

Pra isso, também tem solução! Posso usar um monitor externo, e ter imagem em tempo real da câmera em uma tela maior. Estou começando a considerar um monitor pequeno, alimentado pela mesma bateria que alimenta a câmera.

Ainda sobre o LCD: Tem como configurar a câmera pra disparar tocando o LCD. Isso também é um bom recurso pra evitar que a câmera se mova ao acionar o botão de disparo.

Como este monte de cabos conectados à câmera, pode ser um problema caso um deles fique preso durante o rastreio de astros por um longo tempo. A câmera vem com um acessório que segura os cabos no lugar e tira o peso dos conectores. Creio que estes recursos (carregamento durante o uso, HDMI em tempo real e suporte de cabos) tem a ver mais com uso em vídeo (a Fuji indicou que esta câmera seria voltada a vídeo), mas vêm muito a calhar em astrofoto.

Legal também é que a maioria das câmeras permite uma exposição máxima de 30 segundos, depois disso só existe o B, que exigiria um disparador remoto. Mas a X-H1 permite 40, 50, 60, 2 min, 4 min, 8 min e 15 min de exposição. Teria como usar o smartpohne pra controlar a câmera, mas o app infelizmente ainda não é compatível com Android 10, que estou usando. A solução seria usar um tablet ou celular com versão anterior.

Claro que há uma infinidade de câmeras boas pra este tipo de foto, este tópico foi somente pra mostrar minhas impressões sobre esta câmera específica. Achei o uso dela muito bom pra astrofotografia. Melhor que isso, só se os botões fossem iluminados, como os da Pentax K1 II.
Se você remover a prévia de exposição fica ainda mais fácil para focar no escuro, mesmo pelo EVF. Agora uma dica: O EVF consome mais, então se você só usa o LCD pra fazer as fotos, basta desligar o EVF deixando viewmode em "LCD only".

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Resposta #10 Online: 16 de Dezembro de 2019, 08:08:21
Muito legal esse relato para astro!

Acho que a única coisa que a Fuji poderia ter acrescentado na H1 e que a faria vender um pouco mais é justamente o tracker usando ibis como na Pentax!
Isso seria fantástico!

Agora pq um ISO tão baixo? Fazendo stacking até 6400 é ótimo na E2, na H1 vai tirar de letra!
Em exposição única prefiro manter até 3200


felipemendes

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Resposta #11 Online: 16 de Dezembro de 2019, 13:10:16
Se você remover a prévia de exposição fica ainda mais fácil para focar no escuro, mesmo pelo EVF. Agora uma dica: O EVF consome mais, então se você só usa o LCD pra fazer as fotos, basta desligar o EVF deixando viewmode em "LCD only".

Valeu a dica! Eu acreditava que o EVF consuma mais em modo boost, em que a taxa de atualização fica fixa em 120Hz (ou 140Hz?). De qualquer forma, pra astro o plano é só usar LCD ou monitor externo.

Acho que a única coisa que a Fuji poderia ter acrescentado na H1 e que a faria vender um pouco mais é justamente o tracker usando ibis como na Pentax!
Isso seria fantástico!

Agora pq um ISO tão baixo? Fazendo stacking até 6400 é ótimo na E2, na H1 vai tirar de letra!
Em exposição única prefiro manter até 3200

Em astrofoto eu vejo como o IBIS da H1, apesar de funcionar bem, tem bugs: por vezes (não consegui identificar as condições), ele treme o sensor do nada, aparentemente no início ou fim da exposição. Acontece tanto em shutter mecânico quanto eletrônico, e ocasiona uma imagem limpa, mas com todas as estrelas com um "rabinho". Quanto a esse tracking da Pentax, ele é legal mesmo, mas só pra exposições curtas. Usando lentes longas, o assunto sai do enquadramento em poucos minutos.

Sobre o ISO, o problema passa a ser o estouro das áreas mais claras. O que ficou escuro é facilmente recuperável, mas o que é claro, não. Veja que na minha foto, a parte clara estourou. Já em uma foto melhor exposta e processada, mais detalhes aparecem:


Nesta foto (que não é minha), já há mais detalhes, e ainda assim parece que há um pequeno pedaço estourado. Pra ficar bom de verdade, teria que fazer exposições ainda mais curtas pra pegar todos os detalhes.


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Resposta #12 Online: 16 de Dezembro de 2019, 13:20:44
Valeu a dica! Eu acreditava que o EVF consuma mais em modo boost, em que a taxa de atualização fica fixa em 120Hz (ou 140Hz?). De qualquer forma, pra astro o plano é só usar LCD ou monitor externo.

Em astrofoto eu vejo como o IBIS da H1, apesar de funcionar bem, tem bugs: por vezes (não consegui identificar as condições), ele treme o sensor do nada, aparentemente no início ou fim da exposição. Acontece tanto em shutter mecânico quanto eletrônico, e ocasiona uma imagem limpa, mas com todas as estrelas com um "rabinho". Quanto a esse tracking da Pentax, ele é legal mesmo, mas só pra exposições curtas. Usando lentes longas, o assunto sai do enquadramento em poucos minutos.

Sobre o ISO, o problema passa a ser o estouro das áreas mais claras. O que ficou escuro é facilmente recuperável, mas o que é claro, não. Veja que na minha foto, a parte clara estourou. Já em uma foto melhor exposta e processada, mais detalhes aparecem:


Nesta foto (que não é minha), já há mais detalhes, e ainda assim parece que há um pequeno pedaço estourado. Pra ficar bom de verdade, teria que fazer exposições ainda mais curtas pra pegar todos os detalhes.
Sobre o arrasto, não seria problema da lente ou do cálculo? Está levando em conta no seu cálculo o fato de ser apsc e a questão do ISO,  inclinação?

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Resposta #13 Online: 16 de Dezembro de 2019, 14:12:28
Sobre o arrasto, não seria problema da lente ou do cálculo? Está levando em conta no seu cálculo o fato de ser apsc e a questão do ISO,  inclinação?

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Não entendi sua pergunta... Que arrasto?

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cfcsosa

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Resposta #14 Online: 16 de Dezembro de 2019, 14:16:04
Não entendi sua pergunta... Que arrasto?

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Os rabinhos que você menciona no seu relato podem ser devidos de aberração do tipo "coma" ou mesmo a um leve arrasto na movimentação devido ao cálculo do tempo de exposição.

In optics (especially telescopes), the coma (/ˈkoʊmə/), or comatic aberration, in an optical system refers to aberration inherent to certain optical designs or due to imperfection in the lens or other components that results in off-axis point sources such as stars appearing distorted, appearing to have a tail (coma) like a comet. Specifically, coma is defined as a variation in magnification over the entrance pupil. In refractive or diffractive optical systems, especially those imaging a wide spectral range, coma can be a function of wavelength, in which case it is a form of chromatic aberration.

Me refiro ao "rabinho", meu ponto é que não é do IBIS, mas sim uma característica inerente da lente utilizada.

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« Última modificação: 16 de Dezembro de 2019, 14:18:44 por cfcsosa »