Obrigado pelas fotos da Maureen, Paulo. Admiro profundamente a capacidade dela de sintetizar o espírito de nossas gentes, estabelecendo diálogo entre esse país profundo e suas tradições literárias. Imagine a ousadia de reler Guimarães Rosa, e de fazê-lo com maestria. Mas não só isso, a obra dela é vasta, um estandarte antropológico necessário a quem se propuser a entender alguns traços da nossa aventura histórica. Vejam-na.
Eu preciso exaltar aqui tb a obra de outro pilar da nossas artes visuais; é uma fotógrafa cujo primeiro impacto há alguns anos, fora do país até, me afetou profundamente, estabelecendo uma perene lembrança que reverbera ainda aqui, em mim. Revisitá-la é invariavelmente o deleite impossível de um Brasil que existirá, como na canção de Chico, onde os sonhos são verdade, e a vida não: Claudia Andajur. Gigante, o impacto de sua arte ultrapassa o conteúdo, as narrativas, as ideias, a potência imagética, os signos, e se torna outra coisa, maior, transcendente, VIVA. Claudia também completará, como Maireen, 90 anos em breve.
Vida longa a Maureen Bisilliat e a Claudia Andajur.