Mas, olhando um pouco mais além do produto engraçado, como de fato é, isso mostra como um fabricante tradicional de câmeras fotográficas relativamente bem conceituadas na época das câmeras puramente mecânicas, a Praktica, que sem dúvida herda um pouco da tradição alemã de fabricação de câmeras, até porque é em Dresden, se tornou vítima de um processo dentro do qual não podia competir por não deter tecnologia.
Uma Praktica tradicional, com mount K, eu aceitaria de bom grado. É uma câmera robusta, mais suave que as Zenits, enfim, como corpo dá perfeitamente para o meu feijão-com-arroz. É bem construída.
Mas esse tipo de fabricante, como a prórpia KMZ russa que faz as Zenits, ficou agora alijada do processo. A KMZ faz lentes boas, até hoje derivadas das óticas clássicas (como de resto, quase todas as lentes são assim, adaptações das fórmulas do fim do Século XIX e início do XX). Mas os corpos eletrônicos exigem lentes com CPU, comandos pelo corpo, etc. Então esses fabricantes fazem ótimos produtos, mas de dificílimo uso nos corpos novos.
É impossível usá-los? Não. As lentes Zenitar, Helios, Jupiter, podem ser usadas nos corpos EOS inclusive digitais com adaptador barato e fácil de encontrar. Evidentemente sem autofoco ou regulagem de abertura pela câmera. Mas além disso mesmo a fotometria não funciona completamente. Isso alija tais lentes do verdadeiro mercado, e é uma pena que isso aconteça.
A Praktica aparentemente adotou um caminho de baixa qualidade e baixo preço. Oferecer câmeras para quem não tem nem como julgar o que uma câmera deve fazer mesmo. É uma pena.
Ivan