Eu não tenho muito o costume de comprar fotografias, como arte... Não é usual aqui na minha cidade esse tipo de comércio.
Mas compro, por exemplo, dos fotógrafos que faziam fotos do meu filho na escolinha, batismos, eventos, etc. Sempre o preço pedido, às vezes até pedindo um descontinho, mas sem denegrir a dignidade do fotógrafo em questão.
Teve duas situações que merecem destaque:
Fui visitar meu ex chefe, fotógrafo pioneiro aqui em Maringá, Kenji Ueta. Fui visitá-lo, como sempre fazia, e entre um café e outro, contei pra ele, que sua foto que eu mais admirava era uma que ele fez, de quando a Catedral de Maringá estava finalizando.
Essa foto:
E pedi a ele uma cópia autorizada. Paguei pouco, coisa de R$ 50,00, na impressão 20x30. A foto original era negativo de chapa de vidro, feita com uma Linhoff, se não me engano. O negativo original havia se perdido, só restava uma "matriz" digitalizada, com qualidade bem mediana.
O que mais tem valor nessa foto, contudo, é a dedicatória que ele fez. Se me oferecerem dez mil nessa foto, não entrego a ninguém.
Mas essa foto foi emblemática para mim, porque conta muito da história da cidade, e foi feita por um grande amigo. Ele me contara como havia sido feito para fazer a foto, ele estava a mais de 200m da dita Catedral, e a comunicação era por grandes lenços sendo abanados, rsrsrs.
Esse amigo faleceu agora, 12 de setembro, vitima do covid 19, aos 93 anos.
E teve um caso, esse mostra o quanto muita gente não dá valor no trabalho dos fotógrafos.
Minha sobrinha foi batizada. Eu não poderia ir, pois estava em viagem, etc...
O fotógrafo "da igreja", na situação, um grande amigo, reconheceu meu irmão, se cumprimentaram, etc. De boa. O cara fez as fotos da minha sobrinha.
Cheguei de viagem, lamentei não ter ido ao batismo (tanto pra fotografar quanto pra comer o churras depois) e ouvi: "Hein, o fotógrafo é seu amigo, tenta pedir as fotos lá pra gente"
Ah, mano, fiquei bravo kkkkkkkkkkkkk
Acho que foi uma das vezes em que mais xinguei meu irmão, kkkkkkkkkkkk
Filho da mãe, querendo desmerecer o trabalho do cara desse jeito, querendo as fotos "na amizade". Não tinha como deixar quieto.
O fotógrafo, tão amigo que é, ofereceu os arquivos, sem custo. Falei pra ele "Não esquenta, meu irmão tem condição, vai pagar sim" e fiz questão de que ele comprasse o trampo do cara.
O máximo que rolou, foi um pedir um descontinho mínimo, tipo um arredondamento.