[adrianojsmoreira]

Acho que a grande maioria é contrabando mesmo. Até porque a Receita não tem material humano pra fiscalizar tudo que chega nos portos.

Respondendo a questão: é bem possível que todos os produtos cheguem via porto de Santos e outros portos como o de Paranaguá por exemplo ; e uma boa parte deles vá ao Paraguai. Eu não sou entendido no assunto, mas não teria muita lógica algo chegar em Santos, ir ao Paraguai e só depois se espalhar de novo pra São Paulo. Trabalhei no centro de SP e os chineses alugam prédios residenciais no centro de SP (região da Sé, Luz, Brás, etc) como depósitos (olha a gambiarra). Então acredito que a maioria dessas mercadorias venha da China mesmo , via Porto de Santos.

Falando de produtos oficiais seria interessante saber qual é a lógica dos equipamentos da Canon, por exemplo, já que é a única fabricante a ter representação oficial no Brasil (SOny e Nikon só via contrabando ou sendo roubado pela receita)

Bem lembrado, Cheferson! A loja da Canon sempre foi um mistério pra mim. Desde antes das mirrorless eles já não vendiam câmeras full frame. Me pergunto porque. Por que não vender os corpos de mirrorless? "Ah, mas uma RP com os impostos e nota ia sair 9 mil", mas esse já é o preço do ML e de muitos lojistas.
Não sei até que ponto isso tinha a ver com a fábrica de Manaus que fechou há pouco tempo.

[adrianojsmoreira]

A norma é essa.
Se o país que compra é o Paraguai, o container não pode ser aberto no Brasil.
Chama-se transito aduaneiro de passagem e tem um regime especial.
Pode ser vistoriado no Brasil para fins de prevenção de crime.

Não sabia! Info importante!

[adrianojsmoreira]

Bom... Tem o que diz a norma, e tem o que é feito...

Eu acho que vem de duas maneiras: a primeira, é essa que os caras citaram: container paraguaio fica aberto aqui, e conforme vai vendendo, eles vão pegando.

Mas tem outra situação: a gente compra monte de bugigangas pelo Ali, sem ser taxado. As coisas vêm direto pra cá, e boas.
Muito provável a chinesada da Paulista tenha esse mesmo "serviço", um container tendo o Brasil como destino final, carregado de "elástico de cabelo, pop-it, carrinho, boneca e beyblade".
Se os chinas mentem na declaração da RP do Fernando (só um exemplo kkkkk) porque não mentiriamnum container inteiro?
Logicamente, isso precisa ter a colaboração de fiscais da receita, o que convenhamos, não é impossível... o cara "conferir" o container cheio de "brinquedos", "opa, tá tudo certo".

Sobre meus equipamentos especificamente, tudo devidamente importado do outro lado do Paranazão. 🤷‍♂️😆

Acho muito provável que eles aluguem sim o "frete" dos containers. Uma rápida pesquisa no Youtube e já se encontra aqueles importadores ensinando como reunir algumas pessoas e fretar um container para trazer importados da China. Se as pessoas que nem trabalham com isso têm acesso, imagina os chineses de SP.

[adrianojsmoreira]

Que eu saiba, isso vem de  +-1992.

Foi facilitado que empresas paraguaias abrissem filiais em SP.

Eu me lembro que chegaram muitas.

Por que e para que ?

----

Na época, falavamos que isso ia mudar SP. E mudou.

MOTIVO:
O porto de Santos era o maior da América Latina.

O navio que vem da China buscar grãos, não chega vazio. Ele chega cheio do que a China sabe fazer: eletrônicos.

As mudanças de +-1992, permitiram que este o navio não precisasse mais subir o rio Parará para deixar esses eletrônicos no Paraguai.

Ele os entega para a filial da empresa paraguaia que está em SP.

É por isso que a partir de +-1992, SP passa a ficar "entupida" de eletrônicos à venda.


---

Não vou me ater às questões legais.

O fato é que o comércio de SP muda completamente. Principalmente "nas famosas" Rua Santa Ifigênia e na 25 de Março. Que já existiam mas nem de perto, eram o que são hoje.

Caramba, interessante, Ernesto. Interessante como isso afetou a cidade. Não só a cidade como o restante do Brasil. Muita gente viaja ou compra deles (eletrônicos em geral) pra revender em outras cidades.

[adrianojsmoreira]

Estou achando meio teoria da conspiração essa história de container aberto no Porto, pra ficar fazendo retirada fracionada, correndo o risco de ser pego toda vez....

Mas acho que ainda não respondemos a pergunta inicial.

De onde vem os equipamentos? Direto das fábricas da China e Japão para o Paraguai?

De Taiwan?

Porque o preço com o lucro dos atravessadores e muambeiros é competitivo com a B&H, ou seja, eles compram com preço de fábrica.

Sim, isso também me intriga demais. Como eles conseguem ter um preço competitivo com o valor original do produto.

[cheferson]

Bem interesse

Que eu saiba, isso vem de  +-1992.

Foi facilitado que empresas paraguaias abrissem filiais em SP.

Eu me lembro que chegaram muitas.

Por que e para que ?

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Na época, falavamos que isso ia mudar SP. E mudou.

MOTIVO:
O porto de Santos era o maior da América Latina.

O navio que vem da China buscar grãos, não chega vazio. Ele chega cheio do que a China sabe fazer: eletrônicos.

As mudanças de +-1992, permitiram que este o navio não precisasse mais subir o rio Parará para deixar esses eletrônicos no Paraguai.

Ele os entega para a filial da empresa paraguaia que está em SP.

É por isso que a partir de +-1992, SP passa a ficar "entupida" de eletrônicos à venda.


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Não vou me ater às questões legais.

O fato é que o comércio de SP muda completamente. Principalmente "nas famosas" Rua Santa Ifigênia e na 25 de Março. Que já existiam mas nem de perto, eram o que são hoje.

Bem interessante isso Ernesto. Isso explica muita coisa , e explica também porque tem tanto comerciante chinês no Paraguai e em São Paulo (todos os lugares têm, mas esses tem grande concentração). Se formos pensar é uma estratégia perfeita pois se concentra via Santos/São Paulo capital o fluxo pro restante do Brasil e nas pontas do Paraguai para o Sul do Brasil e os países vizinhos ao Brasil. Não tenho dados e isso é apenas um chute de minha parte, mas essa logística pode ser mais barata para os fabricantes e importadores de eletrônicos em geral.

[Di Torres]

Já tive papos sobre isso com vendedores particulares.

Eles tem três estratégias principais.

1. Paraguai e China (Aliexpress/Alibaba). Acho que todos sabem como funciona.

2. EUA. Uma câmera de U$1000 lá pode ser vendida aqui por até R$9000. Só essa diferença de uma câmera já paga a passagem. Eles compram umas duas ou três câmeras, mais algumas lentes, alguns acessórios, um notebook, um smartphone, revendm tudo aqui depois e praticamente recebem pra viajar. Tendo um CNPJ de fotógrafo te garante passar pela alfândega com vários equipamentos sem problema, e o smartphone e notebook contam como itens pessoais.
Geralmente são vendedores menores que fazem isso, já que não dá pra fazer um estoque muito grande assim.

3. Venda autorizada. O Naka migrou pra esse modelo nos últimos anos.
Basicamente eles legalizam o negócio e recebem o equipamento direto da fabricante com preço de atacado para venderem a varejo.

Creio que lojas utilizem mais os métodos 1 e 3.

[vangelismm]

Naka legalizado até faz sentido as Canon dele terem garantia.

Mas ele continua sem emitir nota fiscal e o pagamento naquele esquema de N contas diferentes e de fornecedores?

Abriu um CNPJ pra receber os produtos mas nunca emite as notas de saída?

[YP]

Naka legalizado até faz sentido as Canon dele terem garantia.

Mas ele continua sem emitir nota fiscal e o pagamento naquele esquema de N contas diferentes e de fornecedores?

Abriu um CNPJ pra receber os produtos mas nunca emite as notas de saída?

Pois é, meio estranho.

Podem ver que as caixas da Canon dele tem aquele adesivo "garantia até tal data" em português.

[AFShalders]

Quando o container chega, ele deveria ir até a fronteira Brasil-Paraguai, entrar no Paraguai, ver se a venda dele é para SP e, se for para SP, trazê-lo de volta ao Brasil.
Mas de alguma forma burocrática, creio que se quebra esse vai-e-vem do container ao pagar os impostos.
Estou falando de produto 100% legalizado mesmo.

É simples verificar isso. Basta ver se, por exemplo, um produto da Canon tem garantia da Canon Brasil, e obviamente uma NF verdadeira.
Pelo número de série a Canon tem o rastreamento da origem. Se foi algo vendido para o mercado Chines ou mesmo dos EUA, a garantia não vale aqui, ficando somente a garantia do "revendedor". E fora isso você pode exigir a 4a via de importação, a prova de uma importação legalizada.

Para mim a origem é tudo. Eu viajo, preciso de NF e de comprovação, e se for produto de roubo com BO e tal ainda pode dar cana.
Não que isso interesse à maioria, obviamente, tem um montão de gente que não dá a mínima a respeito da origem.

[Di Torres]

Naka legalizado até faz sentido as Canon dele terem garantia.

Mas ele continua sem emitir nota fiscal e o pagamento naquele esquema de N contas diferentes e de fornecedores?

Abriu um CNPJ pra receber os produtos mas nunca emite as notas de saída?

Se não me engano ele está oferecendo NF sim.
Lembro de ter feito um orçamento com ele ano passado e ele disse que teria a NF e garantia brasileira.

[AFShalders]

Se não me engano ele está oferecendo NF sim.
Lembro de ter feito um orçamento com ele ano passado e ele disse que teria a NF e garantia brasileira.

Aliás alguém o contato dele ?

[YP]

Se não me engano ele está oferecendo NF sim.
Lembro de ter feito um orçamento com ele ano passado e ele disse que teria a NF e garantia brasileira.

Se oferece NF provavelmente o valor aumenta.

[vangelismm]

Aliás alguém o contato dele ?

Tenho o grupo dele no Telegram.

[Helena Bsb]

Já tive papos sobre isso com vendedores particulares.

Eles tem três estratégias principais.

1. Paraguai e China (Aliexpress/Alibaba). Acho que todos sabem como funciona.

2. EUA. Uma câmera de U$1000 lá pode ser vendida aqui por até R$9000. Só essa diferença de uma câmera já paga a passagem. Eles compram umas duas ou três câmeras, mais algumas lentes, alguns acessórios, um notebook, um smartphone, revendm tudo aqui depois e praticamente recebem pra viajar. Tendo um CNPJ de fotógrafo te garante passar pela alfândega com vários equipamentos sem problema, e o smartphone e notebook contam como itens pessoais.
Geralmente são vendedores menores que fazem isso, já que não dá pra fazer um estoque muito grande assim.

3. Venda autorizada. O Naka migrou pra esse modelo nos últimos anos.
Basicamente eles legalizam o negócio e recebem o equipamento direto da fabricante com preço de atacado para venderem a varejo.

Creio que lojas utilizem mais os métodos 1 e 3.

huuumm, por isso que andei comprando câmera CAnon com Naka com garantia no Brasil.