O debate não é O QUANTO SE CONSEGUE FAZER FOTO BOA com o sistema, e sim, características, situações, momentos, em que o sistema de foco automático das ML se "embanana". Seja comigo, seja com o Ernesto, seja com o youtuber passarinheiro.
Desde essa discussão, usei uma estranha combinação de lente/câmera, e uma bem tradicional. A estranha foi uma Sigma 150-600 Sports junto com um adaptador pra Fujifilm, e a outra combinação (que ainda estou usando) é com a Fujifilm 100-400. Ambas usadas com uma Fuji X-H1, de 2018, portanto uma câmera de 4 anos já.
O que percebi é que o sistema de foco é muito mais dependente de software que no caso das DSLR. Ainda mais, depende do software da câmera, da configuração desta, do software da lente e do adaptador, se usado. São várias variáveis.
Na lente de terceiros com adaptador, por exemplo, o AF-C não funciona de jeito nenhum na minha câmera. Com modelos mais novos, há vários relatos de que funcionam quase tão bem quanto as lentes nativas. Em AF-S, o comportamento é bem diferente das lentes nativas. Este conjunto tende a focar nos objetos à frente do assunto. Ao fotografar um pássaro entre a folhagem, ele tendia a focar no galhinho na frente. Observei que o tamanho do ponto de foco (configuração que não existe nas DSLR)
tendem a fazer o ponto de foco ir pro lugar certo. Não é sempre, mas a tendência é acertar mais.
Pontos maiores (ao contrário do que eu achava) tendem a dar maior precisão em fundos conturbados, tanto em lentes de terceiros quanto originais. O mesmo vale pra pássaros em voo contra um céu homogêneo. Eu achava que era melhor um ponto menor, ou ponto único seriam melhores, mas não são. Nesses casos, tenho tido sucesso usando matriz 3x3. Não testei matriz 5x5.
Falando em fundos conturbados, eu achava que era mais eficiente ter o ponto de foco envolvido pela silhueta do que queremos fotografar. Não é. Melhor envolver o assunto (ou parte do assunto) pelo ponto de foco. Claro, isso se houver contraste entre o assunto e o fundo.
Encontrei alguma situação onde o foco não ia de jeito nenhum? Não. Pode ser necessário focar perto e depois saltar o foco pra onde queremos mas, depois disso, o foco fica bem satisfatoriamente onde queremos. Um exemplo extremo:
No caso, o foco estava no pássaro antes de ele entrar atrás dos galhos, e assim continuou. Fiz toda uma sequência sem soltar o botão da câmera. Poderia ter sido um caso anedótico, "olha como essa foto ficou em foco!", mas essa foto faz parte de uma sequência onde 4 fotos saíram com foco no pássaro, e uma errou um pouco, mas não veio pros galhos na frente.
Concluindo, se eu puder dar uma sugestão pra adequar a câmera ao fotógrafo, é: ajuste o tamanho do ponto de foco. Me parece que um ponto pequeno tende a jogar o foco pra trás. Um ponto no tamanho certo tende a acertar. Um ponto grande demais tende a focar um pouco à frente do que queremos.