Autor Tópico: Desmitificando OBTURADOR X DIAFRAGMA  (Lida 10058 vezes)

rafaelfrota

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Online: 09 de Abril de 2007, 21:08:41
A coisa mais surreal da qual estou me deparando é a dupla obturador x diafragma.  Não sei se minha mentalidade não chega a esse nivel, mas ainda não consegui entender como se lida com esses elementos.
O básico, o teórico, de que o obturador condiciona o tempo de exposição e o diafragma a quantidade de luz.  Até aí tudo bonito.
Mas vamos direto à prática?  
Estou eu lá, num estúdio com luz halógena, a modelo está linda e bela esperando por um click.  De onde raios eu tiro a idéia de que abertura e que velocidade usar?
A única referência que tenho é a fotometragem da câmera.
os amigos podem me explicar e exemplificar como recorrer a esses controles?

Isso já passa de um pedido de ajuda...é um apelo, pois isso ainda está mt abstrato pra mim e nenhum artigio que li me deu subsidios pra tirar essa dúvida.

valeu, gente!


joseazevedo

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Resposta #1 Online: 09 de Abril de 2007, 21:29:10
Regrinhas básic e práticas:

- Quanto maior a abertura (1.8, por exemplo), mais desfocado fica o fundo. Se a modelo tiver olhos lindos, foque nos olhos e a orelha e a ponta do nariz estarão desfocados. Isso se chama foco seletivo.

- Quanto menor a abertura (8.0, por exemplo), menos desfocado fica o fundo. Se for uma foto de moda onde haja a necessidade de se mostrar a roupa, é melhor usar uma abertura menor/mais fechada, também conhecida como grande profundidade de campo.

- Uma velocidade maior (250, por exemplo), permite congelar melhor imagens em movimento que velocidades baixas. Se você quiser registrar a modelo saltando, use velocidade alta, até o máximo permitido para sincronismo do flash. Se ela estiver deitada num sofá e você quiser usar a luz de modelagem apenas, para criar um clima mais intimista, não tem problema usar uma velocidade mais baixa, especialmente se você estiver usando um tripé para evitar tremidas.

O básico do básico é isso. Aí depende do que você quiser fazer.

Atenção para o seguinte: ambos (obturador e diafragma) são apenas controles para permitir que uma determinada quantidade de luz atinja o filme/sensor de acordo com sua sensibilidade. PORTANTO, as combinações para uma MESMA EXPOSIÇÃO são várias e inversamente proporcionais. Por exemplo:
uma exposição de 125/5.6 é igual a uma 60/8 ou uma 250/4 ou 500/2.8.
Quando você libera mais luz pelo diafragma tem que compensar aumentando a velocidade do obturador e vice-versa.

É mais simples do que parece. Faça um exercício - fotografe a mesma cena variando as combinações possíveis, sempre respeitando essa regrinha básica - basta seguir o fotômetro -, e você vai ver os resultados e entender da melhor forma possível: na prática.

Espero ter ajudado. Precisando, dê um alô.

Abraços,

José Azevedo


EdsonTaciano

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Resposta #2 Online: 09 de Abril de 2007, 22:59:33
Acho este texto muito legal e ilustrativo...deve ajudar em algo....leia com



                                                     Atenção!!!

Fonte: Guilherme - HardMob


Antes de entrar em cada conceito, é importante deixar claro o que é fotografar. Fotografar é, por princípio, registrar a luz refletida pelo assunto (entende-se por "assunto" o que está sendo fotografado). Na câmera digital, como na convencional, é preciso definir a quantidade de luz que passará pelo diafragma para o sensor (dispositivo dentro da câmera que captura luz. Ex: CCD, CMOS) e quanto tempo esta passagem vai levar. Mais para frente aprofundaremos mais nestas "variáveis".

Uma fotografia nada mais é do que o ajuste destas "variáveis" a fim de se conseguir a quantidade de luz necessária e adequada para o correto registro da imagem, a chamada exposição. Uma variável influi diretamente na outra, que consequentemente influi no resultado final da fotografia, como uma equação. Eu sei que isto pode parecer muito complicado e complexo, mas daqui a pouco vocês verão que não é.

Exposição: Exposição é a quantidade de luz que uma imagem recebe; é a quantidade de luz que é registrada em uma fotografia, que é determinada através da combinação de valores que determinam como a luz será registrada. Novamente: Estes valores (variáveis) serão vistas a seguir.

Exemplo:


Para se conseguir uma exposição correta é necessário que o balanço dos valores estejam configurados de maneira correta, equilibrada, dependendo das condições de luz do assunto. Você já deve ter visto um tal de "EV(exposure value)" na sua câmera, certo? Este valor serve para você corrigir a exposição de uma imagem. A câmera considera o valor EV 0 como o ideal. No entanto, se você achar que a foto ficou clara demais, você pode corrigir isto diminuindo o valor EV para números negativos. Se você achar que a foto ficou escura demais, você pode corrigir isto aumentando o valor EV para números positivos. Quando você modifica o valor EV, a câmera muda suas configurações de maneira a permitir a entrada de mais luz ou reduzir a quantidade de luz capturada.

O exemplo muito bom para explicar o conceito de captura de luz da máquina fotográfica é o do cano de água:

1 - Imagine que 1 litro de água precise passar por um cano e chegar até a outra extremidade do mesmo, com o objetivo de encher um recipiente com capacidade de 1 litro.
2 – Agora pense o seguinte: Se este cano for grosso (tiver um alto calibre), o 1 litro de água vai passar rapidamente. No entanto, se for um cano fino, como uma mangueira, vai ser preciso um tempo maior, provavelmente alguns segundos a mais, para toda a água ir de uma extremidade até a outra.
3- Agora, vamos jogar valores para ficar mais fácil. Digamos que no 1° caso, o do cano grosso, seja necessário 1 segundo para o 1 litro de água passar. No entanto, no 2° caso, por o cano ser mais fino, digamos que é necessário 5 segundos para o 1 litro passar completamente.

E o que acontece se eu deixar o cano grosso aberto por mais de 1 segundo?
Resposta: Vai passar água demais, o recipiente transborda.
E o que acontece se e deixar o cano fino aberto por menos de 5 segundos?
Reposta: Vai passar pouca água, o recipiente não vai se encher suficientemente. E vice-versa!

Com a fotografia é a mesma coisa. Imagine a água sendo a luz, e o cano sendo o diafragma de sua máquina. Se a câmera receber luz demais, a imagem vai ficar muito clara: superexposta. Se a câmera receber luz de menos, a imagem vai ficar muito escura: subexposta.

Tendo isto em mente, podemos entrar nos conceitos (as citadas variáveis) de:

1 - Tempo de exposição (exposure time/shutter speed)

Ao contrário do que muitas pessoas que estão começando na fotografia pensam, o ato de capturar a imagem não dura um período de tempo fixo e pré-determinado necessariamente. Este tempo é definido pela variável tempo de exposição. Esta variável define durante quanto tempo o diafragma da câmera permanecerá aberto recebendo luz (analogia: quanto tempo o cano ficará aberto permitindo a passagem de água). Este tempo pode ir desde milésimos de segundos até muitos segundos. Uma câmera como a DSC-V1 oferece um tempo de exposição de 1/2000 segundo até 30 segundos.

E como eu uso isto?

Tempos de exposição longos são geralmente encomendados para locais com pouca luz. Uma vez que o local tem pouca luz, um maior tempo recebendo luz vai permitir que a câmera capture a imagem com a exposição correta, evitando que ela fique subexposta. Tempos de exposição longos também permitem que a foto tenha o efeito de movimento. Você já deve ter visto este efeito nas famosas fotos da Avenida Paulista com traços luminosos em suas pistas. No entanto, vai haver um efeito colateral: tempos de exposição longos vão exigir que você apóie a câmera em uma superfície estável, como um tripé ou uma mesa; caso contrário, a foto ficará tremida.
Tempos de exposição curtos são recomendados para lugares onde há muita luz, como um dia ensolarado, evitando que muita luz passe pelo diafragma e torne a foto superexposta. Um tempo de exposição curto também pode ser usado para fotos em que o objetivo é congelar o movimento de um assunto que se move, como um carro. Se uma foto de um carro em alta velocidade for tirada com um alto tempo de exposição, o carro ficará "borrado", dando o impressão de movimento à pessoa que vê a foto. Já um tempo de exposição curto fará o carro parecer imóvel, já que o diafragma não ficou aberto o suficiente para capturar o movimento do carro. Porém, temos que nos preocupar com as condições de luz do local onde este carro está passando. Se o local estiver escuro e você usar um tempo de exposição baixo, você conseguirá "congelar" o movimento do carro, porém, a foto corre grande risco de ficar subexposta ou até mesmo incapaz de ser visualizada, devido à grande escuridão causada pelo baixo tempo de exposição.

Exemplos:

As 2 primeiras fotos foram tiradas no mesmo dia, hora e posição. A grande diferença é que a primeira foto teve um tempo de exposição de apenas 1,6 segundo, enquanto a segunda foto teve um tempo de exposição de 10 segundos, ambas com a câmera apoiada em uma superfície estável.







Nesta última foto, como citado anteriormente, um alto tempo de exposição foi utilizado para dar a impressão de movimento, através dos rastros de luz, mostrando o movimento dos faróis dos carros. Uma vez que o diafragma ficou aberto por alguns segundos, a câmera capturou as trajetórias dos carros que percorriam a Avenida no momento da fotografia.

2 - Abertura do diafragma (aperture)

A abertura do diafragma é a variável que define o diâmetro da abertura do mesmo (analogia: o diâmetro [calibre] do cano). O valor da abertura é definido através de "f/x". Aqui vem um ponto simples, mas que confunde muitos: quanto maior o valor "f/x", menor a abertura do diafragma.

Pergunta: qual diafragma tem maior abertura, um que está a f/2.8 ou um que está a f/8.
Resposta: o que está a f/2.8, uma vez que 2.8 é menor que 8, e quanto menor o valor f/x, maior a abertura, maior o calibre.

E como eu uso isto?

Uma abertura grande (f/x baixo) é geralmente recomendada em situações de pouca luz, assim como um tempo de exposição alto. Apesar disto, nem sempre apenas uma alta abertura é o suficiente para fotos com pouca luz, geralmente precisando ainda assim de um alto tempo de exposição. Porém, a abertura é muito priorizada para se trabalhar com efeitos de profundidade de campo, a distância à frente e atrás do assunto principal em que os elementos ficam em foco. Uma abertura grande prioriza o primeiro plano da imagem, desfocando o segundo. Uma abertura pequena aumenta a profundidade de campo, sem priorizar uma área especificamente. Uma abertura grande é interessante para uma foto de uma pessoa que está em primeiro plano, desfocando o fundo da foto; e uma abertura pequena é interessante para uma paisagem, onde a intenção é que toda a imagem fique em foco.



Como vocês podem ver, na foto da esquerda, onde a abertura do diafragma foi menor (f/16), toda a foto ficou em foco, tanto a garota em primeiro plano, quanto as flores em segundo plano. Já na segunda foto, onde a abertura do diafragma foi maior, apenas o primeiro plano ficou em foco, enquanto as flores ao fundo ficaram desfocadas.

3 - ISO (sensibilidade)

A terceira e última variável é a ISO. O valor ISO determina a sensibilidade da película, determina o "poder" que a luz tem em suas fotos. Quanto maior o valor do ISO, maior será a sensibilidade da película. Isto significa que a película irá registrar mais luz e também noise (tema que será abordado em seguida) em menos tempo (menor será a quantidade de luz necessária para se obter a exposição correta, e isto pode significar tempos de exposição menores). Valores menores de ISO resultam exatamente no oposto (menos sensibilidade, menos noise, porém tempo de exposição maior).

E como eu uso isto?

ISO's altos são geralmente recomendados para fotos onde há pouca luz e você não tem uma superfície estável para apoiar sua câmera, impedindo o uso de um alto tempo de exposição. No entanto, a regra geral é usar o menor ISO possível. Isto porque altos valores de ISO geram o chamado "noise". Noise, em tradução semântica, significa "ruído/sujeira", que são pequenos pontos que aparecem em imagens com alto ISO, prejudicando a nitidez das mesmas. Ou seja, se você puder apoiar a câmera em superfície estável, apele para um tempo de exposição alto, mas se você estiver em uma danceteria, onde além de não poder apoiar a câmera em uma superfície sólida, haverá pessoas se mexendo rapidamente (fazendo com que elas fiquem "borradas", devido ao alto tempo de exposição), o alto valor de ISO é preferido a um alto tempo de exposição. Atualmente há vários programas que ajudam (e muito) a atenuar ou até mesmo tornar o noise (grãos/sujeira) imperceptíveis em fotos de alto valor ISO.

Apesar de não ter citado nada que possa representar o ISO na analogia com o cano de água, aqui vai uma tentativa: Imagine o ISO sendo algumas "barreiras" dentro do cano. Algo como obstáculos internos que apenas dificultam a passagem de água, talvez algumas bolas de pano, que não bloqueiam a passagem de água. A idéia aqui é dizer que quanto mais obstáculos (bolas de pano), mais tempo vai demorar para a água chegar do outro lado do cano > no caso, um ISO menor. Quanto menos obstáculos (ou a remoção de todos), menos tempo vai demorar para a água chegar do outro lado > no caso, um ISO maior. Agora, para analogia com efeito colateral, o noise, imagine que estes obstáculos internos façam a velocidade da água diminuir, fazendo com que ela chegue no recipiente sem pressão, evitando que a água respingue para fora do mesmo, enchendo-o de maneira correta (ISO menor). Agora, se os obstáculos internos forem retirados, a água vai chegar do outro lado com uma velocidade muito maior, com alta pressão, fazendo com que a água respingue para fora do recipiente, apresentando um resultado não tão satisfatório.
Bom, espero que vocês tenham entendido, pois não é fácil fazer analogia de um cano de água com ISO.
Exemplos:
Aqui vocês podem perceber o chamado noise. Na primeira foto foi usado um valor de ISO baixo - ISO 50 - porém o tempo de exposição foi relativamente alto: 1/5 segundo. Já na segunda foto foi usado um valor relativamente alto de ISO - ISO 400 - no entanto, o tempo de exposição foi 8 vezes menor: 1/40 segundo.

Dica: aproxime o rosto do monitor para perceber a diferença entre as imagens


ISO baixo: 50, tempo de exposição maior: 1/5 > Imagem livre de noise



ISO alto: 400, tempo de exposição menor: 1/40 > Noise aparece e prejudica a qualidade da imagem.

Ambas as fotos tem uma exposição correta, ou seja, a quantidade de luz que está registrada nas fotos é a ideal (nem subexposta, nem superexposta). O que mudou de uma foto para outra foi a maneira como a luz foi obtida: ISO alto/baixo tempo de exposição - e vice-versa!
O noise fica muito mais perceptível em imagens noturnas, onde os grãos gerados por ele criam um maior contraste com áreas escuras, prejudicando a qualidade da imagem mais ainda.


Visto estes três conceitos, a questão de priorizar um ou outro dependerá exclusivamente de sua intenção e das condições na hora de tirar a foto. Depende exclusivamente do seu conhecimento sobre os resultados que cada conceito pode oferecer e decidir se o resultado oferecido é o que você realmente quer em sua foto. Só como exemplo, na explicação sobre ISO eu citei o caso de uma danceteria. Disse que o fato de as pessoas estarem se movendo impediria um alto tempo de exposição. Porém, se a sua intenção for registrar as pessoas de maneira "borrada", para transmitir a sensação de movimento, nada impede que você apóie a câmera no balcão do barman e bata suas fotos. Depende de você, e exclusivamente de você, definir a sua intenção ao bater a foto e as configurações dos valores da câmera, para conseguir registrar a foto de maneira que a mesma passe a sua mensagem, o seu ponto de vista.

Agora vem a pergunta que não quer calar: Porque eu vou ficar me preocupando com tudo isto se eu posso colocar minha câmera no modo automático e deixar ela fazer todo o trabalho sozinha?
Resposta: As câmeras digitais possuem um dispositivo chamado fotômetro embutido. Fotômetro é o dispositivo que mede as condições de luz do ambiente e determina os valores de tempo de exposição, abertura do diafragma e ISO. No entanto, antes de tudo, a câmera não deixa de ser um computador, que recebe estas informações e as processa através de equações pré-determinadas. Porém, este programa não lê a mente do fotógrafo, o programa não sabe qual a intenção do fotógrafo ao bater a foto. Como visto acima, os ajustes destas variáveis são tão importantes quanto o assunto da foto. Uma simples mudança nestes valores pode fazer um mesmo assunto ser fotografado de maneiras totalmente diferentes, mudando totalmente a foto e a mensagem que ela passa. Cabe nós, humanos, configurar a câmera com os valores para fazer com que a fotografia seja registrada de maneira a passar a mensagem que temos em mente na hora de bater a foto. Veja bem, não que uma foto no modo automático não seja boa, fotos no modo automático podem revelar-se muito boas sim, mas como o próprio nome diz, elas são simplesmente automáticas, nada mais.


Fonte: Guilherme - HardMob
« Última modificação: 09 de Abril de 2007, 23:14:55 por EdsonTaciano »


Braga.SP

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Resposta #3 Online: 10 de Abril de 2007, 07:23:28
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"Regrinhas básic e práticas:

- Quanto maior a abertura (1.8, por exemplo), mais desfocado fica o fundo. Se a modelo tiver olhos lindos, foque nos olhos e a orelha e a ponta do nariz estarão desfocados. Isso se chama foco seletivo.

- Quanto menor a abertura..."
Pela didática usada, você deve dar aula na área de fotografia. Não é?! Se ainda não o faz, acho que deveria.

Gostei mesmo!!!! Fácil de entender.
-22.352971,-48.775582


lipe_machado

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Resposta #4 Online: 10 de Abril de 2007, 10:27:30
Pelo que o José e o Edson escreveram já dá para saber 70% do uso do obturados x Diafragma, os outros 30% vc só conseguirá praticando, então pratique bastante.

Já que vc está com essa dúvida é melhor vc praticar com a câmera toda em modo manual, mas há câmeras que facilitam seu trabalho, deixando vc escolher por abertura ou velocidade, ou seja, se você tem uma câmera e seleciona ela no modo "prioridade de abertura" basta vc escolher a abertura que a câmera escolhe a velocidade pra você, e se vc escolher o modo "prioridade de velocidade" o que acontece é o inverso, com certeza esses modos vão facilitar a sua vida, lógico desde que sua máquina tenha essas opções, eu só recomendei vc utilizar primeiro o modo totalmente manual, que é para vc aprender a utilizar os 2 independentemente.

O resto vai depender de como você quer produzir a foto, por isso não há uma "regra" de como você usá-los em estúdio, depende do que você quer da foto.

Abraços


rafaelfrota

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Resposta #5 Online: 10 de Abril de 2007, 10:48:30
José, realmente MUITO esclarecedor e extremamente didática sua resposta.
Edson...maravilhoso artigo, esclareceu muitas dúvidas que eu tinha do conceitual.

Vou deixar mais alguns kb de perguntas aqui pra coisa ficar bemmmm mastigadinha e em termos leigos, pq sei que vai tirar dúvida de muita gente

- Está lá...a modelo bonitona e derretendo a espera de um click embaixo de um refletor halógeno. Eu mirei nela e o fotômetro vai acusar um valor de abertura e de velocidade. Pressupõe-se que esse seja o valor que a máquina interpreta como ideal para que aquela foto saia bem exposta.  Mas qual é esse referencial de "bem exposto"? Existe um valor diafragma/obturador que seja padrão e que origina todas as outras compensações?

- Este valor que o fotômetro fornece sempre será o guia para eu fazer os ajustes necessários? Por exemplo, se ele me dá uma leitura 125/5.6 é a partir daí que vou ajustar se prefiro uma abertura maior/menor ou uma velocidade maior/menor ou sub/superexpor a foto? Ou existe a possibilidade de eu ignorar o que o fotômetro diz e arbitrar valores a partir de um conhecimento prévio?

- Pelo que estava lendo, a fotometragem para ser precisa deve ser feita em uma área onde pressupõe-se um tom médio de 18% de reflexão. Ou seja, eu miro no tom médio, vejo que valores o fotômetro me dá, ajusto na máquina manualmente, foco onde eu quero e parto pro abraço? Se eu quiser fotometrar numa area que eu quero branca é só superexpor essa medição? Ou existe uma maneira prática  de se fotometrar?

- É mais vantajoso trabalhar com o recurso de prioridade de obturador/diafragma?
Por exemplo, se eu quero trabalhar uma tal abertura, eu deixo ela como prioridade e o fotômetro faz o cálculo de qual velocidade é a ideal? Ou não tem nada a ver?

- Eu estou usando uma velhinha Canon EOS Rebel II de filme com uma zoom 35-80mm  1:4 5.6. Que diabos quer dizer "1:4 5.6" ? A fotometragem muda ao estar em 35, 50 ou 80mm?

Depois desse tópico altamente mobral, creio que não restará dúvidas sobre o assunto. Mas fiquem calmos, ainda tenho muito o que encher neste tópico..rsrsrsrsrs

Valew mesmo gente


rafaelfrota

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Resposta #6 Online: 10 de Abril de 2007, 10:51:50
Enquanto eu escrevia, o lipe_machado respondeu uma das minhas questões.
Sim, minha pobre e velhinha canon tem essa opção...então jah é um grande começo!

Valew mesmo, grande!


EdsonTaciano

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Resposta #7 Online: 11 de Abril de 2007, 00:56:03
Rafa, se me permite chama-lo assim..Tem algo muito simples em tudo isto, quanto a que abertura e qual velocidade vc deve usar..se deve seguir tais padrões ou não..."não sou um expert em fotografia"..mas vamos la...

Ex: Eu tenho um topico no qual fotografei minhas peças de xadrez, onde o meu intuito era trabalhar a profundidade de campo, não procurei me preocupar muito com isto, não que não devesse, mas o meu foco era este, então nada mais fiz que trabalhar a abertura da maquina para chegar ao resultado que eu queria, quanto a velocidade é claro que eu me preocupei um pouco, mas primeiramente fui atras do resultado que estava em minha mente. Aprendo a cada dia que todo fotografo tem que ter e realmente adquire com o tempo um fator chamado "OLHOMETRO" que seria a percepção de sentir quando a foto está com um contraste mais leve ou não, desenquadrada ou fora de foco...cabe ao que vc quer da fotografia...vc pode usar um ISO maior com um tempo de exposição muito grande para deixar algum ponto da fotografia um pouco mais exposto, ou o inverso..Realmente algumas coisas devem seguir seu padão a partir do momento que vc quer chegar a um resultado mais ou menos padrão...
--
Ex: Pannig para ser feito vc deve seguir suas regras e seus padrões para que saia realmente correto, mas pode ser que vc queira apenas um fundo não tão nitido somente para dar um destaque diferente a foto, vc tera que modificar a velocidade e a abertura, agora vc pode perguntar o quanto deve ser mudado...ai digo que é muito subjetivo, vc só tem que se preocupar em entender a mecânica da história, o Padrão para chegar a tais resultados...

Quer ver uma coisa, se vc for fotografar algumas coisas na praia vc tem que estar ciente que o aconselhado é usar "ISO de valor baixo, velocidade alta e uma pequena abertura"

Porque sera..vamos la...

-ISO baixo- Menos sensivel a Luz
-Pequena Abertura- Menos luz que passa pelo diafragma.
-Velocidade alta- Tempo de Exposicão menor, caso contrario sua foto vai parecer um lençol branco..rsrsrs

Resumindo Rafa..tudo depende do resultado que vc pretende atingir...Como falou o Lipe.....Que é um dos maiores criticos das minhas fotos...que por sinal me ajuda e muito.

È claro que tem outros porens nisto tudo..como saber  posições de elementos na foto, definição de planos, enquadramentos e ai vai...mas aprendi que os três principios basicos são estes, o resto cabe aprender e ter sensibilidade.."FEELING"

Sem contar o lado do treino..muitas fotos perdidas e muitas que as vezes vc pensa que ficaram legais e na verdade ficaram uma merd..é claro quando vc procura tirar a foto dentro dos padrões pre definidos..

Espero que tenha ajudado, caso contrário, pergunte novamente que com certeza alguém muito mais experiente que eu podera elucidar suas duvidas..

Grande abraço e Boa sorte..
« Última modificação: 11 de Abril de 2007, 01:17:18 por EdsonTaciano »


EdsonTaciano

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Resposta #8 Online: 11 de Abril de 2007, 01:00:53
Esqueci de uma coisa...o Fotometro do automatico te da uma medida no qual a maquina regulou como sendo a melhor...agora tem que ver se é a melhor para vc.....pois vc pode querer uma foto um pouco mais clara ou mais escura, ai ja que vc tem um padrão pre estabelecido é só aumentar ou diminuir algumas medidas para que tenha o que realmente  vc quer...


Olha só...se o fotometro lhe da a medida de uma foto no qual está regulado luz, profundidade de campo e etc...e vc não gostou da medida que a maquina lhe deu..o que vc vai fazer?


Grande abraço
« Última modificação: 11 de Abril de 2007, 01:18:35 por EdsonTaciano »


joseazevedo

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Resposta #9 Online: 11 de Abril de 2007, 14:58:05
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"Regrinhas básic e práticas:

- Quanto maior a abertura (1.8, por exemplo), mais desfocado fica o fundo. Se a modelo tiver olhos lindos, foque nos olhos e a orelha e a ponta do nariz estarão desfocados. Isso se chama foco seletivo.

- Quanto menor a abertura..."
Pela didática usada, você deve dar aula na área de fotografia. Não é?! Se ainda não o faz, acho que deveria.

Gostei mesmo!!!! Fácil de entender.
Obrigado, fico contente quando consigo me fazer entender , hehehe... Acho que o segredo é a objetividade, o foco e o discernimento para conseguir deixar de lado tecniscismos que só atrapalham na maioria das vezes.

Não, não sou professor de fotografia, acho que deve ser um exercício bem bacana, uma troca de visões e conhecimento interessante, mas nunca tentei ou fui atrás. Talvez se um dos meus filhos se interessar, darei aulas em casa :-)

Grande abraço,

José Azevedo


Sandro Amaral

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Resposta #10 Online: 11 de Abril de 2007, 16:00:45
Grande tópico gente!!!

Acho que as dúvidas de muita gente foram, se não dissipadas, diminuídas!!!

Parabéns pelas explicações!!

 :clap:  :clap:  :clap:  
SANDRO AMARAL - Curitiba-PR

Srs. Não responderei perguntas enviadas por MP. Socialize sua dúvida abrindo um tópico. Ajuda você, outras pessoas e o fórum. Obrigado.



joseazevedo

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Resposta #11 Online: 11 de Abril de 2007, 16:05:53
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José, realmente MUITO esclarecedor e extremamente didática sua resposta.
Edson...maravilhoso artigo, esclareceu muitas dúvidas que eu tinha do conceitual.

Vou deixar mais alguns kb de perguntas aqui pra coisa ficar bemmmm mastigadinha e em termos leigos, pq sei que vai tirar dúvida de muita gente

- Está lá...a modelo bonitona e derretendo a espera de um click embaixo de um refletor halógeno. Eu mirei nela e o fotômetro vai acusar um valor de abertura e de velocidade. Pressupõe-se que esse seja o valor que a máquina interpreta como ideal para que aquela foto saia bem exposta.  Mas qual é esse referencial de "bem exposto"? Existe um valor diafragma/obturador que seja padrão e que origina todas as outras compensações?

- Este valor que o fotômetro fornece sempre será o guia para eu fazer os ajustes necessários? Por exemplo, se ele me dá uma leitura 125/5.6 é a partir daí que vou ajustar se prefiro uma abertura maior/menor ou uma velocidade maior/menor ou sub/superexpor a foto? Ou existe a possibilidade de eu ignorar o que o fotômetro diz e arbitrar valores a partir de um conhecimento prévio?

- Pelo que estava lendo, a fotometragem para ser precisa deve ser feita em uma área onde pressupõe-se um tom médio de 18% de reflexão. Ou seja, eu miro no tom médio, vejo que valores o fotômetro me dá, ajusto na máquina manualmente, foco onde eu quero e parto pro abraço? Se eu quiser fotometrar numa area que eu quero branca é só superexpor essa medição? Ou existe uma maneira prática  de se fotometrar?

- É mais vantajoso trabalhar com o recurso de prioridade de obturador/diafragma?
Por exemplo, se eu quero trabalhar uma tal abertura, eu deixo ela como prioridade e o fotômetro faz o cálculo de qual velocidade é a ideal? Ou não tem nada a ver?

- Eu estou usando uma velhinha Canon EOS Rebel II de filme com uma zoom 35-80mm  1:4 5.6. Que diabos quer dizer "1:4 5.6" ? A fotometragem muda ao estar em 35, 50 ou 80mm?

Depois desse tópico altamente mobral, creio que não restará dúvidas sobre o assunto. Mas fiquem calmos, ainda tenho muito o que encher neste tópico..rsrsrsrsrs

Valew mesmo gente
Oi Rafael,

lá vamos nós:

"- Está lá...a modelo bonitona e derretendo a espera de um click embaixo de um refletor halógeno. Eu mirei nela e o fotômetro vai acusar um valor de abertura e de velocidade. Pressupõe-se que esse seja o valor que a máquina interpreta como ideal para que aquela foto saia bem exposta.  Mas qual é esse referencial de "bem exposto"? Existe um valor diafragma/obturador que seja padrão e que origina todas as outras compensações?"

Basicamente, todo fotômetro é regulado para dar uma medição de 18% de cinza. Por isso que em fotos na praia, por exemplo, você deve expor um ponto a mais, senão a areia fica mais escura.
É isso que ele mede, e é essa exposição que ele vai te dar. Essa, no chip dele, é a exposição ideal. Ele não pensa em abertura ou velocidadde, mas na exposição, na quantidade de luz que passa para o filme, sempre de acordo com a sensibilidade do filme.

Várias combinações de velocidade e abertura dão a mesma exposição, como já falamos antes. Então, podemos concluir que:
O FOTÔMETRO LHE DÁ O VALOR DE EXPOSIÇÃO (EV) E O FOTÓGRAFO É QUEM ESCOLHE O QUE QUER FAZER COM ISSO.

Voltamos ao tópico anterior. Se você que um fundo desfocado, use uma abertura maior e a velocidade que o fotômetro indicar. A exposição estará correta. Já que a modelo está lá bem relax no seu banho de luz, não é uma foto de ação. Se você quiser uma grande profundidade de campo, use uma abertura menor - 8.0 é a ideal na maioria das lentes - e a velocidade que o fotômetro lhe indicará será naturalmente mais baixa.

Graças a Deus você usa filme. A melhor forma de você aprender é errando. E não tem nada melhor pra checar seus erros do que filme de slide. Ali, como não tem laboratório no meio do caminho para consertar erros de exposição, o que você fotografa é o que você vê. Use slides e faça experimentos com exposição. ANOTE TUDO e confira se o que você imaginava bateu com o que saiu.

"- Este valor que o fotômetro fornece sempre será o guia para eu fazer os ajustes necessários? Por exemplo, se ele me dá uma leitura 125/5.6 é a partir daí que vou ajustar se prefiro uma abertura maior/menor ou uma velocidade maior/menor ou sub/superexpor a foto? Ou existe a possibilidade de eu ignorar o que o fotômetro diz e arbitrar valores a partir de um conhecimento prévio?"

Sim. Ele é o ponto zero. Ou Zona 5 (de 0 a 10) pelo sistema de zonas desenvolvido pelo Ansel Adams. A partir daí é que sua modelo poderá virar uma estrela ou cair no ostracismo.
Digamos que ela seja branca e seja uma foto sensual, com pouca roupa e muita pele ;-) A pele dela é branca. Os 125/5.6 que o fotômetro te deu, como você sabe, tentam deixar a cena, e a pele dela em algo por volta de 18% de cinza. A soluçnao para ela continuar branca e até esconder possíveis falhas na pele, é abrir 1 ponto de exposição: 60/5.6, por exemplo. Que é o mesmo VALOR DE EXPOSIÇÃO que 125/4 ou 250/2.8.
Aí que entra o fotógrafo, escolhendo a combinação de velocidade e abertura dentro do resultado que ELE quer dar à imagem.

"- Pelo que estava lendo, a fotometragem para ser precisa deve ser feita em uma área onde pressupõe-se um tom médio de 18% de reflexão. Ou seja, eu miro no tom médio, vejo que valores o fotômetro me dá, ajusto na máquina manualmente, foco onde eu quero e parto pro abraço? Se eu quiser fotometrar numa area que eu quero branca é só superexpor essa medição? Ou existe uma maneira prática  de se fotometrar?"

Yep!
É legal conhecer o tipo de fotômetro da sua máquina. As minhas são Center Weighted, onde em um círculo central no visor ele dá um peso de 60%, deixando para a área fora do círculo o peso de 40% - isso na F2A. Na F3 é 80/20, acho, o que é quase um spot meter.
O importante é que você já pegou o conceito. Agora é pegar uns filmes de slide e seguir para os experimentos. Chame as amigas e peça a ajuda delas neste duro exercício em nome da ciência fotográfica ;-)

"- É mais vantajoso trabalhar com o recurso de prioridade de obturador/diafragma?
Por exemplo, se eu quero trabalhar uma tal abertura, eu deixo ela como prioridade e o fotômetro faz o cálculo de qual velocidade é a ideal? Ou não tem nada a ver?"

Depende do assunto. Se for um assunto de 1 ano e meio que não pára quieto num parque em meio a árvores (luz e sombras), por exemplo, vale a pena pois a exposição vai variar. Geralmente prioridade de abertura é usada para esportes e fotojornalismo, condições que exigem respostas rápidas a mudanças de luz.
O funcionamento é esse mesmo, você seleciona a abertura e a máquina que se vire.
Eu prefiro e sugiro modo manual e um bloquinho de anotação para registrar a exposição de cada foto. Ainda hoje eu faço isso - quando me lembro de levar o bloco e a caneta, claro...

"- Eu estou usando uma velhinha Canon EOS Rebel II de filme com uma zoom 35-80mm  1:4 5.6. Que diabos quer dizer "1:4 5.6" ? A fotometragem muda ao estar em 35, 50 ou 80mm?"

Exatamente. Sua lente varia um ponto em exposição de valor entre o zoom mínimo e o máximo. E isso é uma bosta quando se está usando modo manual. Sou de um tempo (caramba...) em que os zooms tinha abertura fixa do começo ao fim. E, outra coisa ainda mais legal mas que ninguém nota muito hoje: o FOCO era o mesmo do começo ao fim! Isso mesmo. Você podia dar zoom ao máximo, focar com precisão e compor do jeito que achava melhor.
O que diabos aconteceu? Por quê nada mais é como antes?? O quê isso tem a ver com as calças???
Hoje o que manda é a economia, que é a base da porcaria ;-) Para um zoom ficar mais barato PARA FABRICAR, não necessariamente para você, a variação de abertura virou o normal, assim como a variação de foco. Os programas de exposição cuidam disso pra você, assim como o autofoco. O marketing lhe convence de que isso é a última palavra em tecnologia e quem gosta de fotografar em manual que se... É uma pessoa defasada tecnologicamente! Uma besta. Não vale nada, hoje todo mundo fotografa em auto - mático e foco. Viva a tecnologia. Ela fará de você um melhor fotógrafo!!

Esse é o discurso das fábricas para aumentar o lucro dos seus acionistas e sobreviver num mundo onde o que vale é ter lucro, não importa em que atividade. Se esse papo furado fosse verdade, as fotos de hoje seriam melhores que as de anos atrás. Ou mesmo as máquinas seriam melhores. Alguém acha que uma D200 vai durar o mesmo que uma F de 1959? Tenho uma Rolleiflex de 1960, mais velha que eu, que funciona perfeitamente. Duvido que uma Canon 5D dure metade desse tempo.
Outro fator a se considerar a respeito disso: porque a tecnologia só funciona para 35mm? E o médio formato ou 4x5 onde as máquinas continuam praticamente manuais? Será que a física da fotografia é diferente para elas, os valores de exposição são outros?

Que nada. É que, economicamente, o volume de vendas nesses formatos não justifica investimentos maiores nesses dois setores. Mas a grandes imagens de paisagens, propaganda, moda, editorial e trabalhos autorais ainda são feitas no modo manual, com filme de médio e grande formato. É uma realidade.

(PS - Não, não sou antidigital. Não vamos começar uma discussão fútil filme x digital, por favor...)

"Depois desse tópico altamente mobral, creio que não restará dúvidas sobre o assunto. Mas fiquem calmos, ainda tenho muito o que encher neste tópico..rsrsrsrsrs"

Ninguém sabe tudo, muito menos eu. Mas o que eu sei tenho o maior prazer em passar adiante. É a minha forma de contribuir um pouquinho pra evolução da espécie ;-)

Grande abraço e, precisando, pergunte mesmo. Se eu souber, respondo.

José Azevedo


EdsonTaciano

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Resposta #12 Online: 11 de Abril de 2007, 17:33:13
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José, realmente MUITO esclarecedor e extremamente didática sua resposta.
Edson...maravilhoso artigo, esclareceu muitas dúvidas que eu tinha do conceitual.

Vou deixar mais alguns kb de perguntas aqui pra coisa ficar bemmmm mastigadinha e em termos leigos, pq sei que vai tirar dúvida de muita gente

- Está lá...a modelo bonitona e derretendo a espera de um click embaixo de um refletor halógeno. Eu mirei nela e o fotômetro vai acusar um valor de abertura e de velocidade. Pressupõe-se que esse seja o valor que a máquina interpreta como ideal para que aquela foto saia bem exposta.  Mas qual é esse referencial de "bem exposto"? Existe um valor diafragma/obturador que seja padrão e que origina todas as outras compensações?

- Este valor que o fotômetro fornece sempre será o guia para eu fazer os ajustes necessários? Por exemplo, se ele me dá uma leitura 125/5.6 é a partir daí que vou ajustar se prefiro uma abertura maior/menor ou uma velocidade maior/menor ou sub/superexpor a foto? Ou existe a possibilidade de eu ignorar o que o fotômetro diz e arbitrar valores a partir de um conhecimento prévio?

- Pelo que estava lendo, a fotometragem para ser precisa deve ser feita em uma área onde pressupõe-se um tom médio de 18% de reflexão. Ou seja, eu miro no tom médio, vejo que valores o fotômetro me dá, ajusto na máquina manualmente, foco onde eu quero e parto pro abraço? Se eu quiser fotometrar numa area que eu quero branca é só superexpor essa medição? Ou existe uma maneira prática  de se fotometrar?

- É mais vantajoso trabalhar com o recurso de prioridade de obturador/diafragma?
Por exemplo, se eu quero trabalhar uma tal abertura, eu deixo ela como prioridade e o fotômetro faz o cálculo de qual velocidade é a ideal? Ou não tem nada a ver?

- Eu estou usando uma velhinha Canon EOS Rebel II de filme com uma zoom 35-80mm  1:4 5.6. Que diabos quer dizer "1:4 5.6" ? A fotometragem muda ao estar em 35, 50 ou 80mm?

Depois desse tópico altamente mobral, creio que não restará dúvidas sobre o assunto. Mas fiquem calmos, ainda tenho muito o que encher neste tópico..rsrsrsrsrs

Valew mesmo gente
Oi Rafael,

lá vamos nós:

"- Está lá...a modelo bonitona e derretendo a espera de um click embaixo de um refletor halógeno. Eu mirei nela e o fotômetro vai acusar um valor de abertura e de velocidade. Pressupõe-se que esse seja o valor que a máquina interpreta como ideal para que aquela foto saia bem exposta.  Mas qual é esse referencial de "bem exposto"? Existe um valor diafragma/obturador que seja padrão e que origina todas as outras compensações?"

Basicamente, todo fotômetro é regulado para dar uma medição de 18% de cinza. Por isso que em fotos na praia, por exemplo, você deve expor um ponto a mais, senão a areia fica mais escura.
É isso que ele mede, e é essa exposição que ele vai te dar. Essa, no chip dele, é a exposição ideal. Ele não pensa em abertura ou velocidadde, mas na exposição, na quantidade de luz que passa para o filme, sempre de acordo com a sensibilidade do filme.

Várias combinações de velocidade e abertura dão a mesma exposição, como já falamos antes. Então, podemos concluir que:
O FOTÔMETRO LHE DÁ O VALOR DE EXPOSIÇÃO (EV) E O FOTÓGRAFO É QUEM ESCOLHE O QUE QUER FAZER COM ISSO.

Voltamos ao tópico anterior. Se você que um fundo desfocado, use uma abertura maior e a velocidade que o fotômetro indicar. A exposição estará correta. Já que a modelo está lá bem relax no seu banho de luz, não é uma foto de ação. Se você quiser uma grande profundidade de campo, use uma abertura menor - 8.0 é a ideal na maioria das lentes - e a velocidade que o fotômetro lhe indicará será naturalmente mais baixa.

Graças a Deus você usa filme. A melhor forma de você aprender é errando. E não tem nada melhor pra checar seus erros do que filme de slide. Ali, como não tem laboratório no meio do caminho para consertar erros de exposição, o que você fotografa é o que você vê. Use slides e faça experimentos com exposição. ANOTE TUDO e confira se o que você imaginava bateu com o que saiu.

"- Este valor que o fotômetro fornece sempre será o guia para eu fazer os ajustes necessários? Por exemplo, se ele me dá uma leitura 125/5.6 é a partir daí que vou ajustar se prefiro uma abertura maior/menor ou uma velocidade maior/menor ou sub/superexpor a foto? Ou existe a possibilidade de eu ignorar o que o fotômetro diz e arbitrar valores a partir de um conhecimento prévio?"

Sim. Ele é o ponto zero. Ou Zona 5 (de 0 a 10) pelo sistema de zonas desenvolvido pelo Ansel Adams. A partir daí é que sua modelo poderá virar uma estrela ou cair no ostracismo.
Digamos que ela seja branca e seja uma foto sensual, com pouca roupa e muita pele ;-) A pele dela é branca. Os 125/5.6 que o fotômetro te deu, como você sabe, tentam deixar a cena, e a pele dela em algo por volta de 18% de cinza. A soluçnao para ela continuar branca e até esconder possíveis falhas na pele, é abrir 1 ponto de exposição: 60/5.6, por exemplo. Que é o mesmo VALOR DE EXPOSIÇÃO que 125/4 ou 250/2.8.
Aí que entra o fotógrafo, escolhendo a combinação de velocidade e abertura dentro do resultado que ELE quer dar à imagem.

"- Pelo que estava lendo, a fotometragem para ser precisa deve ser feita em uma área onde pressupõe-se um tom médio de 18% de reflexão. Ou seja, eu miro no tom médio, vejo que valores o fotômetro me dá, ajusto na máquina manualmente, foco onde eu quero e parto pro abraço? Se eu quiser fotometrar numa area que eu quero branca é só superexpor essa medição? Ou existe uma maneira prática  de se fotometrar?"

Yep!
É legal conhecer o tipo de fotômetro da sua máquina. As minhas são Center Weighted, onde em um círculo central no visor ele dá um peso de 60%, deixando para a área fora do círculo o peso de 40% - isso na F2A. Na F3 é 80/20, acho, o que é quase um spot meter.
O importante é que você já pegou o conceito. Agora é pegar uns filmes de slide e seguir para os experimentos. Chame as amigas e peça a ajuda delas neste duro exercício em nome da ciência fotográfica ;-)

"- É mais vantajoso trabalhar com o recurso de prioridade de obturador/diafragma?
Por exemplo, se eu quero trabalhar uma tal abertura, eu deixo ela como prioridade e o fotômetro faz o cálculo de qual velocidade é a ideal? Ou não tem nada a ver?"

Depende do assunto. Se for um assunto de 1 ano e meio que não pára quieto num parque em meio a árvores (luz e sombras), por exemplo, vale a pena pois a exposição vai variar. Geralmente prioridade de abertura é usada para esportes e fotojornalismo, condições que exigem respostas rápidas a mudanças de luz.
O funcionamento é esse mesmo, você seleciona a abertura e a máquina que se vire.
Eu prefiro e sugiro modo manual e um bloquinho de anotação para registrar a exposição de cada foto. Ainda hoje eu faço isso - quando me lembro de levar o bloco e a caneta, claro...

"- Eu estou usando uma velhinha Canon EOS Rebel II de filme com uma zoom 35-80mm  1:4 5.6. Que diabos quer dizer "1:4 5.6" ? A fotometragem muda ao estar em 35, 50 ou 80mm?"

Exatamente. Sua lente varia um ponto em exposição de valor entre o zoom mínimo e o máximo. E isso é uma bosta quando se está usando modo manual. Sou de um tempo (caramba...) em que os zooms tinha abertura fixa do começo ao fim. E, outra coisa ainda mais legal mas que ninguém nota muito hoje: o FOCO era o mesmo do começo ao fim! Isso mesmo. Você podia dar zoom ao máximo, focar com precisão e compor do jeito que achava melhor.
O que diabos aconteceu? Por quê nada mais é como antes?? O quê isso tem a ver com as calças???
Hoje o que manda é a economia, que é a base da porcaria ;-) Para um zoom ficar mais barato PARA FABRICAR, não necessariamente para você, a variação de abertura virou o normal, assim como a variação de foco. Os programas de exposição cuidam disso pra você, assim como o autofoco. O marketing lhe convence de que isso é a última palavra em tecnologia e quem gosta de fotografar em manual que se... É uma pessoa defasada tecnologicamente! Uma besta. Não vale nada, hoje todo mundo fotografa em auto - mático e foco. Viva a tecnologia. Ela fará de você um melhor fotógrafo!!

Esse é o discurso das fábricas para aumentar o lucro dos seus acionistas e sobreviver num mundo onde o que vale é ter lucro, não importa em que atividade. Se esse papo furado fosse verdade, as fotos de hoje seriam melhores que as de anos atrás. Ou mesmo as máquinas seriam melhores. Alguém acha que uma D200 vai durar o mesmo que uma F de 1959? Tenho uma Rolleiflex de 1960, mais velha que eu, que funciona perfeitamente. Duvido que uma Canon 5D dure metade desse tempo.
Outro fator a se considerar a respeito disso: porque a tecnologia só funciona para 35mm? E o médio formato ou 4x5 onde as máquinas continuam praticamente manuais? Será que a física da fotografia é diferente para elas, os valores de exposição são outros?

Que nada. É que, economicamente, o volume de vendas nesses formatos não justifica investimentos maiores nesses dois setores. Mas a grandes imagens de paisagens, propaganda, moda, editorial e trabalhos autorais ainda são feitas no modo manual, com filme de médio e grande formato. É uma realidade.

(PS - Não, não sou antidigital. Não vamos começar uma discussão fútil filme x digital, por favor...)

"Depois desse tópico altamente mobral, creio que não restará dúvidas sobre o assunto. Mas fiquem calmos, ainda tenho muito o que encher neste tópico..rsrsrsrsrs"

Ninguém sabe tudo, muito menos eu. Mas o que eu sei tenho o maior prazer em passar adiante. É a minha forma de contribuir um pouquinho pra evolução da espécie ;-)

Grande abraço e, precisando, pergunte mesmo. Se eu souber, respondo.

José Azevedo
Muito legal sua explicação...realmente tira muitas duvidas de nós todos....

A ideia de aula de fotografia seria uma boa ideis para vc...pq não tenta...


Rafa, espero que a noassa ajuda tenha esclarecido algumas das suas duvidas, e se tiver mais alguma pode perguntar,  se soubermos com certeza passaremos para vc..

Grande abraço


joseazevedo

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Resposta #13 Online: 11 de Abril de 2007, 17:47:20
Oi Ed,

obrigado, legal ouvir isso de alguém que também sabe das coisas. Hmmm... vocês estão me deixando com vontade, hehehe... Mas não tenho os canais. Quem sabe um dia, uma verbinha extra não é nada mal.
Dar uma força aqui é um excelente exercício, acabo me lembrando de coisas que estavam esquecidas há algum tempo, faz funcionar aqueles cantinhos da cabeça que estavam empoeirados.
Você acredita que até eu compreendi melhor a história dos valores de exposição quando estava escrevendo?
Cabeça - se a gente não usa, enferruja.

Abraços,

José Azevedo


eliverto

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Resposta #14 Online: 11 de Abril de 2007, 21:24:10
Parabéns pelas respostas pessoal, excelente conteúdo. Meu método também é visualizar a profundidade que desejo na imagem e ajustar a velocidade de acordo. Por isso que quando uso um automatismo, sempre é o de prioridade de abertura.
Eliverto Scherer<br /><br />