O tipo de arquitetura rangefinder bifurcou-se em dois padrões: as rangefinders de lentes substituíveis (intercambiáveis) e as rangefinders com lentes fixas.
As Leica, Nikon, Contax, algumas Minolta, As russas Kiev, Zory e Fed, as Voigtlanders modernas, essas são de lentes intercambiáveis. Para a minha Kiev, por exemplo, tenho uma 50mm, uma 35mm e uma 85mm.
Mas é preciso compreender que lentes variáveis são uma mania bastante recente. A fotografaia até a década de 70 era baseada nas câmeras de lente não variável, e uma boa SLR de 1970 ou 1980 viria equipada com uma 50mm de boa qualidade comparada com as lentes que hoje são equipamento de série. Basicamente fotografava-se com 50mm, eu pelo menos fiz isso durante 15 anos pelo menos e depois mais 15 com uma 58mm (das fotos no outro tópico). A lente de 50mm é considerada a de ângulo mais natural, semelhante à visada humana.
Assim muitos fabricantes criaram modelos de rangefinders sem lentes intercambiáveis, simplificando com isso uma complicação da construção de rangefinders que é o acoplamento do mecanismo de foco com o telêmetro. Continuava a haver o acoplamento, mas esse podendo ser fixo não exigia soluções específicas do mount. Basta dizer que as Nikon rangefinders que fizeram a fama da Nikon na década de 50 eram contaxes adaptadas onde a cortina vertical das Contax III e Kiev foi substituída pela cortina horizontal mais simples de fabricar e o mount Contax clássico sofreu pequena variação que causa certa incompatibilidade das lentes de um ou outro fabricante (funcionam em ambas as abixo dos 50mm, mas acima as Nokon não dão foco nas Zeiss e as Contax não dão foco nas Nikon).
A câmera típica para o amadores que depois adotaram SLRs entre 1960 e 1975, mais ou menos, era então uma rangefinder com lentes fixa entre 40mm e 50mm. Grande parte dessas cãmeras possuia lentes de excelente qualidade, com a Yashica Electron, essas sua Konica S2, algumas Canon, as Voigtlanders da época, e outras lentes que hoje seram consideradas relativamente boas mas não ótimas, como a Yashica Minister D que tenho sem uso, a Zeiss Ikon Contina III que também tenho. Essa última tem um sistema interessantíssimo: nela a parte da lente junto à cãmera e que é responsável pelo foco é fíxa, beneficiando-se do acoplamento fixo mais simples, mas troca-se o elemento frontal entre a 45mm de série, uma 30mm e uma 75mm. Esse sistema foi partilhado com algumas SLRs iniciais Zeiss-Ikon, as Contaflex.
Sua resposta, então é simples: era mais barato produzir cãmeras com lentes fixas devido ao acoplamento do telêmetro com a lente, e grande parte dos fotógrafos fotografava com lentes fixas sem ver nisso qualquer problema (o Bresson passou toda a vida fotografando com 35mm).
Compare a Nikon rangefinder
http://www.cameraquest.com/usingthe.htmCom a Contax II e III (a dois é sem fotômetro como a Nikon)
http://www.cameraquest.com/zconrf2.htmCom a Kiev II e IV
http://www.cameraquest.com/zconrfKiev.htmAliás, para quem se interessa por rangefinder, o site do Stephen Gandy é o que há:
http://www.cameraquest.comO que se percebe explorando esse mundo é que não apenas "há vida fora das SLRs" como a vida fora das SLRs é bastante sofisticada, e gera outro tipo de abordagem fotográfica pautada por outros valores de desempenho.