Autor Tópico: Ivan  (Lida 3470 vezes)

cralx2000

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Online: 17 de Maio de 2005, 15:48:59
Ivan, vc pode me orientar como faco para testar a 35mm para ver se esta tudo em ordem. ( shutter, meter, leak, etcetcetc, calibration )

Valeu
Carlos


Leo Terra

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Resposta #1 Online: 17 de Maio de 2005, 16:42:47
Não sou o ivan, mas vamos lá...
Shuter é só medir a fotometria e disparar algumas vezes e verificar se o filme ficou com riscos, subexposto (inteiro ou em alguns pontos), super exposto (inteiro ou em alguns pontos), faça isso em ambientes com luz constante e teste velocidade diferentes (vc vai precisar variar abertura ou as condições de luz).

Meter é só checar se a indicação dele está compatível com a do seu fotômetro, certifique-se de que a pilha do fotômetro da câmera (se for separada) esteja boa.

leak??? Meu conceito disso é teste de espectrômetro heheheheh.  
Leo Terra

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Ivan de Almeida

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Resposta #2 Online: 17 de Maio de 2005, 16:55:53
Carlos:

O que o Leo disse é verdadeiro. Só há uma maneira de testar, que é botar um filme na câmera e fotografar. Vazamentos de luz (leak) não tem outro jeito, mas a solução é simples: cobrir com fita isolante o ponto de entrada de luz  :D

O fotômetro é simples: ponha pilha (se tiver), chegue o fotômetro perto da palma da sua mão e meça a relação velocidade abertura. Depois pegue sua DSLR, ponha em fotometria verage e faça a mesma coisa. O resultado deve convergir. Lembre-se que é preciso que sua mão esteja iluminada da mesma maneira. Se quiser ser menos subjetivo, faça isso com uma parede branca, uma parede cinza, enfim, uma superfície grande e uniforme cuja reflexão domine o ambiente se você estiver perto dela e com a câmera apontada para ela.

Aberturas não tem mistério, é só olhar pela lente.

Fungos, e sujeiras na lente, também é fácil. Abra o corpo da câmera, ponha em B a velocidade e dispare segurando o botão do obturador. Aí você olha através da lente, e assim pode ver se está transparente e mesmo abrir e fechar o diafragma.

Quànto à velocidade, só fotografando e verificando se sai coerente, mas se todo o resto estiver funcionando e o dispar for normal e suave quando você arma a câmera e dispara, não tem porque estar errado. Experimente disparar com a câmera aberta em 1/100s, 1500s, 1/20s, 1/2s 1s e veja se pode perceber a variação de velocidade. Provavelmente perceberá claramente e isso é um ótimo sinal.

Não fique ensebando. Ponha filme na cãmera e nos mostre o resultado -risos.

Estranhou?

Ivan
PS: esqueci do telêmetro. O telêmetro é facílimo. Conte em passos 3m na sua sala, conte no jarcdim 10 ou 20m. Aponte a câmera para esse local medido e ajuste o foco com o telêmetro. Depois olhe o anel de distâncias e veja se está coerente. Deve estar. Se estiver coerente em 10m e em 2m, então estará coerente em tudo.
« Última modificação: 17 de Maio de 2005, 17:54:29 por Ivan de Almeida »


cralx2000

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Resposta #3 Online: 17 de Maio de 2005, 19:49:00
Valeu Leo, Ivan

Ivan eu ainda nao recebi a camera so quero testa-la pra ter certeza que esta tudo bem porque sei que vou apanhar muito. Vou fazer esse teste e depois mostro as fotos.
Outra coisa que negocio e esse de  ter bateria de mercurio 1.35v para o meter. Parece que tem que ser realmente 1.35v. Suas cameras tem isso tb?

 


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Resposta #4 Online: 17 de Maio de 2005, 20:02:16
Ivan essa camera Bessa parece ser uma otima camera. O que vc acha?
 


Ivan de Almeida

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Resposta #5 Online: 17 de Maio de 2005, 20:15:40
Carlos:

Se não me engano, você tem um fotômetro de mão, não tem? Pois bem, se tem não precisa do fotômetro da câmera, pois ele só fará mesmo a leitura, não comandará a exposição como na EOS.

Se a câmera estiver mecanicamente boa, esqueça o fotômetro dela por enquanto, e consiga a pilha com calma. Use o fotômetro de mão (ou o da EOS).

Você terá de regular tudo, e na lente há uma escala de profundidade de campo. Nessa escala você verifica até aonde vai a nitidez em cada abertura/distância em que foi feito o foco.

Você não vai apanhar não. É fácil, e é direto. Saia sem a EOS, só com ela e o fotômetro. Na rua fotometre a grama ou o mato claro para estabelecer os 18% (naturalmente variará se fotometrar a grama no sol ou na sombra, e aí seu julgamento de que tipo de luz vai fotometrar é o que conta).

Em casa fotometre a mão e feche um pouco, tipo meio a um ponto. Preocupe-se em estabelecer a profundidade de campo para explorar os desfoques e no enquadramento pelo visor.


Ivan de Almeida

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Resposta #6 Online: 17 de Maio de 2005, 20:31:46
A Voigtlander Bessa é boa, e o melhor dela é ter fotômetro TTL (não pontual, mas central, mais ou menos uma elipse alongada vertical no centro da imagem). Mas o melhor dela não é a construção, e sim oferecer um corpo moderno de rangefinder para as óticas clássicas Contax, Nikon, Leica, e fabricar também lentes para esses mounts.

Evidenemente um corpo Nikon, Minolta, Leica é melhor, mas durável, mas o Vogtlander tem certas coisas interessantes que são o fotômetro TTL, o visor com marcas  dos principais comprimentos focais, compensação de paralaxe, etc. Um dos modelos fabricados, a Bessa L, é interessantíssimo pois não tem visor algum. Ele é destinado ao uso das ultra-wides que vêm com um visor independente específico (por exemplo, 15 ou 11mm). Não é preciso telêmetro pois as fotos em ultra-wide em geral são feitas em hiperfocal. Assim o cara ajusta a distância no barril da lente, `"a sentimento".

Isso parece estranho, mas não é. Mesmo na minha Kiev faço isso às vezes, pois às vezes me interessa menos o foco preciso que a profundidade da nitidez, e aí vou fdireto no anel e escolho a focagem que me dá DOF entre os pontos que desejo (em geral, infinito e 6 a 10 metros para paisagens)

De qualquer maneira, antes de se interessar por outra câmera veja como é fotografar com a Konica, pois a dinâmica básica é exatamente igual.

 


cralx2000

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Resposta #7 Online: 17 de Maio de 2005, 21:12:10
Ivan, agora e so comecar a fotografar. Ja deu para entender. Nao estou achando o Kodak ProImage. Achei bons reviews sobre Kodak T-max.

Valeu pelas dicas, Ivan vc tem MSN?


Ivan de Almeida

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Resposta #8 Online: 17 de Maio de 2005, 21:59:08
O T-Max é preto e branco.

Compre um filme comum, tipo Fuji Superia. Depois você encontra outros.

Eu sempre acho que não se deve caprichar muito nos insumos na primeira experiência, pois do contrário se fica inibido. O filme comum você revela em qualquer lugar, o T-MAX não. O filme comum é barato de revelar, o T-MAX não.

Para sua primeira experiência, minha opinião é um filme comum, ou, se quiser caprichar:

Filmes comuns (mercado americano)
Kodak MAX
Kodak Ultra 100
Fuji Superia

Filmes mais bacaninhas (mercado americano)
Kodak Portra 160 VC
Fuji Reala



 


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Resposta #9 Online: 17 de Maio de 2005, 23:45:37
Ivan, pq as rangefinder tem lentes fixas em torno de f=50mm?  


Ivan de Almeida

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Resposta #10 Online: 18 de Maio de 2005, 08:07:16
O tipo de arquitetura rangefinder bifurcou-se em dois padrões: as rangefinders de lentes substituíveis (intercambiáveis) e as rangefinders com lentes fixas.

As Leica, Nikon, Contax, algumas Minolta, As russas Kiev, Zory e Fed, as Voigtlanders modernas, essas são de lentes intercambiáveis. Para a minha Kiev, por exemplo, tenho uma 50mm, uma 35mm e uma 85mm.

Mas é preciso compreender que lentes variáveis são uma mania bastante recente. A fotografaia até a década de 70 era baseada nas câmeras de lente não variável, e uma boa SLR de 1970 ou 1980 viria equipada com uma 50mm de boa qualidade comparada com as lentes que hoje são equipamento de série. Basicamente fotografava-se com 50mm, eu pelo menos fiz isso durante 15 anos pelo menos e depois mais 15 com uma 58mm (das fotos no outro tópico). A lente de 50mm é considerada a de ângulo mais natural, semelhante à visada humana.

Assim muitos fabricantes criaram modelos de rangefinders sem lentes intercambiáveis, simplificando com isso uma complicação da construção de rangefinders que é o acoplamento do mecanismo de foco com o telêmetro. Continuava a haver o acoplamento, mas esse podendo ser fixo não exigia soluções específicas do mount. Basta dizer que as Nikon rangefinders que fizeram a fama da Nikon na década de 50 eram contaxes adaptadas onde a cortina vertical das Contax III e Kiev foi substituída pela cortina horizontal mais simples de fabricar e o mount Contax clássico sofreu pequena variação que causa certa incompatibilidade das lentes de um ou outro fabricante (funcionam em ambas as abixo dos 50mm, mas acima as Nokon não dão foco nas Zeiss e as Contax não dão foco nas Nikon).

A câmera típica para o amadores que depois adotaram SLRs entre 1960 e 1975, mais ou menos, era então uma rangefinder com lentes fixa entre 40mm e 50mm. Grande parte dessas cãmeras possuia lentes de excelente qualidade, com a Yashica Electron, essas sua Konica S2, algumas Canon, as Voigtlanders da época, e outras lentes que hoje seram consideradas relativamente boas mas não ótimas, como a Yashica Minister D que tenho sem uso, a Zeiss Ikon Contina III que também tenho. Essa última tem um sistema interessantíssimo: nela a parte da lente junto à cãmera e que é responsável pelo foco é fíxa, beneficiando-se do acoplamento fixo mais simples, mas troca-se o elemento frontal entre a 45mm de série, uma 30mm e uma 75mm. Esse sistema foi partilhado com algumas SLRs iniciais Zeiss-Ikon, as Contaflex.

Sua resposta, então é simples: era mais barato produzir cãmeras com lentes fixas devido ao acoplamento do telêmetro com a lente, e grande parte dos fotógrafos fotografava com lentes fixas sem ver nisso qualquer problema (o Bresson passou toda a vida fotografando com 35mm).

Compare a Nikon rangefinder
http://www.cameraquest.com/usingthe.htm

Com a Contax II e III (a dois é sem fotômetro como a Nikon)
http://www.cameraquest.com/zconrf2.htm

Com a Kiev II e IV
http://www.cameraquest.com/zconrfKiev.htm

Aliás, para quem se interessa por rangefinder, o site do Stephen Gandy é o que há:
http://www.cameraquest.com

O que se percebe explorando esse mundo é que não apenas "há vida fora das SLRs" como a vida fora das SLRs é bastante sofisticada, e gera outro tipo de abordagem fotográfica pautada por outros valores de desempenho.


Ivan de Almeida

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Resposta #11 Online: 18 de Maio de 2005, 08:10:27
Texto sobre a Kiev no CameraQuest

The true nature of the Kiev was pointed out in a very expressive way by a seller of Russian cameras in Sweden, right after the fall of the Soviet Union:  “This is not a Soviet camera - it is a German camera, made in the Soviet Union”  As a matter of fact, by these few words, he stated the essence of the origin of this camera. The Kiev camera is no plagiarism at all, but a [span style=\'color:red\']legal replica of the Contax camera, made in the Soviet republic of Ukraine.[/span] You could say that, in some respects, the Kiev camera belongs more to the Zeiss hemisphere, than to the Russian one.

 


Pictus

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Resposta #12 Online: 18 de Maio de 2005, 09:46:50
E falando em historia, “dizem” que a Minolta “fez” as lentes
para um equipamento de um caça Russo ainda na época da cortina
de ferro, não sei se foi Mig ou Sukhoi.
Isto aí tava rolando num fórum(USA)
 


majofe

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Resposta #13 Online: 18 de Maio de 2005, 11:41:42
Um texto para ajudar os "curiosos"  :D

Topico interessante !


Ivan de Almeida

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Resposta #14 Online: 18 de Maio de 2005, 12:01:08
Excelente artigo explicando o encanto das rangefinders.

Outro dia vi no Discovery uma fotógrafa em Bangladesh usando duas câmeras: uma Canon reflex e uma Voigtlander-R. A Voigtlander era pequenininha perto da outra. Iss no mundo real é uma dádiva. As pessoas se sentem menos ameaçadas pela câmera, levam você menos a sério, e isso permite fazer fotos impossíveis com uma reflex, principlamente com as modernas hiper-vitamnidadas com grip etc.

Na verdade são paradigmas diferentes de fotografia.  Mais uma vez repito aqui: da mesma maneira que não necessário optar entre filme e digital, não é necessário optar entre feflex e rangefinder. Cada tipo de câmera permite um uso. Cada tipo de câmera impede um uso. Apesar do dito pelo Eduardo castanho, as teles são dificílimas de usar nas rangefinders pois como não há amplificação do objeto como acontece nas reflex, voc~e tem de disparar na imaginação.

Grosso modo, as rangefinders são melhores nas grande angulares, as relex nas teles.