Leo,
as especificações que eu passei são a grade pedida pelos veículos e gráficas há anos. O que se coloca nessa grade depende dos critérios de cada um. Quem quiser colocar foto de baixa resolução escaneada em alta resolução achando que vai melhorar alguma coisa, que o faça, mas só vai ocupar espaço de HD. Agora, quem tem uma preocupação com qualidade vai sempre trabalhar com fotógrafos que usam um equipamento de qualidade, a começar pela lente, que é onde qualquer imagem começa a ter sua resolução definida.
É como um fotógrafo de cavalos com quem eu trabalhei há anos que tinha problemas em focar os animais. Quando eu reclamava que a foto estava fora de foco, ele dizia que dava pra eu colocar em foco no computador... Ele era amigo do diretor da agência...
Essa discussão qualidade do original (filme ou digital) x resolução (quantidade de detalhes) x resultado final eu já tive várias vezes com produtores gráficos. As boas gráficas daqui têm os mesmos equipamentos das lá de fora. Os grandes diferenciais são tempo, quantidade de máquinas e mão de obra.
Tempo para ajustar a máquina, rodar prova, ajustar novamente. O mesmo vale para o escaneamento. Aqui dificilmente se escaneia um cromo por vez. o cilindro parece patchwork, se dá uma escaneada na média de TODOS os cromos e um abraço, sai de baixo, próximo! Lá fora, além de se ter mais máquinas, o nível do operador é outro. Nisso, especialmente aqui, o filme leva um pau terrível. Numa agência que trabalhei e tinha um escritório dentro do cliente - que não economizava recursos - eles tinham um escaner cilíndrico, que nem era de última geração, mas fazia maravilhas. Você puxava detalhe de 35 que deixava muito 6x7 no chinelo.
Nesse ponto o digital leva uma enorme vantagem sobre o filme pois elimina a etapa que depende da habilidade do ser humano, a digitalização. Você percebe muito mais detalhes, especialmente no monitor, em uma imagem digital BOA (pq tem cada uma também que sai de baixo...) do que numa de filme média. A regra para as escaneadas aqui no Brasil parece ser deixar tudo na média e meio embaçado. Mas isso não significa que os detalhes não estejam ali pois quando se coloca num projetor de slide, por exemplo, ou se examina na mesa de luz com um boa lupa, a gente vê muito mais do que veio escaneado.
Acho que o digital, no mínimo, produz resultados com mais detalhes mais facilmente, desde que o sistema esteja bem afinado, que o filme pois depende menos do fator humano como, por exemplo, na hora de escanear. Agora, se tecnicamente o digital é superior ao filme, realmente não sei e também de nada adianta uma super-hiper-ultra-resolução se a grade de saída é o fator limitante. É como os caras que compram Ferrari para andar na cidade...
Na prática, um BOM arquivo digital oferece resultados que parecem conter mais detalhes, mais rapidamente e isso é o que interessa pois eu tenho um prazo a cumprir. Infelizmente, até hoje não recebi um arquivo digital que não tivesse que dar nenhuma mexida. E aqui entra o raio do fator humano prejudicando o digital. Provavelmente os fotógrafos foram pegar, nas gráficas, assistentes para tratar as imagens, devem ser os mesmos que escaneiam embaçado...
Dei uma olhada no site da Hasselblad. Esses arquivos de 22MP são "fechados", isto é, têm este tamanho no HD, "abertos" em tiff 8 bit têm 66MB, medindo 46x34.5cm a 300dpi. Interessante. Tamanho já não é mais um problema. Agora passa a ser o tamanho do rombo no banco... :risada2:
Abraços,
José Azevedo