Heber, que tal o que diz Herbert Keppler, editor da Popular Photography.
http://keppler.popphoto.com/blog/2007/01/shoe_fetish.html
Muito interessante, esse artigo. Entre outras coisas, o articulista diz que a sapata que 99% das câmeras utilizam é arcaico, e que a única sapata que trava satisfatoriamente o flash na câmera é a sapata da Minolta.
Mas diz também que, pelo fato dessa sapata ser exclusiva para os flashes dedicados, o único jeito de se usar flashes “normais” (inclusive os dedicados Minolta mais antigos) ou os conectores para flashes de estúdio com essas câmeras (exceto as que possuem contato PC) é usando um adaptador.
Talvez percebendo que sua “genial” idéia não era tão genial assim (presumo que a intenção era tornar essa sapata como padrão, copiada por outros fabricantes por ser “a melhor”), a Minolta passou a disponibilizar um adaptador para resolver o problema que ela mesma criou.
Nesse ponto, o autor do texto deu uma opinião que, ao que parece, vc não percebeu: julgou ter sido má idéia a interrupção, por parte da Minolta, na fabricação desse adaptador. E os motivos para tal opinião são mais do que óbvios, basta ler todo o texto para perceber.
Conclusão: a sapata é “ótima”, mas é ruim porque limita em muito o seu uso.
Como eu já disse, eu vivo revendo meus conceitos, e fiz isso novamente nesse caso. Além da sua valorosa ajuda para confirmar minha opinião, encontrei mais uma (se continuar procurando, vou achar dúzias), mais uma vez nos “Contras” ao final de um review:
# Unique flash hot shoe reduces compatibility with third-party accessories
E o link:
http://www.imaging-resource.com/PRODS/AA100/AA100A.HTMOu seja, mais um review conceituado classificando essa sapata não nos "Pros", e sim nos "Contras".
Com tudo isso, vem a pergunta: vale a pena um fabricante tentar alterar um padrão extremamente arraigado, ainda que para melhorá-lo, sacrificando a funcionalidade? Nesse caso, seria natural a gente pensar que sim, pois a tal hot-shoe Minolta não é a melhor? Essas tentativas, podem ter certeza, são profundamente estudadas, e nem por isso resultam em êxito. Não basta ser "melhor", a novidade tem que se impor como indispensável. Só assim ela transformaria TUDO o que se tem como padrão pelo mundo afora em obsoleto, transformando-os em peças de museu. E o que vemos acontecer? Vemos todos os outros fabricantes continuar lançando novos modelos câmeras e de flashes com a "arcaica" sapata convencional.
Só pra finalizar, posso citar uma tentativa de alteração de um padrão estabelecido: alguém lembra que já existiu um formato de película chamado APS? Muita gente lembra sim, principalmente os que ainda usam. Mas, com certeza, tem muita gente que não lembra, entre elas uma pessoa que eu conheço e que possui uma excelente Nikon Pronea 6i guardada no fundo de um baú, apodrecendo. E olha que essa "revolução" não foi lançada pela Minolta (ela foi apenas uma das que participaram), e sim pelas gigantes Kodak e Canon, entre outras. E onde está o APS? Está agonizando, nos últimos extertores, nas prateleiras de algumas (poucas) lojas de filmes...