É o seguinte:
Uma personalidade criativa desenvolve paralelamente o estilo e a técnica, e, mais importante que isso, desenvolve a técnica relativa ao seu estilo, e não qualquer e toda técnica.
Se a foto está estourada, borrada ou o que seja E FICOU BOA, e não foi mero acaso, sendo consistente com a obra do autor, então está tudo bem. Mas se o estouradinho é realmente um defeito, se observamos que o autor não tece nenhuma inteção de estourar, que sua concepção é a mais careta do mundo, então ali é defeito mesmo.
Para mim não existe foto certa. Qualquer foto pode ser certa. Mas existe foto errada, que é quando ela contém um elemento fora do conjunto coerente com sua concepção.
Ivan
Apoiado em grau. gênero e número!
Mas eu ainda acrescento a este assunto a "Reeferência" - que seja esta técnica (Louis Daguerre), ou de estilo (Terry Richardson), é no mínimo fundamental à formação do domínio técnico e composição do estilo...
Eu vivo este eterno dilema. Não preocupado com a opinião alheia - pois isso pouco me importa (a não ser que se trate de Jr Duran, equivalente ou superior!). Minha fotografia é uma mesclagem do subjetivo com o abstrato. À priori, minhas pretençõees eram fotos bem compostas, com cores vivas, "luz perfeita"... Após compreender que a matéria-prima da fotografia era a luz (e que a mesma poderia ser "domada"), comecei a brincar com flashs de sapata, depois TTL, logo depois de estudio. Nesse período, me inspirava em personalidades como Jr Duran; Bob Wolfenson; Helmut Newton; Mario Testino; David Lachapelle, etc. (Todos muito distintos!)
Depois eu eu comecei a me preocupar com uma foto que me representasse; que causasse pensamentos do tipo: "Nossa! Esta foto é a cara de Ewerton Padilha!". Foi quando senti que teria que dominar muito bem a técnica de iluminar para poder dar sentido à minha proposta subjetiva abstraindo-me da cena.
Vale salientar que "iluminar" engloba também a "direção de modelos" em externa (sob luz solar).
Desde então resolvi apartar-me de todas as minhas referências, observando cada uma individualmente, buscando compreender a formação de um estilo, afim de chegar ao meu. Apesar de serem todos muito distintos entre si, minha fotografia tem um pouco de cada referência (na hora do clique). Detre todos os estilos, um que me identifico em especial é o do fotógrafo Terry Richardson (
http://www.thecollectiveshift.com/show/portfolio/Richardson). Não pelo peculiar universo paralelo que geralmente apresenta em suas fotos (que acho até um tanto ridículo e tosco). Mas sim pela sensação de estrelismo e casualidade que passa...
Enfim, até hoje venho buscando uma maneira de desenvolver meu estilo através das técnicas fotográficas (principalmente de iluminação!). Para tanto faço constantes experimentos em meus ensaios, dos quais consigo tirar ótimas fotos dentro de minha concepção. Uma coisa que marca muito minhas fotos é o "anticlicherismo"! São fotos que à priori podem parecer comuns, mas, se observarmos com atenção, torna-se bastante interessante (da iluminação à produção). Detalhe: fotografo moda e retratos (de pessoas) para publicidade.
Em suma: atécnica é sim fundamental à construção de um estlo fotográfico (marcante e peculiar). No entanto, esta tb deve ser embasada de referência. Pois sem acesso a outras criações é meio complicado de se criar algo.
Lembrando que isto trata-se de uma opinião pessoal, baseada na experiência adquirida em meus 3 anos de carreira profissional em fotografia de moda (que requer estilo do fotógrafo). Porque tratando-se de fotografia em geral, o que vale é a intenção do fotógrafo e não o estilo. Pois este último é intrisceco na própria fotografia.
Espero ter contribuido coerentemente a este tópico.
Feliz Natal e um excelente 2.010 para todos. Fiquem com DEUS!
Ewerton Padilha -
www.flickr.com/epadilha