Autor Tópico: Por que sua câmera não importa  (Lida 15702 vezes)

Ivan de Almeida

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Resposta #45 Online: 31 de Outubro de 2007, 19:14:24
Nenhum preconceito, Leo. Inclusive citei o Helmut Newton.

Agora, não é só por ser de glamour que é boa, não é? Ela pode (veja bem pode) aproximar-se de uma concepção artística e, você tem razão, ela oferece muitas oportunidades disso devido ao fato de não precisar ser "realista". Mas, veja bem, isso não significa que as fotos de glamour sejam boas artisticamente falando na maioria das vezes. Ao contrário, são bem poucos os que de fato aproveitam essa liberdade bem. na maioria dos casos recai-se em uma estética publicitária (essa sim definitivamente não-artística).


Pedro Vilas Boas

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Resposta #46 Online: 31 de Outubro de 2007, 19:32:30
uma outra coisa que pensei.

os antigos fotografos renomados, seja lá de onde forem, eles precisaram estudar/entender artes? pra fazer o "belo" que fazem/faziam?

talvez tenham muitas biografias dessas pessoas por ai.
E eu não sei por que mas eu 'sinto' que muitos deles sequer sabiam o que era arte. E o faziam.



--- modified --- em OFF. Mas , ainda assim, relacionando-se à arte. ---

e também ADORARIA saber o que os críticos do belo e da arte tem a dizer sobre essa exposição sensacional:
http://www.interney.net/blogs/inagaki/2007/10/17/o_cachorro_que_morreu_de_fome_em_nome_da/

O artista disse:
"O importante para mim era constatar a hipocrisia alheia. Um animal torna-se foco de atenção quando o ponho em um local onde pessoas esperam ver arte, mas não quando está no meio da rua morto de fome".
"O cachorro está mais vivo do que nunca porque segue dando o que falar".

ahhhh nossa! agora eu fiquei curioso pra 'constatar' o quão as pessoas são hipócritas se ele colocar um mendigo do Centro do Rio (os quais quase todo mundo ignora) até a morte, numa exposição.

Não!
vamos ver se o Bush é mau. Vamos tacar uma bombinha fraca em Washington pra 'constatar' o grau de maldade do Bush.

E ,sim, ele é um artista... cujo trabalho é reconhecido pela meia-duzia de críticos cultos do belo e bonito.

Agora, o problema é se ele quiser fazer essa exposição em outros países/lugares... vamos brincar de 'constatar' a hipocrisia das pessoas e a mortalidade de cães.
« Última modificação: 31 de Outubro de 2007, 19:48:55 por Pedro Vilas Boas »


Ivan de Almeida

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Resposta #47 Online: 31 de Outubro de 2007, 20:12:41
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E eu não sei por que mas eu 'sinto' que muitos deles sequer sabiam o que era arte. E o faziam.

Por que acreditar nisso?

Veja, todo mundo dasbe que o Henry Cartier Bresson estudou desenho e pintura antes de ser fotógrafo, e era ligado ao Movimento Surrealista .

O Helmut newton tem um quadro que é uma óbvia citação (fantástica aliás) do As Meninas, do Velasquez.

E assim vai.

Ao contrário, quando você verifica a vida da maioria dos realmente bons vai encontrar sua ligação com a arte.

Não existe maior engano que o da arte espontãnea, Pedro. Acreditar nisso é um suicídio artístico.


Pedro Vilas Boas

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Resposta #48 Online: 31 de Outubro de 2007, 20:37:18
bom, me dou o direito à dúvida. Aliás, a dúvida e a morte são as coisas mais certas da vida.


nosso amigo vendedor de bala do centro da cidade.
O david. Parou na 7ª serie. Nunca fez mais nada que isso... e dá palestras de marketing pelo mundo e com direito a tradutor.
enfim...  aqui , http://www.catho.com.br/jcs/inputer_view.phtml?id=8805 , tem extatemente tudo o contrário do que vc disse, nas respostas dele.

a não ser que isso
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Não existe maior engano que o da arte espontãnea, Pedro. Acreditar nisso é um suicídio artístico.
se limite ao mundo artístico.


Ivan de Almeida

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Resposta #49 Online: 31 de Outubro de 2007, 20:42:01
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bom, me dou o direito à dúvida. Aliás, a dúvida e a morte são as coisas mais certas da vida.


nosso amigo vendedor de bala do centro da cidade.
O david. Parou na 7ª serie. Nunca fez mais nada que isso... e dá palestras de marketing pelo mundo e com direito a tradutor.

Deixa de besteira, Pedro.

Uma pessoa deve almejar a cultura, e não defender a incultura. Isso não leva a nada (não sei, talvez leve a ser Presidente da República -risos).


Pedro Vilas Boas

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Resposta #50 Online: 31 de Outubro de 2007, 20:52:50
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bom, me dou o direito à dúvida. Aliás, a dúvida e a morte são as coisas mais certas da vida.


nosso amigo vendedor de bala do centro da cidade.
O david. Parou na 7ª serie. Nunca fez mais nada que isso... e dá palestras de marketing pelo mundo e com direito a tradutor.

Deixa de besteira, Pedro.

Uma pessoa deve almejar a cultura, e não defender a incultura. Isso não leva a nada (não sei, talvez leve a ser Presidente da República -risos).

agora.
Vc puxou uma palavra que pode desenrolarar um outro topico.
"Cultura"
Eu sou uma pessoa inculta. Eu me forço pra ir a exposições e programas "cult".
Ainda bem que essas que tem lá pelo Centro, são grátis...
Eu não sei, talvez isso (ter cultura) seja um exercício. Mas é uma coisa não agradável pra mim.
Um museu , uma exposição, são bacanas pra passear com a namorada e tal. Mas entender as obras, saber do autor , ... essas coisas são tão chatas.
Eu queria muito gostar. Mas até agora tenho que me forçar pra fazer essas coisas.

bom, pelo menos Teatro eu gosto... já é um começo.


Ivan de Almeida

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Resposta #51 Online: 31 de Outubro de 2007, 21:15:29
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Mas entender as obras, saber do autor , ... essas coisas são tão chatas.

Ninguém é obrigado a gostar de nada. Só que também deve entender os limites que isso impõe quando passa a produzir cultura (fotografias). Ninguém deve fazer nada forçado, isso é um saco. Tudo o que faço, faço porque gosto. Quando não gosto, não faço.

Fotografe livremente, divirta-se. Um dia a ficha cai, ou não cai. O importante é fazer o que gosta.


Pedro Vilas Boas

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Resposta #52 Online: 31 de Outubro de 2007, 21:32:54
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Mas entender as obras, saber do autor , ... essas coisas são tão chatas.

Ninguém é obrigado a gostar de nada. Só que também deve entender os limites que isso impõe quando passa a produzir cultura (fotografias). Ninguém deve fazer nada forçado, isso é um saco. Tudo o que faço, faço porque gosto. Quando não gosto, não faço.

Fotografe livremente, divirta-se. Um dia a ficha cai, ou não cai. O importante é fazer o que gosta.

é.
é igual a história da "minha primeira SLR"
eu brincava com a Olympus automatica da minha mãe. Um dia , achei que gostava o bastante de fotografia pra aprender a manipular uma maquina. Foi então que eu fiz um curso e tal...

foi oq vc disse.  "a ficha caiu"
ou, eu senti necessidade disso... de ir além.
Pode ser que, com o tempo, eu sinta necessidade e vontade de entender mais o mundo da arte...e tal

como aconteceu da olympus para a SLR...

;)


Leo Terra

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Resposta #53 Online: 31 de Outubro de 2007, 22:05:18
Nenhum preconceito, Leo. Inclusive citei o Helmut Newton.

Agora, não é só por ser de glamour que é boa, não é? Ela pode (veja bem pode) aproximar-se de uma concepção artística e, você tem razão, ela oferece muitas oportunidades disso devido ao fato de não precisar ser "realista". Mas, veja bem, isso não significa que as fotos de glamour sejam boas artisticamente falando na maioria das vezes. Ao contrário, são bem poucos os que de fato aproveitam essa liberdade bem. na maioria dos casos recai-se em uma estética publicitária (essa sim definitivamente não-artística).

Sim Ivan, o próprio Patrick Demarchelier é um fotógrafo super comercial, mas que tem uma linguagem muito bem definida e com um toque de genialidade em todas as suas fotos.
Que não são todos que aproveitam, isso é fato, mas isso ocorre em todas as artes, não só na fotografia... Quem nunca foi ao shopping e viu aqueles exposições de quadros medíocres se passando por arte.?.
O que quero evidenciar é que não é porque é "comercial" que não é arte, pode ser arte sim e na verdade o mercado de glamour até exige isso de seus fotógrafos, pode ver que os grandes nomes da fotografia de glamour possuem todos uma linguagem muito criativa e muito bem definida... :)
« Última modificação: 31 de Outubro de 2007, 23:24:49 por Leo Terra »
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Resposta #54 Online: 31 de Outubro de 2007, 22:09:42
uma outra coisa que pensei.

os antigos fotografos renomados, seja lá de onde forem, eles precisaram estudar/entender artes? pra fazer o "belo" que fazem/faziam?

talvez tenham muitas biografias dessas pessoas por ai.
E eu não sei por que mas eu 'sinto' que muitos deles sequer sabiam o que era arte. E o faziam.



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O artista disse:
"O importante para mim era constatar a hipocrisia alheia. Um animal torna-se foco de atenção quando o ponho em um local onde pessoas esperam ver arte, mas não quando está no meio da rua morto de fome".
"O cachorro está mais vivo do que nunca porque segue dando o que falar".

ahhhh nossa! agora eu fiquei curioso pra 'constatar' o quão as pessoas são hipócritas se ele colocar um mendigo do Centro do Rio (os quais quase todo mundo ignora) até a morte, numa exposição.

Não!
vamos ver se o Bush é mau. Vamos tacar uma bombinha fraca em Washington pra 'constatar' o grau de maldade do Bush.

E ,sim, ele é um artista... cujo trabalho é reconhecido pela meia-duzia de críticos cultos do belo e bonito.

Agora, o problema é se ele quiser fazer essa exposição em outros países/lugares... vamos brincar de 'constatar' a hipocrisia das pessoas e a mortalidade de cães.

Pedro você está depreciando o conceito de estudo a um nível de mera leitura, estudar vai além do conceito de ler e estocar algo, estudar é um exercício de interpretação do conhecimento e pode ser resumido a um simples exercício de busca e analise profunda de uma observação ou um conceito... Os primeiros pensadores não freqüentavam academias, na verdade o estoque de conhecimento era passado pelas gerações, existia a figura do aprendiz, que adicionava os resultados de suas buscas ao conhecimento previamente estocado (na verdade essa é a base da construção do conhecimento, que serve tanto para a ciência como para a arte, não há como pensar que você, sem o conhecimento estocado, poderá construir do zero o conhecimento acumulado em mais de 10 mil anos de civilização, isso seria arrogância). Claro que uma academia pode te agilizar essa busca, porque existe uma concentração de conhecimento de uma área específica, mas ela também exige um forte exercício de reconhecimento da validade lógica do estoque de conhecimento para permitir que este conhecimento seja constantemente revisado. Mas é possível "estudar" sem passar por uma academia, simplesmente coletando e absorvendo o conhecimento ao seu redor. Na verdade pessoas que agem dessa forma são mais propensa a inovar, apesar de não inovarem de forma tão excelente quanto os inovadores com largo estoque de conhecimento formal. O problema é que o indivíduo com largo estoque conhecimento formal e acadêmico tende a ficar acomodado, por isso que é necessário certo método e certa tentativa de alimentar a necessidade de revisão do conhecimento.
Não freqüentar uma academia não faz de ninguém inculto, assim como freqüentar nem sempre faz de alguém uma pessoal culta. Mas certamente as pessoas cultas e tidas como geniais e inovadoras vão ter passado por um amplo período de estocagem de conhecimento para serem capazes de criar baseadas no legado deixado.

No caso da fotografia, a maioria desses grandes nomes eram grandes observadores (isso é uma característica inerente à própria arte fotográfica e que também é um incentivador potencial do estudo como um todo), eram pessoas que estavam sempre buscando e observando no meio e nas pessoas um estoque informal de conhecimento, seja da arte, seja da estética ou mesmo da própria essência humana e isso é estudar, você não precisa estudar formalmente a história da arte, o simples fato de você conviver ou observar a arte já se consiste em um estudo da arte, você não precisa estudar formalmente psicologia, o simples ato de observar fortemente como as pessoas agem e estar constantemente traçando paralelos já é um estudo da psicologia humana, este tipo de estudo provavelmente não será listado na biografia de um artista, salvo se ele se der conta de que estava estudando enquanto observava. Mas em todos estes exemplos, o indivíduo provavelmente teria tido um resultado ainda melhor se tivesse tido acesso ao conhecimento e à lógica aplicada por outros indivíduos, seja por aproveita-la, seja por analisa-la para desconsidera-la.. ;)
« Última modificação: 01 de Novembro de 2007, 14:06:21 por Leo Terra »
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Resposta #55 Online: 31 de Outubro de 2007, 22:41:31
Bem colocado, Leo. Eu diria da seguinte maneira: você não precisa estudar tudo, mas não vai a lugar nenhum sem estudar nada.


joseazevedo

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Resposta #56 Online: 01 de Novembro de 2007, 14:00:59
Se dissermos que as pessoas precisam estudar tecnicamente a terminologia de fotografia, os conceitos técnicos, etc, todo mundo aceita.

Se dissermos que o cara tem de estudar as questões artísticas, aí o cara acha que não precisa, que já nasceu com "o dom".

Oi Ivan,

acho que o ponto é esse - educação. A parte técnica é fácil, está disponível. A parte artítica a pessoa tem que ir atrás, leva tempo para estudar e entender.
Some a isso a ansiedade da juventude, que quer tudo muito rápido e o que temos é o caminho do mais rápido - o equipamento. Ele tem sua função, mas não deve ser nada mais do que uma ferramenta. E eu acredito, inclusive, que a limitação do equipamento tem que existir para que se evolua pois aí a pessoa vai ter que ter a coragem que você mencionou para assimir risco, ousar, usar a sua inteligência para chegar ao resultado desejado com o que ela tem em mãos.

Eu só fui ter câmera fotográfica aos 25 anos. Até lá usava o que conseguia com amigos e parentes. Eu acho que minhas fotos desse período são mais interessantes do que faço hoje em dia - aliás nem tenho fotografado muito pois o ritmo no trabalho está extremamente intenso, inclusive durante os finais de semana, por isso prefiro deixar os filmes na geladeira esperando a hora certa...

Raramente eu vejo alguém estudando o que vê. E esse é um exercício que eu sempre procurei fazer, até pela profissão (diretor de arte). Por quê ele usou essa luz? Como a composição deixou a imagem mais forte? Qual a influência das cores no resultado final? Se ele tivesse dado um passo para trás ou para a frente o resultado teria sido melhor? Coisas básicas mas que exigem tempo e dedicação que a maioria não dispõe.

E ainda tem a pergunta crucial: Por quê essa imagem vale um milhão de dólares? Às vezes, a foto pode ser uma grande M tecnicamente, mas então eu sempre me lembro de uma frase da autobiografia do Ansel Adams:

"Sabe qual a melhor forma de avaliar a qualidade do seu trabalho? Pela influência que ele causa no trabalho dos outros.'

Talvez a tal foto seja a origem/inspiração de milhares de outras ou mesmo de um movimento. Há que se pesquisar a razão. o importante é que ninguém é tão tolinho a ponto de pagar um milhão de dólares por uma foto ordinária. Mas se for uma foto ordinária com um valor histórico, ela passa a ter seu valor e deixa de ser uma foto ordinária exatamente por isso.

Por mais básico que possa parecer, eu sempre recomendo às pessoas que estudem as imagens que elas gostam, procurem entender porque elas gostam, o que as atrai nelas. E que faça isso com as imagens clássicas já com um background sobre a história de cada imagem. Até hoje, sinceramente, nunca vi alguém fazendo isso. É mais fácil folhear um livro e dizer que gosta, ou não, do trabalho daquele artista.

Estendendo a conversa mais um pouco, um bom exemplo disso são as fotos da Marilyn Monroe que estiveram (ainda estão?) em exposição aí no Rio. Saiu um livro sobre a exposição. Porque elas são importantes? Porque são as últimas da Marilyn antes de morrer? Porque são do Bert Stern? Porque foram feitas para a Vogue? Porque captam a sensualidade e a angústia de um símbolo sexual que iria morrer semanas depois? Por serem bonitas? Por tudo isso? Ou na verdade são umas fotos velhas e sem graça que estão tentando requentar?

Sugiro que os leitores dêem um pulo numa livraria, folheiem (ou comprem) o livro examinando cada foto com um tempinho e cheguem a suas próprias conclusões. Então, leiam o livro, pesquisem sobre a história dessas imagens na internet e vejam o quanto as suas conclusões batem com as de pessoas mais gabaritadas que nós.

É um tipo de exercício que deve ter um começo e, para os realmente interessados, não deve ter mais fim.

Abraços,

José Azevedo


Ivan de Almeida

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Resposta #57 Online: 01 de Novembro de 2007, 14:15:14
José;

Concordo muito com você.

Só, por favor, me inclua fora dos que não buscam compreender o porquê de gostarem dessa ou daquela foto. Ao contrário, sou um ávido examinador dos meus gostos, procuro entender o que me mobiliza sempre.

Tenho, até, tópicos enormes em listas analisando fotos específicas do Bresson, do Lee Friedlander, a té minhas mesmo -risos. Em geral não descanso enquanto não compreendo a dinâmica de uma foto (não sua técnica, pois isso é muito fácil).


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Resposta #58 Online: 01 de Novembro de 2007, 14:26:12
Acho que tudo é questão de referência e espelhamento.
Minha máquina fotográfica e prolongamento natural do meu braço.
Foto é algo que depende de uma certa visão... De quem fotografa, de quem vê e de quem interpreta...

www.ribeiraopreto.sp.gov.br
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Pedro Vilas Boas

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Resposta #59 Online: 01 de Novembro de 2007, 17:54:43
Aproveitando os textos do Jose e do Ivan ...

assim,
e quem não quer ser assim? Calma! Explico. Eu que fotografo aos fins de semana não pretendo , abre aspas, "inovar" nada. Só queria uma coisa: minha fotos fiquem bonitinhas para servirem de registro da minha vida.
Pra guardar num album e mostrar pr'os meus netos quem sabe.

sabe,
eu me exponho muito e faço perguntas e comentarios muitas vezes desnecessários

É que , relendo o tópico, eu me enxerguei no meio de um monte de gente culta e tal... com ambições de sempre evoluir... e como eu estaria começando, eu até me assusto.
É um mundo de informação.

tudo tem seu tempo, pedro!