Autor Tópico: FOTOGRAFIA  (Lida 4117 vezes)

Braga.SP

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Resposta #30 Online: 10 de Fevereiro de 2008, 23:11:34
Não tenho formação técnica para discutir o assunto ao nível em que ele chegou. Portanto, só me resta ficar bem quietinho no meu canto lamentando a minha santa e maldita ignorância. Santa porque me desperta a vontade de aprender; maldita porque, por vezes, faz-me sentir um inútil.

Essa questão do esforço e dom deve ser cuidadosamente avaliada. Claro que com esforço qualquer pessoa poderá, um dia, tocar piano com competência proporcional à sua vontade e dedicação. Mas, não há como negar existência de um talento nato (ou dom) em uma criança que, com poucas semanas sentada ao mesmo instrumento, venha a tocar Chopin, Strauss, Bach, e por aí vai.

Ansel Adams aos doze anos de idade já fazia fotografias que muitos de nós sequer sonham em chegar perto disso.

Há não muito tempo, a televisão mostrou um garoto de dezessete anos, morador de Heliópolis em São Paulo, que por seu talento, ganhou uma bolsa para estudar música clássica na Filarmônica de Israel. E pergunto: quantas pessoas financeiramente bem estabelecidas, cujo meio social lhes proporcinaram excelentes oportunidades como essa, não tiveram um "fim" artisticamente bastante modesto, quando não, a própria desistência disso?

Como já disse, não sou especialista no assunto, mas, minha percepção acerca deste tema me faz ter hoje esse tipo de raciocínio. Se estiver errado, por favor, conduzam este pobre ignorante que vos escreve ao caminho da aprendizado correto.
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LuizNdo

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Resposta #31 Online: 11 de Fevereiro de 2008, 00:18:52
Ivan, eu não estou querendo discutir inatismo ou definir "porque joão-de-barro é pedreiro auto-didata".

Acho que a palavra seria vocação, tendência, afinidade, ou meramente "o interesse".
Isso é comum à qualquer pessoa, nem precisando entrar no campo da genialidade. Você está muito preocupado em combater o conceito de "Dom", "Talento" quando não é exatamente disso que estou querendo falar.

A Neurociência está até hoje tateando no escuro, Ivan. Mas a incapacidade de pesquisar afundo o cérebro não invalida os fatos de que as pessoas possuem traços de personalidade próprias antes de terem experiências suficientes para tal. E mesmo quando os pais tentam inibir traços "desagradáveis", os filhos continuam a exibir tais traços.

Mas isso parece ser plenamente ignorável quando a criança é vista pela ótica da Educação, não é?
Apartir daí, a personalidade é anulada por não ser mensurável e todos são tratados como folhas em branco.
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Resposta #32 Online: 11 de Fevereiro de 2008, 00:52:35
Bom eu não vou dizer nada além de que concordo plenamente com tudo que o Ivan disse, a posição dele é exatamente o meu ponto de vista sobre o tema.
Luiz, a questão aqui é de onde vem essa individualidade e não a contextação da mesma. Resumindo, na nossa visão a individualidade vem da cadeia de experiências à qual o indivíduo é submetido desde o útero, que por si só é única, uma vez que NUNCA você irá encontrar pessoas que foram submetidas exatamente à mesma cadeia de experimentações, sendo assim você NUNCA encontrará um indivíduo perfeitamente igual ao outro, porque uma mínima mudança nestas experimentações já modifica a percepção do mundo e dependendo da forma com que isso ocorre e do momento em que este desvio ocorre esta visão pode causar uma mudança de rumo completa na formação deste indivíduo.
Eu não considero que essa questão da formação individual possa ser ignorada na educação, muitos dos cientístas que tenho lido defendem que os 3 primeiros anos de vida da criança são fundamentais para estabelecer as conexões neurais que nos darão nossas facilidades de longo prazo, ou seja, quando as crianças chegam ao processo formal de educação elas já não são mais "folhas em branco", são no mínimo dos mínimos folhas com espaços reservados (uns maiores outros menores), mas fruto de uma formação possibilitada pelo conjunto de experimentações vividas nesta fase e que por si só são unicas, eu não conheço um trabalho sequer que determine traços de personalidade sem que várias crianças tenham sido submetidas a uma experiência sequer, uma vez que já foi comprovado que a própria experiência uterina colabora para a formação de uma rede neural (mais uma vez existem experimentos fantásticos feitos com gêmeos nessa fase, onde a concorrência gera um gêmeo dominante), o próprio parto já é uma experiência diferente de indivíduo para indivíduo, então fica muito difícil conseguir uma mente livre de experiências para confirmar que parte da individualidade já vem escrita no código genético da criança, os fatores físicos irão sim influenciar na personalidade da criança, mas posteriormente afetando a forma como esta criança percebe o mundo e não trazendo escrito no código genético uma habilidade nata para algum tipo de atividade cognitiva.
« Última modificação: 11 de Fevereiro de 2008, 01:03:36 por Leo Terra »
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Resposta #33 Online: 11 de Fevereiro de 2008, 08:30:05
O problema é que aqueles que combatem a idéia da experiência como definidora tem uma visão muito pobre do que seja experiência, praticamente considerando experiência algo que já é estruturado.

Luis. Você não prestou atenção ao que eu disse sobre o Popper. O que não pode ser testado, não é ciência. É crença.


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Resposta #34 Online: 11 de Fevereiro de 2008, 09:31:29
O problema é que aqueles que combatem a idéia da experiência como definidora tem uma visão muito pobre do que seja experiência, praticamente considerando experiência algo que já é estruturado.
É por ai Ivan, concentrar o aprendizado naquilo que é estruturado e formal é uma visão bastante limitada, aprendizado nós fazemos do nia a dia, observar algo de um determinado ângulo é um aprendizado diferente de observar a mesma coisa de um ângulo diferente, ouvir uma briga baixinha ao fundo faz uma enorme diferença em relação a presenciar a briga ou mesmo ser parte dela e por ai vai e tudo isso pode modificar radicalmente a forma que percebemos o mundo, principalmente nos nossos 3 primeiros anos de vida.
« Última modificação: 11 de Fevereiro de 2008, 09:52:22 por Leo Terra »
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Resposta #35 Online: 11 de Fevereiro de 2008, 09:38:31
Eu não combato a idéia da experiência, Ivan.
Só não acho que seja "definidora".

Eu prestei atenção sobre sua citação do Popper sim. Tanto quanto a intensão de desclassificar minha discordância a partir dela.
Mas concordo com Popper, ele define bem a questão entre ciência e crença. Por isso não toquei nesse assunto.

Mas se a experiência uterina se mostra a única definidora da personalidade que ditará a relação das pessoas com o ambiente e com a cultura... não há o que argumentar.

Então fica como a combinação da gestação + ambiente + cultura que ditará as reações e afinidades de uma pessoa no futuro.
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Resposta #36 Online: 11 de Fevereiro de 2008, 09:51:33
Sim Luiz, a combinação seria mais ou menos a que você disse, ma a experiência uterina não é a única definidora da personalidade e das facilidades, ela é uma das definidoras, a estrutura da mente se forma até os 3 anos de idade, então este seria o período crucial para definir o que você teria ou não facilidade para fazer e mesmo sua forma mais geral de ver o mundo, porque nesta etapa você está estabalecendo toda a estrutura de sua mente, a partir dai essas coisas ainda poderiam ser modificadas mas a partir de um esforço pessoal, então suas facilidades viriam principalmente de suas experimentações nesta fase de sua vida (entre as experiências uterinas e cerca de 3 anos de idade), mas isso não seria um limitador no decorrer de sua vida, você ainda poderá usar novas experiências para modificar a sua forma de ver o mundo a partir de um esforço pessoal de aprendizado e observação. :)
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