Autor Tópico: Imagens Históricas  (Lida 2244 vezes)

Matheus

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Online: 06 de Julho de 2005, 17:15:52
Imagens históricas



Fotografia no Brasil reúne 400 registros em um amplo panorama da atividade no País, dos primórdios aos dias de hoje.  
 
Ivan Claudio

Durante meses, o chão da sala dos apartamentos das pesquisadoras e curadoras cariocas Nadja Fonsêca Peregrino e Angela Magalhães virou uma espécie de quebra-cabeça gigante. As peças não formavam castelos ou paisagens: eram apenas fotografias em preto-e-branco e coloridas, de assuntos os mais variados. O jogo de paciência, no caso, buscava descobrir como cada imagem participava de um movimento maior, reproduzido no prazeroso folhear de Fotografia no Brasil – um olhar das origens ao contemporâneo (Funarte, 462 págs., R$ 63). Pelo critério da semelhança e do contraste, as reproduções foram criando conexões insuspeitas e insinuando estilos. Ao final, as 400 imagens contam uma história bem pessoal da fotografia brasileira.

Ao evitar a cronologia, as pesquisadoras preferiram separar o conjunto em
grupos temáticos. “Não criamos uma camisa-de-força. Fomos espalhando
as fotos e chegando aos grandes blocos pelo que elas iam sugerindo”, afirma
Nadja. Em “A contundência do real e o simbólico” figuram imagens em que a objetividade atinge outro patamar, como o fantástico arranjo de coisas na foto
de Ed Viggiani. O bloco que abre o volume, “No fluxo do tempo da história”, reúne registros documentais que ficaram famosos. O flagrante de Getúlio Vargas tomando café na sua posse, em 1951, de autoria de José Medeiros, vem seguido do ritual
do “pretinho” entre a gente do povo, no centro de São Paulo, clique de Alice Brill, feito três anos depois. O contraste revela algo do populismo vigente. O país urbano das ruas de terra que empoeiravam os sapatos lustrosos de Assis Chateaubriand
e Adolpho Bloch, registro de Luiz Carlos Barreto, de 1962, é o mesmo que um ano atrás se mostrava vacilante no descompasso político de Jânio Quadros, esquadrinhado por Erno Schneider.

Convulsão – O amadurecimento do fotojornalismo passa pelos anos de convulsão política das décadas de 60 e 70, na imagem épica da cavalaria da polícia militar tomando a Candelária, no Rio de Janeiro, de Evandro Teixeira, que a boa edição do livro contrapõe à repressão policial do movimento contra o custo de vida, em São Paulo, flagrante histórico de Juca Martins. No texto de fôlego de abertura, as autoras – com passagem importante pelo Núcleo de Fotografia da Funarte – lembram o papel das revistas semanais nesse processo, iniciado na década de 40 com O Cruzeiro, e que chega ao auge nos anos 70. Foi nessa década que uma geração abriu espaço para que a fotografia fosse respeitada como linguagem, caso de Hélio Campos Mello, diretor de redação de IstoÉ, e sua cobertura da guerra do Golfo, em 1991. Além do fotojornalismo, as autoras tratam com clareza e muita informação do pictorialismo, do nascimento da fotografia moderna e de outros temas, até chegar ao olhar contemporâneo de dezenas de artistas do instante e da luz.


Flagrante: no alto, à esquerda, a repressão por Martins,
seguida pelo horror da guerra por Campos Mello,
a política por Schneider e o fantástico por Viggiani

Fonte: http://www.terra.com.br/istoe/1864/artes/1..._historicas.htm
« Última modificação: 06 de Julho de 2005, 17:17:16 por Matheus »


wguerreiro

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Resposta #1 Online: 06 de Julho de 2005, 20:45:42
muito bom! já achou na banca de revista?
Existem momentos em que o silêncio fala mais do que mil palavras, em outros uma única imagem muda quebra todo o silêncio.

Wagner Guerreiro
Biólogo / Fotógrafo

Salvador - Bahia
Minhas Fotos


Matheus

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Resposta #2 Online: 06 de Julho de 2005, 23:22:13
Achei nada ... só vi essa reportagem mesmo ...