[Carlos Magalhaes]

Notícia sobre a exposição "Life Before Death" no site do UOL:

http://diversao.uol.com.br/ultnot/bbc/2008/04/04/ult2242u1602.jhtm

Mostra que o trabalho foi feito com muito cuidado e humanidade.

[Kika Salem]

Notícia sobre a exposição "Life Before Death" no site do UOL:

http://diversao.uol.com.br/ultnot/bbc/2008/04/04/ult2242u1602.jhtm

Mostra que o trabalho foi feito com muito cuidado e humanidade.

Como eu imaginei, pra lidar com um assunto tão delicado, o trabalho tinha mesmo de ser muito cuidadoso com acompanhamento das pessoas por longo período, com recolhimento de depoimentos sobre como lidar com a morte anunciada. Enfim, é um trabalho muito delicado, em todos os sentidos.

[Marcelo Voss]

Eu tenho uma visão muito ortodoxa e direta sobre esses tipos de fotos. Todos os contra-argumento apresentados seguem uma linha romantizada de um assunto que, para mim, é evidente em que o único beneficiário de um trabalho assim é o fotógrafo.

Invadir a intimidade, um momento que para outros pode ser de extrema aflição, para atingir a glorificação de fazer um trabalho original e de estética contundente, usando a 'arte' como escudo, não me dobra.

Qualquer palavra sore o processo envolvido, permissão familiar etc não passará de simples especulação. Houve muita lábia envolvida, isso sim. E num momento fragilidade.

E esses moribundos, no leitos de morte, foram os que aceitaram. Deve ter muita gente que se recusou. Por isso esse tentativa de alisamento em descrever como foi o processo de permissão etc é especulativo, nada atenuante.

A vida de pacientes terminais é dolorosa, e seus valores começam a se distorcer, pois a morte é inevitável. Para mim, está mais do que óbvio que o fotógrafo se aproveitou disso.

Transporte essa estética de trabalho para como se fosse alguns entes queridos. Não me ajudaria em nada o registro de alguém num estágio de deterioração, e depois o registro sereno de morte. Como se o processo todo fosse tão simples, que a 'arte' curasse as mazelas da dores físicas reais dos pacientes e pessoas próximas.


Já para o fotógrafo, che bello, conseguiu extrair a sua 'arte', e está sendo comentado mundo afora.

As fotos estão boas? Sim, estão. E disfarçam muito bem o assalto cometido. Mas, para mim: moral corrompida.

 

[Jack]

Eu adorei, achei uma obra de arte, o mundo precisa de fotógrafos ousados e que tenham trabalhos diferentes, fora da rotina, nota 10 pro cara!!!

Abraços,

Jack

[guigui]

Acho um bonito trabalho,
ele é um retratista e achou uma maneira de captar a única expressão que não pode ser controlada pelo fotografado.
Não acho que seja uma exploração, ele teve a autorização não apenas da família, mas dos próprios fotografados.
Eu certamente teria autorizado, se estivesse na triste condição destas pessoas.

[GutoVilaça]

Sim...são fotos polêmicas, tristes, bem feitas, ousadas, inovadoras e impactantes. Cada foto gera um sentimento diferente no admirador. Essas são tristes realmente principalmente pela primeira foto. Em quase todas, a primeira foto mostra um olhar angustiado e nos remete ao sofrimento e medo à espera da morte de cada uma dessas pessoas. Chega a ser deprimente  mas é um trabalho inovador. Infelizmente a morte faz parte da vida também. Ainda que seja algo melancólico é um fato do cotidiano só que não estamos acostumados a aceitar. Definitivamente não é minha praia mas admito que se trata de um ótimo trabalho fotográfico e não acho que prejudique ninguém já que, certamente, foi autorizado pelas próprias pessoas.

[Jack]

Na verdade a maioria das pessoas tem uma relação totalmente equivocada com a morte, porque a morte é feia, triste, um terror??? Isso é resultado de uma cultura moldada pela igreja católica e que tem que mudar, é analfabetismo científico.

A natureza é perfeita, no lugar de concertar um ser velho e defeituoso ela prefere fazer um novo em folha, a morte é linda, perfeita e quem não gosta pode ir se acostumando com ela, quem sabe assim o dia que ela chegar não seja tão ruim como todo mundo pensa.

Sem querer fazer muita polêmica pessoal, mas parece que o pensamento coletivo nunca muda, temos que quebrar paradigmas, pensar diferente, inovar!!!

Abraços,

Beto

[GutoVilaça]

Beto,
Concordo em parte com você. A morte não é aceitável pelas pessoas que ficam. Perder uma pessoa querida é difícil. A tristeza está relacionada com a falta que a pessoa fará na sua vida. Também não sou apegado a religião e baseio minha vida muito mais em fatos concretos do que filosóficos mas entendo o sofrimento da pessoas. Na verdade a morte é o maior mistério não desvendado pelo ser humano por isso trás medo. O desconhecido causa esse sentimento na gente. Concordo com vc quando diz que a Natureza faz as coisas de modo perfeito. É um ciclo que se renova sempre e isso é fantástico mas o sofrimento é inerente e acredito que esse sentimento de perda e angústia pela morte faz parte da vida também. Não creio que seja desinformação ou analfabetismo. Até os animais demonstram tristeza e inquietude diante da morte. Isso é um fato. Creio eu mas cada um tem uma visão da vida e da morte e eu respeito a sua.
abs

[LuizNdo]

Jack, não é a religião que torna a morte feia e triste.
Ela é assim em qualquer lugar. O sentimento de perda é inerentemente ruim pra qualquer ser humano.
Culturas diferentes lidam de formas diferentes.

[Lúzio]

As fotos foram feitas antes e depois da morte das pessoas. Não tem retrato de morte fingida.

* Achar q a natureza é pefeita é no mínimo ingenuidade....

[Davi Sato]

Bom,

Esse trabalho é muito bonito pelo trabalho fotográfico em si, o estilo, o pb caiu mto bem... Tecnicamente mto bom, dá o tom adequado ao tema. Só o tema que nao me agrada de forma alguma...

Eu não gostaria de ter p. ex um retrato dos meus avós queridos mortos. Acho uma coisa totalmente dispensável. Prefiro a lembrança de trocentas fotos deles vivos, desde criança, adocelescentes, e outras fases das suas vidas...

Isso já é meio pessoal... 

[Marcel MM]

Na boa, antes de dizer que houve muita "labia" envolvida e não permissão da família veja se não está sendo leviano.
Que cada um aqui se coloque no lugar do moribundo, chega um fotógrafo de renome e pergunta se vc quer participar de um projeto que retrata o seu momento final, uns vão recusar, outros vão gostar de participar. Sinceramente se fosse eu numa cama nesta situação não pensaria duas vezes antes de aceitar, pois a minha história que estava prestes a acabar de uma forma não acabaria, as pessoas iriam discutir como nós aqui sobre a minha foto. O meu rosto que está prestes a se deteriorar e ser esquecido permanecerá como parte de um projeto de arte.
Por tanto não sejamos levianos aos achismos.
Vejam a sorte que a moça que posou para a Monalisa teve.

Dizer que o cara tá ganhando dinheiro sobre a desgraça alheia é pisar na profissão de fotógrafo. Sinceramente quem diz isso o que está fazendo com uma camera na mão?
Quer dizer que se vc está indo pro trabalho e um helicóptero perde o controle as suas vistas e vc se lembra que está com a sua XTi na mochila, não vai coloca-la em modo de sequencia de disparo e apertar o botão até o dedo doer e o helicóptero colidir com um prédio?
E depois de ter feito um registro tão detalhado não irá procurar o maior jornal da sua cidade para, vender as fotos pelo melhor preço e sentir o maior prazer de ver as suas fotos na primeira capa, por mais que pessoas tenham morrido?
Na boa, sejamos honestos antes de criticar os atos dos outros.

[guigui]

Na verdade a maioria das pessoas tem uma relação totalmente equivocada com a morte, porque a morte é feia, triste, um terror??? Isso é resultado de uma cultura moldada pela igreja católica e que tem que mudar, é analfabetismo científico.

A natureza é perfeita, no lugar de concertar um ser velho e defeituoso ela prefere fazer um novo em folha, a morte é linda, perfeita e quem não gosta pode ir se acostumando com ela, quem sabe assim o dia que ela chegar não seja tão ruim como todo mundo pensa.

Sem querer fazer muita polêmica pessoal, mas parece que o pensamento coletivo nunca muda, temos que quebrar paradigmas, pensar diferente, inovar!!!

Abraços,

Beto

Não há nada equivocado no sentimento humano, talvez um dos mais intensos que alguém pode experimentar durante a vida, que é o de perder alguém querido.
Cada um sente o que sente, independentemente de religião, cultura, idade, etc.
Os chineses celebram a morte como uma passagem alegre, mas isso não quer dizer que não estejam devastados de dor e saudades dos que se foram. Isso não é algo que se controle, nem que alguém ensine .  Não há como "inovar"  um sentimento que vem tão de dentro de cada um.
E, principalmente, grande equívoco é culpar a religião católica por uma característica HUMANA, e classificar isso como analfabetismo científico .Imagino que, ao dizer isso, você está falando sobre sua própria crença, ou falta dela, e seguramente ela não se aplica `a mais ninguém além de você mesmo, sendo isso uma coisa tão extremamente pessoal. Entenda e aceite a morte e a religião como quiser, você é totalmente livre para escolher como vai encarar isso, mas não diga que os outros estão errados e tem que mudar.
 Não acho a morte nem feia , nem um terror, como vc descreveu. Mas acho extremamente triste e tenho uma experiência muito forte `a este respeito.
Não acho que seja `a toa que o país inteiro esteja chocado e triste com a morte da Isabella, de 5 anos. Se você não acha isso triste, melhor para você. De minha parte sofro por ela e pela família dela, porque sei o que estão passando. Mesmo se não soubesse, nõ tem como não se abalar.
Sejamos livres em nossa fé, por favor. Ninguém é obrigado a sentir o que outra pessoa diz .

[Marcelo Voss]

Como eu mencionei, se colocar no lugar de um moribundo não chega a ser argumento, uma vez que os valores destes já se encontram distorcidos por vários fatores.

Quanto a ser leviano, assumi que deve ter tido lábia envolvida, pois detrás da conversa havia o interesse do fotógrafo em promover seu conceito premeditado de 'arte'.

Ele tinha um plano, um interesse estético, e a permissão era algo que estava no caminho desse objetivo. Com certeza ele vendeu o 'peixe' dele com uma super visão romantizada e artística, isso não tenho dúvida. Se ele falasse o que eu falei no post anterior, tenho certeza que nenhum familiar toparia. Conclue-se então que teve lábia envolvida, por mais sutilezas e processos envolvidos.

Pisar na profissão de fotógrafo é algo que não fiz em termos gerais; condenei, segundo meu entendimento, esse trabalho.

E outra: não porque eu tenho opinião contrária à certas atitudes no mundo da fotografia que alguém tem o direito de questionar meu direito de ter uma máquina fotográfica ou não. caso o contrário, isso beira o reacionarismo.

Quanto aos exemplo do helicóptero, concordo com você, que é necessário o registro fotográfico da notícia. Mas nem por isso você vai fazer fotos de corpos destroçados e exigir, em nome da profissão, que todos tenham que publicá-las e expor a família do(s) acidentado(s) a uma última humilhação visual.

Porque daí não tem nada a ver com a esfera da honestidade, é uma bem outra; e que não se restringe somente à profissão de fotógrafo.
 

[Jack]

Belas palavras Marcel MM!

Sobre religião, esse assunto não vai pra frente, simplesmente as pessoas se fecham e não discutem isso, ninguém cai na real que a igreja INVENTOU o céu e o inferno, o capeta e deus, tudo isso para ter controle sobre a massa. Mas ainda bem que hoje em dia isso está caindo por terra, a ciência é a única que faz milagres todos os dias.

A gente sofre com a morte porque não se prepara pra ela, ai que entra a influência da igreja, no Afeganistão os caras morrem e tanto eles como suas famílias ficam felizes, os homem bomba acham que vão ficar com 100 virgens no paraíso, tudo isso é cultural. Tem culturas indígenas que adoram a morte.

Sofremos porque somos treinados desde criança a sofrer, tenho certeza que é cultural!

Abraços,

Jack