Sei que não tem nada contra mim, Marcelo.
Temos apenas posturas diferentes quanto a um assunto.
Quanto a ser leviano, nesse caso, tenho que considerar minha análise tão especulativa quanto às informações da abordagem do sujeito para realizar esse projeto. O que realmente aconteceu, nunca iremos saber. Não conhecemos o fotógrafo pessoalmente, não sabemos até onde o caráter dele é questionável, e nem como tudo foi trabalhado.
O que eu, no meu entendimento, acusei foi o momento escolhido para fazer as fotos. Independente do resultado e intenções.
E me incomoda muito ainda o beneficiário ser exclusivamente o fotógrafo, ainda oriundo de um trabalho que envolveu uma situação delicada.
Mas há os fatos: fotos feitas em pacientes terminais. E para esse tipo de fotografia, envolve permissão familiar, não só do fotografado. Caso o contrário, o sujeito pode responder um processo monumental, já que o senso de valores de pacientes terminais estão seriamente distorcidos. Seja por efeitos de tratamento, seja por fatores psicólogicos provenientes da morte iminente.
E são nesses fatos que construo minha posição: como foi processada essa abordagem.
Quanto à questão de ganhar dinheiro com a desgraça alheia. Reportar as notícias, sim. Mas também é possível identificar o sensacionalismo nos diferentes veículos de comunicação (sem querer discutir agora o que é ou não sensacinalismo). E é isso que separa o bom jornalismo do mau jornalismo.
Agora, eu discuto também certos valores dentro da fotografia. É apenas o meu senso crítico, depurado das informações que nos são oferecidas. Uns concordam, outros não.
Não discuto que esse trabalho nos leva à reflexão de valores. Eu teci a minha e a expus. Concordo que usei um tom contundente ao falar do trabalho dele, mas não acredito que isso despontencialize, ou o contrário, minhas posições.
Dizer que o cara tá ganhando dinheiro sobre a desgraça alheia é pisar na profissão de fotógrafo. Sinceramente quem diz isso o que está fazendo com uma camera na mão?
Isso também é leviano de se falar, e também escrachado. Não poderia eu, a partir de um trabalho somente, subjugar a profissão de fotógrafo. Afinal, não é a fotografia artística que nos informa das mazelas do mundo, e sim a jornalística.
Mas, tudo bem, às vezes alguma ressonância emotiva nos escapa quando debatemos certos assuntos.
No mais, está tudo certo. Todos expuseram suas opiniões, e respeito todas. Mas continuo com a minha.
Já o trabalho dele não sofrerá nenhuma sanção por causa disso.
abraço, man!