O trabalho é fantástico, pois nos coloca diante da mais transcendente condição: de futuros mortos.
Olhamos as fotos e parece que algo havia antes, mas nem sempre esse algo parece maior nem melhor que o que mostram as fotos depois. O que havia antes? Uma personalidade às vezes tensa, uma presença inconforme. Em outrs não, há semelhança entre o antes e o depois, como se a condição estupefaciante de ser vivo já tivesse sido digerida, e sua volúpia de vida já não atrapalhasse ser no mistério.
Gostei, gostei muito. Não vejo o trabalho como triste, mas como muito agudo, muito desvelador.
Não concordo com o Marcelo também. Sou completamente contra a fotografia que se apoia na desgraça dos outros, mas a morte não é exatamente uma desgraça, e sim o fim natural da vida, algo que é para todos. E existe uma diferença entre os que se aproveitam da desgraça alheia de uma posição fria e possessiva, entre os que reificam as pessoas apropriando-se de suas desgraças e aqueles que fotografam compassivamente, como o nome diz, com-paixão, isto é comungando da paixão alheia.
Ivan