Autor Tópico: Quase de noite, na serra.  (Lida 3221 vezes)

Davi Sato

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Resposta #15 Online: 03 de Abril de 2008, 19:31:17
Voltando pra série família, sempre ótimas fotos. Algumas das suas fotos não consigo explicar porque são boas, simplesmente são  :ok:

Ivan, seus filhos estudam muito? Normalmente eles estão lendo alguma coisa  :D

Também notei isso! (ou talvez pq. seja mais fácil fotografá-los qdo estão parados e lendo...

Ivan, no geral eu tb. gosto dos seus retratos! Acho composições interessantíssimas! Inclusive, assim como o Pedro comentou, acho interessante como vc normalmente deixa coisas, ou objetos na cena, que eu tiraria... mas esse seu deixar dentro do quadro é que eu acho mais interessante... Em quase todas as fotos suas, eu acho que acabam enriquecendo a composição com uma informação pertinente a cena... Vc sabe fazer isso maestralmente! (olho treinado!).

Já tentei fazer umas fotos assim, sem ficar esquentando muito com o que tinha atras, ou do lado, ou mesmo na frente do assunto fotografado. Depois olhando no pc, vi que eram pura poluição visual, e nao acrescentavam nada a cena... Acho esse seu julgamento de deixar ou tirar algo da cena bem legal!!!

abraços!  :)
« Última modificação: 03 de Abril de 2008, 19:32:51 por davisato »
Canon 6D / Canon 24-104 f/4 / Pentax K10d / Sigma 28-70 f/2.8 / Pentax 18-55 / Pentax 50-200.
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Ivan de Almeida

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Resposta #16 Online: 03 de Abril de 2008, 23:04:39


Obrigadão, Davi.

Não tiro nunca nada da cena. Então, não exerço julgamento nenhum, pois não tiro nada. Só componho com o que tem. Isso é meu dogma, não mexer nas cenas. No máximo, no máximo, se eu quiser algum ângulo que tenha um obstáculo eu tiro o obstáculo. Todo o julgamento é meramente compositivo, chegando a câmera para lá, para cá, inclinando, torcendo, etc. Mas sou bastante consciente da posição das coisas em cena quando fotografo.

Normalmente, lá na serra, os filhos ficam no quarto jogando videogame ou vendo televisão, e quando estão na sala lêem ou desenham/estudam. Meu filho é meio parecido comigo, assim empolgado com as coisas, e como está fazendo desenho industrial dá de desenhar e fazer trabalhos. Minha filha gosta de ler, e lê bastante.

Antes eles ficavam na sala conosco espontaneamente, então havia fotos deles de bobeira. Agora é mais raro.

Grande abraço, Davi, obrigado pela atenção e gentileza.


Ivan de Almeida

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Resposta #17 Online: 03 de Abril de 2008, 23:07:03
Voltando pra série família, sempre ótimas fotos. Algumas das suas fotos não consigo explicar porque são boas, simplesmente são  :ok:

Ivan, seus filhos estudam muito? Normalmente eles estão lendo alguma coisa  :D

Não precisa de explicação -risos. O que você está dizendo, e eu concordo, é que lhe parecem boas em cenas que nada tem de mais. E agradeço, é legal ler isso, pois é isso mesmo o que tento fazer, o que gosto de fazer. Reencantar o mundo comum.

Olha, que eles não me leiam, mas estudam bem mais do que eu estudei...


Ivan de Almeida

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Resposta #18 Online: 03 de Abril de 2008, 23:07:40
sempre fui fã de suas composições Ivan
 :worship: :worship: :worship:

gostei da luz, excelente!

Obrigado, Artur.


Ivan de Almeida

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Resposta #19 Online: 03 de Abril de 2008, 23:11:04
Rafa, Marcelo, Adaly, Chiclete, Welington;

Obrigado a todos pelos comentários.

Rafa, a maior parte de minhas fotos é feita assim meio na ocasião. Quando estou na serra ou mesmo aqui relaxado, muitas vezes fico com a cãmera ligada olhando. E vêm idéias, e às vezes nem v~em, mas eu fotografo de bobeira e descubro alguma coisa.


Kika Salem

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Resposta #20 Online: 04 de Abril de 2008, 01:06:11
Achei essa fotografia muito bonita mesmo, embora ainda não disponha de elementos para dissecá-la. O que mais me chamou a atenção foi a atmosfera dada pela iluminação (a luz do entardecer e a iluminação artificial do abajur), a variação de luzes/contrastes/reflexos e a disposição dos elementos.
Eu sempre vejo as fotografias no fórum e no blog, mas não costumo dar palpite para não irritar ninguém. Mas hoje me chamou a atenção, além da beleza da imagem, a mudança na recepção das fotografias do Ivan de Almeida. Diria que ele, no tempo que acompanho sua participação no fórum, realizou um trabalho construtivista de formação do olhar. Ai, acho que falei bobagem.
Estou lendo um livro que me lembrou justamente isso. A autora fala da relação entre a aceitação da imagem e a familiaridade com o tema. Quanto menos familiar o tema, mais ele gera uma reação adversa.
« Última modificação: 04 de Abril de 2008, 01:08:31 por Kika Salem »


Ivan de Almeida

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Resposta #21 Online: 04 de Abril de 2008, 11:23:43
Kika;

Muito obrigado. Tanto pelo elogio à foto quanto pelo trabalho de construção de uma maneira de olhar.

De fato minha intenção na fotografia não é fazer uma fotografia espetacular, mas sim fazer uma fotografia profundamente verdadeira, porque ligada à minha vida próxima, ao meu mundo afetivo imediato ou próximo, às coisas que gosto. Isso às vezes causa um estranhamento... Parece, como antes enunciado "por que eu vou gostar disso?".

Mas sou dos que entendem que a universalidade provém do particular mostrado como universal. Então a minha vida próxima é universal porque fala de sentimentos universais, calma, afeto, apreciação pelas pessoas, locais. Isso, embora seja mostrado às vezes em uma fotografia do meu filho, é um sentimento comum, e pode reverberar no observador, ou pelo menos eu imagino que possa.

provavelmente, o requisito para gostar é acostumar-se, no sentido de já abrir o tópico sabendo que eu não vou mostrar nada de diferente disso. Cessada a expectativa de espetáculo, que pode provocar decepção porque não há espetáculo, aí a pessoa pode pensar lá com seus botões: "até que está legalzinha".

Associado a isso, agrego, isso sim de forma rigorosa, intentada, planejada, uma composição que é medida por um olho muito acostumado a medir, que é calculada em seus efeitos por um olho que sabe dos caminhos que faz.

É muito legal não apenas ver pessoas gostando, como principalmente aceitando que ali, naquele aparentemente nada há alguma coisa.