Kika;
Muito obrigado. Tanto pelo elogio à foto quanto pelo trabalho de construção de uma maneira de olhar.
De fato minha intenção na fotografia não é fazer uma fotografia espetacular, mas sim fazer uma fotografia profundamente verdadeira, porque ligada à minha vida próxima, ao meu mundo afetivo imediato ou próximo, às coisas que gosto. Isso às vezes causa um estranhamento... Parece, como antes enunciado "por que eu vou gostar disso?".
Mas sou dos que entendem que a universalidade provém do particular mostrado como universal. Então a minha vida próxima é universal porque fala de sentimentos universais, calma, afeto, apreciação pelas pessoas, locais. Isso, embora seja mostrado às vezes em uma fotografia do meu filho, é um sentimento comum, e pode reverberar no observador, ou pelo menos eu imagino que possa.
provavelmente, o requisito para gostar é acostumar-se, no sentido de já abrir o tópico sabendo que eu não vou mostrar nada de diferente disso. Cessada a expectativa de espetáculo, que pode provocar decepção porque não há espetáculo, aí a pessoa pode pensar lá com seus botões: "até que está legalzinha".
Associado a isso, agrego, isso sim de forma rigorosa, intentada, planejada, uma composição que é medida por um olho muito acostumado a medir, que é calculada em seus efeitos por um olho que sabe dos caminhos que faz.
É muito legal não apenas ver pessoas gostando, como principalmente aceitando que ali, naquele aparentemente nada há alguma coisa.