Não gosto muito de fotojornalismo. Às vezes parece mais uma fotoespionagem, bastando ter uma supertele, uma supercâmera, puxar o zoom e clicar na hora certa. Claro que mesmo isso é muito difícil durante uma guerra civil, mas não é o tipo de fotografia que me atrai.
Nesse tipo de foto, o momento vale mais que a imagem. O fotógrafo se torna uma espécie de Rambo-Clicador, que se mete no meio do fogo cruzado para registrar a guerra. Imagina como devia ser nos tempos do Capa, com foco manual e umas telezinhas curtas e escuras... e ainda dava tempo de compor, fotometrar, focar...
Não tem nada a ver com espionagem para capturar algo inédito e sim, ter uma boa retaguarda.
Trabalhei 10 anos em jornal e sei como é, tenho vasta experiência nisso.
Tínhamos uma boa retaguarda, sem ela não éramos nada. Ela que informava o local exato do fato, em muitos casos, chegávamos antes mesmo que a polícia.
Vejo os Paparazzi como os verdadeiros espiôes, seguem a pessoa, se escondem etc, não deixa de ser fotojornalismo.
Não precisa ter uma supertele, salvo quando se vai fazer esportes, ou algum fato específico, mas uma grande angular para o dia-a-dia basta.
Exemplo de uma foto que me marcou muito dos ataques do PCC em Ribeirão Preto:
Modéstia parte, fui um dos únicos no Brasil a fazer este tipo de foto. Outros fotógrafos chegavam sempre depois do fato ou quando os ônibus já haviam sido queimados.
grande abraço
Mateus