Leo; deixe-me de plano esclarecer uma coisa. Não é questão de partir para o lado pessoal. Na verdade, no caso de nossa conversa foi você quem fez isso com o comentário engraçadinho e impróprio do "nitidez do bokeh", que é um comentário bastante agressivo e desqualificador, além de ser, no contexto, pura e simplesmente errado, como tenho demonstrado nas mensagens seguintes.
Mantivesse sua argumentação sobria, colheria sobriedade recíproca.
Mas, já abrindo um pouco essa questão, é por todos os que convivem com você nos fóruns percebido que na gana de provar sua tese você muitas vezes vai além do razoável, e vê o que não existe, deixa de ver o que está na sua frente (neste tópico foram várias coisas não vistas), e torce as demonstrações pela escolha de referências inapropriadas. Tudo isso, perdoe-me dizer, tira a credibilidade global do que você diz, e apenas os que estão muito acostumados, como eu, com sua maneira de argumentar, conseguem separar o trigo do joio desnecessário.
Veja, isso não significa deixar de admirar seu conhecimento e afinco, mas simplesmente ver que ao lado dessas virtudes há um tipo de retórica falaciosa que nada acrescenta. E assim como o iniciante que lê o que você escreve, e, devido ao crédito que você tem, acredita em tudo e não devia acreditar, quem já tem costume de lê-lo pode adquirir o cacoete oposto de desacreditar mesmo quando é pertinente e razoável.
Esse excesso de gana inclui até uma revisão histórica de suas posições, pois durante muito tempo você afirmou sim que o desfoque era equivalente devido à incluência dos círculos de confusão sobre a mídia menor. Sim, esse é um ponto importante, essa influência, mas ficou sobejamente demonstrado depois que não era como você afirmava, e que essa história de "equivalente para a maioria das situações" é só uma maneira melíflua de falar que mesmo estando errado você quer se achar certo -risos. Aliás, o honesto seria ter reconhecido ter estado errado, e não insistir nessa maneira ambígua de dizer que "estou certo mesmo estando errado". Lembro que você fez exatamente o mesmo truque nessa discussão passada: escolheu situações para simular o DOF onde a variação era desprezível, não apresentando de forma franca a maioria das situações onde a diferença chega a quase dois pontos. Isso mina nossa boa vontade, pois trata-se não da busca da verdade, mas de mera -e cansativa porque extenuante- retórica. Mais uma vez eu lhe digo: vencer pelo cansaço não é vencer, ao contrário, é exatamente fazer com que o adversário de tese "lhe dê um desconto" em face da desproporcional gana de provar uma tese que você demonstra. Esse dar o desconto é uma minoração.
Já lhe falei sobre isso, e lhe digo sinceramente que se aceitasse o mínimo de observações nesse sentido, que não partem somente de mim mas tenho visto acontecer em diversos fóruns, seria uma evolução, e teríamos a parte boa do seu saber, sempre valiosa, sem a parte poluída pela vontade de ter razão acima de tudo.
Você talvez não perceba que assim como neste post onde a brincadeirinha da "nitidez no bokeh" -brincadeira sem nenhum sentido nas fotos, absolutamente apenas um gracejo desqualificador da observação que fiz na sua sanha de defender a Sony- me obrigou a mostrar a fraqueza da sua análise, que não considerou altura, não considerou ângulo de inclinação, que considerou pixel único para determinar a nitidez possível, não considerou que o morro não está em infinito mas bem perto do plano de foco, , não considerou que a lente não é absolutamente a lente do kit, etc, etc, tudo isso argumento errado, forçado, falacioso. Isso desacredita sua argumentação, desculpe-me, mas é verdade. O uso forçado de argumentos desacredita a argumentação e contamina até a parcela de razão que pode haver.
Bem, quanto ao assunto mesmo...
Para se ver de fato o detalhamento da imagem capturada pelo Bayer, o programa bom é o SharpRAW, pois ele mostra a imagem não demosaicada (isto é, mostra uma imagem da matriz com todas as cores) e assim permite examinar qual o pixel iluminado, um a um, mais facilmente ainda no canal verde.
E de todos os algoritmos, é aquele que encontrei que mais preserva as informações no demosaico, sendo brutalmente melhor que o ACR-Lightroom.
O efeito da perda de nitidez pelo demosaico no Bayer pode ser bem avaliado quando entendemos que um sensor Foveon resolve (detalhes) mais ou menos duas e meia mais vezes que um Bayer, isto é, um de 3mpx resolve pouco mais que um Bayer de 6mpx. Por isso não é cabível tomar o tamanho do pixel como você fez, porque o que ocorre é jutamente o inverso Leo, havendo média, DIMINUI e não aumenta a propagação do efeito do pixel isolado, a tal ponto que os calculadores de efeto de difração usam o diâmetro de dois pixels, e não um como limite de efeitos de difração.
Bom, para meu gosto, e entendendo que pelo menos três das cãmeras têm pixels do mesmo tamanho, e mais uma vez entendendo que o efeito da perda de nitidez pelo afastamento do plano de foco aqui afirmado por você contrario senso às condições da foto é absolutamente irrelevante diante da perda fortíssima de nitidez pela difração, e ainda, que na cópia de 30X45 temos cerca do dobro dos pixels da image, o que equivale a uma correspondente exigência à exibição em 100% na tela dos pixels originais (12mpx), sendo ambas as modalidades equivalentemente exigentes, e ainda que ao simular eu não simulei sequer visão aos 25cm, mas a dita visão 20/20, isto é, o máximo de acuidade possível, e ainda sssim a distância hiperfocal ficou em 20m, muito inferior à distância de foco (no mínimo 60m) e a distância do hotel está a apenas outros 60m dela e a dos morros a 120m, bem não há como não concluir que o efeito do desfoque por distância do plano de foco é completamente desprezível, e jamais pode ser resposabilizado pela grosseira da transcrição.
Apenas este é o meu ponto, e eu não teria isistido tanto se não fosse sua observação da "nitidez do bokeh", essa sim pessoal, desrespeitosa, agressiva -a qual não me faz absolutamente ter sentimentos negativos sobre você, é claro, mas me faz mostrar todo o absurdo dos fundamentos de seu discurso.
Enfim, tá de bom tamanho -risos.
Abraços,
ivan