Olá pessoal!
Voltei a esse tópico para postar algumas informações não só sobre como fotografar documentos históricos, mas também registrar os empecilhos impostos à tarefa, assim, caso alguém interessado procure no google métodos para fotografar documentos históricos, como já aconteceu, terá disponível um painel geral.
Preparei-me toda pra fazer uma boa reprodução fotográfica de um conjunto documental que está sob custódia da Biblioteca Nacional e que é a base da minha pesquisa atual, mas não adiantou nada, pois cheguei lá e as restrições são surreais. Pra entrar com a câmera, precisa de uma autorização do chefe do setor que, por sua vez, só autoriza a reprodução de 15 fotos mediante a apresentação de uma declaração da universidade de origem, o restante custa 10 reais cada foto, ainda que tirada por mim mesma, com meu próprio equipamento.
Detalhe importante: o acervo que eu pesquiso tem de mais de 5.000 processos, cada um com cerca de 100 páginas. Além disso, eu sou pesquisadora da Biblioteca Nacional, no período de seis meses, paga pelo governo federal para fazer essa pesquisa que tem como o objetivo divulgar o acervo da biblioteca. Curioso que a minha proposta aprovada era, além da análise do material, a de digitalização de parte do acervo. (!?)
Antes de "dar com os burros n'água" na BN, tinha ido na biblioteca da ECA/USP, fazer um trabalho parecido. Eu tive que marcar hora (das 10-12, ficar três esperando para começar novamente das 15-19 horas), não tinha acesso à mesa dos usuários e ficava junto ao setor de funcionários, na entrada da biblioteca, prestando informações, porque parecia que eu trabalhava lá, numa mesa que não cabia um jornal aberto, mas pelo menos podia fotografar (só com a câmera, porque tripé e outros equipamentos, além de proibidos, não cabiam no espaço destinado aos pesquisadores). Todas essas limitações/restrições pra pesquisar jornais e revistas que, se são antigos (anos 1970), estão muito longe de serem raros.
Conclusão: não existe uma sistemática dos arquivos e bibliotecas públicas no país, além de preocuparem-se muito mais com o arquivamento do material (guarda) do que com a consulta a ele (usuário), sendo que o acesso público é o princípio básico da arquivologia, ao menos em teoria.
Bem, nem tudo está perdido. As coisas são bem diferentes, muito mais organizadas e acessíveis, nos seguintes arquivos e bibliotecas: Arquivo Edgar Leuenroth (Unicamp-Campinas), Funarte (Rio de Janeiro), Arquivo Nacional (superintendência regional de Brasília), seção de periódicos da Biblioteca Pública do Paraná (Curitiba), entre outros.
P.S.: Já que não podia fotografar os documentos, perguntei se podia fotografar as dependências e responderam que só o rol de entrada, sem subir a escadaria que é interditada.