Autor Tópico: Cartier Bresson - 2 respostas pra pensar  (Lida 4202 vezes)

Kika Salem

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Resposta #15 Online: 09 de Maio de 2008, 17:00:38
O que eu apreendi desse tópico, sobretudo do texto do José Azevedo, e por isso ressuscitei-o, não foi o menosprezo pela técnica, mas que a fotografia como forma de expressão agrega muitas variantes. E, claro, uma dela e muito importante está associada ao desenvolvimento tecnológico que, de uma forma ou de outra, interfere no modo como se vê a imagem em contextos específicos e nas exigências (técnicas ou não) que se agregam à esta imagem. Agora tem os casos (raros) de fotógrafos que transpõem os interesses específicos do seu tempo ou de seu ofício.
Agora tudo tem que ser contextualizado, pois cada trabalho, situado num determinado tempo/lugar, dialoga com um determinado nível de exigência e com ferramentas disponíveis.
Nos dias de hoje, poucos descartam completamente a questão técnica (embora essa possibilidade não esteja descartada), haja visto o frisson que causam as discussões técnicas em torno de lançamentos de equipamentos e de novas tecnologias, por exemplo.
Enfim, ao reavivar o tópico quis dar ênfase ao texto do José, não desconsiderar a questão técnica (nem Ansel Adams :worship:) pela qual me interesso bastante, porque sem ela eu não vou alcançar o resultado que procuro, ainda que aprecie fotos cujas qualidade técnica não atenda aos padrões estabelecidos.
Nesse universo, a gente também tem que considerar as "lutas de representação" que se dão no âmbito simbólico. Guardada as proporções/importância, em vários níveis/estágios, o mundo da fotografia é permeado por elas. Acho que é mais ou menos isso que o Francisco está pedindo pra gente considerar. :ok:
« Última modificação: 09 de Maio de 2008, 17:24:13 por Kika Salem »


Chello

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Resposta #16 Online: 09 de Maio de 2008, 17:26:17
A combinação da técnica e do olhar aguçado é o que todo aquele que deseja ter a alcunha de fotógrafo procura. HCB foi um gênio e será eterna referência sem dúvidas, assim como Adams.
O que sempre tenho em mente é que de nada adianta tentar aprender a técnica mais apurada e científica da arte fotográfica, com seus cálculos malucos e equações matemáticas mirabolantes se quando você se depara com uma cena única e marcante não tem a sensibilidade de mirar, enquadrar e apertar o botão do obturador sem o menor receio de errar.
Como foi dito, cada um fotografa da maneira que quer. Eu, estou na incansável busca de fotografar antes de mais nada com a emoção que o momento me causa e se possível utilizar de todo o conhecimento técnico que possuo (não é muito, mas.. rs)

Abs
Chello
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DiogoLeal

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Resposta #17 Online: 10 de Maio de 2008, 18:10:43
José Azevedo,
ótimo texto!
Eu acho que estou num desses momentos que vc falou...
Frequento o fórum diariamente,fico procurando algo pra ler, fotos interessantes para ver, mas estou meio abusado de tudo...por isso estou participando tão pouco das discussões...
Acho que a falta de tempo,aliado a uma vontade grande de sair para fotografar estão me deixando assim...meio sem graça mesmo..
Mas suas fotos reacenderam algo em mim.É uma linguagem semelhante que eu estou querendo desenvolver.
Parabéns pelas fotos!

Diogo de C. Leal
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Marcelo Favero

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Resposta #18 Online: 10 de Maio de 2008, 19:44:10
Era importante contextualizar este pensamento, assim como saber em que época de sua carreira foi dito.
Justamente o que Bresson estava fazendo era aplicando um conceito. Não uma realidade ampla e abrangente. Esta é a característica do artista genial e genuíno. Claro que no máximo ele falava da sua fotografia, do seu trabalho. Não poderímos aplicar este conceito como um fundamento da arte fotográfica, assim como um reporter fotógráfico esportivo não é o mesmo profissional que um fotógrafo de perícia criminal, assim como não é o mesmo profissional autor de fine art, que também não é o mesmo profissional que um fotógrafo de moda.
« Última modificação: 10 de Maio de 2008, 19:44:50 por Marcelo Favero »
Marcelo dos Santos

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