Autor Tópico: "Fotografia alternativa"  (Lida 16663 vezes)

marinabellini

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Online: 04 de Agosto de 2008, 00:06:43
Tenho acompanhado os trabalhos de um fotógrafo que começou com uma dslr e após alguns meses se meteu no mundo analógico e 'lomático'
trago aqui algumas fotografias que ele tem publicado entitulando-as de 'fotografia alternativa' acrescento que todas são obtidas por meio de dupla exposição e trago alguns dados técnicos

dupla exposição.
smena 8m com filme memories iso 200 - sem edição alguma


dupla exposição.
smena 8m com filme mx-iii iso 100. tirado em iso 200 e revelado em iso 400. - sem edição alguma


algumas de seu acervo pessoal




pairam duas dúvidas:
O que vocês acham destas fotos e dessa técnica?
E esse tipo de coisa só é possível com analógicas?


Links: http://www.fotolog.com/podrepobreepoeta  http://www.flickr.com/photos/podrepobreepoeta  http://www.cuper.art.br/
Nikon D50 + Nikkor 18 - 55mm
Sony a300 + Sony Macro 18 - 70mm
Olympus Trip
Kodak CX7300 / C743

www.flickr.com/photos/marinabellini
www.fotolog.com/mahbellini


Bucephalus

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Resposta #1 Online: 04 de Agosto de 2008, 00:33:34
Fazer em digital dá, só que no PS de forma menos espontânea.

E me amarro nessa volta às origens que virou moda de um tempo pra cá, o pessoal voltando a usar filme e câmeras mais básicas. É um tipo fotografia sem frescuras, onde o o fotógrafo importa mais do que o fotógrafo.

Cheguei a comprar uma Holga 120 CFN pra brincar, mas não tenho disposição pra filme. Pelo menos eu arranquei fora a lente dela e vou adaptar pra minha Rebel XTi, fazer lomografia digital  :D

Acho que Terry Richardson foi um dos caras que criou toda essa febre, fazendo editoriais de moda com uma Olympus compacta de filme. http://www.terryrichardson.com/Start.html


Pictus

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Resposta #2 Online: 04 de Agosto de 2008, 12:07:57
Prefiro no esquema de PS mesmo, o que perde em espontaneidade ganha e possibilidades criativas. :ponder:


Lúzio

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Resposta #3 Online: 04 de Agosto de 2008, 12:39:35
Não achei legal o trabalho.
Lentes caras + câmeras caras + falta de talento é igual muito dinheiro jogado fora para mostrar status.


Ricardo Dias Lopes

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Resposta #4 Online: 04 de Agosto de 2008, 14:00:48
Estranho não gostei ...  :ponder: :ponder:
Nikon D300s + Nikon 17-55 F2.8 + Nikon 80-200 F2.8 + 2 SB 900 + Manfrotto 055XPROB
http://www.flickr.com/photos/ricardodiaslopes/


LuizNdo

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Resposta #5 Online: 04 de Agosto de 2008, 15:06:21
É possível fazer dupla exposição com digital sem o PS.
Eu acho que algumas compactas até tem possibilidade de dupla exposição. Apenas "acho".

Aqui eu usei longa exposição, bati o flash na primeira cortina e reposicionei a camera para completar a cena com outra exposição.



Aqui usei a técnica de manter a longa exposição e bater o flash manualmente em cada nova pose.



Aqui eu usei a técnica do PS. Juntando as várias exposições posteriormente.

>> Belo Horizonte <<
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Ivan de Almeida

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Resposta #6 Online: 04 de Agosto de 2008, 15:32:14
Talvez eu seja ortodoxo, mas para mim existe um espírito da fotografia que a caracteriza como manifestação artística e a distingue das demais artes visuais.

Diferentemente das demais artes visuais, nas quais a pura forma pode ser suficiente para sustentar uma obra, a fotografia mesma existe no estabelecimento de uma relação entre a coisa fotografada - o referente- e a imagem impressa no papel ou exibida na tela. Ela faz-se por um ato narrativo do fotógrafo. O fotógrafo é um narrador, um narrador da vida, do mundo. O fotógrafo não é meramente um construtor de imagens visualmente complexas, ele tem uma ação de narração, de narração de algo segundo o seu ponto de vista. Transladando para o campo da literatura, o fotógrafo seria um cronista que usa prosa poética às vezes.

O que acontece nas fotos mostradas é que sua narrativa é entre paupérrima e inexistente. Elas são meramente composições visuais "originais" (nem tanto, por isso as aspas). Há trabalhos de dupla exposição onde existe narrativa, o Rodrigo que freqüenta este fórum tem uns bem interessantes. Neles você pode dizer que o referente está embraralhado, mas há algo do referente que faz parte da mensagem, há algo de simbólico que permanece. Assim, embora ele procure explorar as bordas do que é fotografia, não deixa de sê-lo, visto que o compromisso básico da fotografria está preservado. Nessas há uma colagem de símbulos desarticulados. O referente nelas pouco importa.

Não é o processo que faz de uma fotografia uma Fotografia. O processo de transferir imagens é usado para imprimir circuitos impressos, mas eles não são Fotografia (embora sejam fotografia, grafados com fótons). Quando transferimos algo para uma tela de silk-screen, usamos uma emulsão que é análoga a da cianotipia e que se fixa pela luz, fotograficamente, mas não é Fotografia. Podemos usar uma cãmera fotográfica e não fazermos Fotografia, apenas a usarmos como instrumento para artes visual, como qualquer outro instrumento.

Assim, o trabalho mostrado para mim não é interessante como Fotografia, e como arte visual é ainda incipiente. Contudo, o fotógrafo pode ter nisso apenas um croquis, um caminho que quer perseguir, e se for assim poderá chegar a resultados fotográficos interessantes. A idéia em si não é boa nem ruim, depende de seu refinamento e desenvolvimento.



LuizNdo

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Resposta #7 Online: 04 de Agosto de 2008, 16:27:36
Ivan, realmente, o que temos aqui são apenas dicas técnicas para alguém que queira, ou precise, se valer delas para atingir alguma proposta.

Eu mesmo costumo fazer algumas fotos meramente para provocar a curiosidade das pessoas. São mais demonstrativas do que realmente "autorais".

Espero que isso tenha sido útil pra turma ;-)
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guigui

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Resposta #8 Online: 04 de Agosto de 2008, 16:43:50
É uma brincadeira, uma coisa descompromissada e relaxada.
Acho que diverte mais a quem faz do que a quem vê.
 ;)


Ivan de Almeida

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Resposta #9 Online: 04 de Agosto de 2008, 17:09:09
Ivan, realmente, o que temos aqui são apenas dicas técnicas para alguém que queira, ou precise, se valer delas para atingir alguma proposta.

Eu mesmo costumo fazer algumas fotos meramente para provocar a curiosidade das pessoas. São mais demonstrativas do que realmente "autorais".

Espero que isso tenha sido útil pra turma ;-)

perdão, Luiz, mas não me referia a você nem às fotos que mostrou, que entendi como sendo isso mesmo, demonstrativas, e sim à pergunta inicial do tópico.


Ivan de Almeida

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Resposta #10 Online: 04 de Agosto de 2008, 17:10:37

Acho que diverte mais a quem faz do que a quem vê.


Exatamente. Nada há a questionar nesse aspecto, mas quanto à Fotografia, bem, pode ser feita assim, mas com conteúdo narrativo e não somente o truque.


LuizNdo

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Resposta #11 Online: 04 de Agosto de 2008, 17:29:47
Ivan, eu compreendi sua intenção.
Tanto que já comecei demonstrando concordar com ela. :ok:

Só me manifestei para evitar que algumas pessoas desanimassem da técnica, mostrando que dá pra fazer alguma coisa e como fazê-la.

Eu também espero que a técnica seja utilizada para alcançar algum efeito que não ficaria melhor, nem mais expontâneo, de outra forma.
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Kika Salem

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Resposta #12 Online: 04 de Agosto de 2008, 18:58:27
Eu compreendo quando o Luiz e o Pedro Cupertino (que fui checar o fotolog pra ver se era isso mesmo) exploram as potencialidades técnicas da fotografia, isso é válido não só como brincadeira, mas também como processo de aprendizado ao ampliar o rol de possibilidades.

Mas considero de extrema validade explorar as considerações do Ivan acerca da narrativa como forma de agregar sentidos e significados às experimentações técnicas. E isso não deve ficar restrito ao jargão "fotografia autoral", pois acredito que quase todos procuram ser autores das suas fotos, não fosse assim, não haveria a necessidade de assiná-las.

Além disso, tenho visto que tais "brincadeiras" nem sempre são vistas desse modo por quem as faz. Não é o caso do Luiz e parece não ser o do Pedro Cupertino, mas tenho visto artistas plásticos apropriarem-se da fotografia como suporte, apresentarem resultados insatisfatórios do ponto de vista técnico (mas não só nesse quesito) e esquivarem-se das críticas quando estas são feitas ao registro fotográfico, afinal o que importa ali, argumentam, não é a foto, mas a idéia, o conceito. (Estou citando um caso específico, nem todos os artistas plásticos agem da mesma forma)

Mas achei legal a Marina postar as fotos que lhe chamam atenção, querer saber como elas são feitas (fiquei com vontade de criar uns fantasmas aqui também) e abrir uma porta para as tais discussões, sem reservas.
« Última modificação: 04 de Agosto de 2008, 20:42:13 por Kika Salem »


Pictus

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Resposta #13 Online: 04 de Agosto de 2008, 20:04:34
« Última modificação: 04 de Agosto de 2008, 20:05:59 por Pictus »


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Resposta #14 Online: 04 de Agosto de 2008, 20:51:26
Vejo uma diferença na exploração da técnica pela técnica e o uso de uma determinada técnica a serviço de uma intenção. Hoje em dia as Lomos, Holgas, filme vencido e coisas do tipo estão muito na moda, mas há de se perguntar: qual o sentido disso? A que uma revelação esverdeada está relacionada? Se a construção da imagem, do conceito e da narrativa for bem feita e se beneficiar do verde do processo cruzado, ótimo, a técnica é válida. Se não há nada disso, então é uma atividade feita mais pela diversão do fotógrafo do que pela busca de um resultado, como já se disse. Por isso não gosto nem desgosto, a priori, de nenhuma técnica ou recurso fotográfico, mas a sua validade depende da relevância dentro de um contexto.

Já fiz muitas duplas exposições com uma Nikon F2, que faz isso facilmente. Diversas outras câmeras analógicas (e algumas digitais) oferecem esse recurso. Já tentei fazer alguma coisa no PS, mas para mim o fazer precisa ser na máquina mesmo, de preferência de filme. Há uma certa intensidade quando se faz coisas desse tipo sem ver o resultado que é muito interessante e acho que dificulta, pelo menos pra mim, emular a mesma coisa no digital. Já que o Ivan citou, seguem algumas que já fiz.