Autor Tópico: ISO baixo, eu gostaria...  (Lida 8846 vezes)

Ivan de Almeida

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Resposta #60 Online: 22 de Outubro de 2008, 12:04:30
Ivan, lendo sobre a Pentax K100D, vi que apesar de ela partir de iso 200, o iso 400 é o que apresenta maior latitude. Seria então um indício de que o iso base dela seja o 400?

Outra dúvida é sobre essa exposição deslocando o histograma para a direita: não haveria o inconveniente de desvios de cor, excesso de ciano no céu, por exemplo? Vi no meio do tópico algo sobre filtro verde ou amarelo. Isso atenuaria o problema?

Sim, o ISO que tem maior latitude e melhor relação sinal/ruído é o base. Geralmente essas coisas andam juntas.

O desvio de cor é exatamente a razão das câmeras caparem o JPEG das altas luzes. Fazem isso porque o usuário comum ficaria horrorizado se aparecessem desvios de cor. mas o usuário avançado usando RAW lidará com os desvios de cor quando houver, e mesmo com os desvios de cor que podem ocorrer (ocorrem em poucas situações, se quer saber), ainda ssim terá conseguido empurrar o limite de exposição consideravelmente.

Acho maravilhoso uma câmera ter ISO-base 400. Mas o mercado não acha...


sumido

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Resposta #61 Online: 22 de Outubro de 2008, 14:28:18
Acho que deveríamos recorrer a origem da fotografia para entendermos isso.

Nos primórdios da fotografia existia o filme... hahahahah

Brincadeiras a parte, vamos ao que eu acho e que algum mestre, com quem eu sempre aprendo nesse fórum, me corrija se eu estiver errado.

O problema das primeiras fotografias era justamente a falta de sensibilidade dos filmes o que forçava os fotógrafos a levar horas de exposição para adquirirem uma imagem. E como resolveram isso? Aumentando o tamanho dos grãos de halogeneto de prata.
O material sensível impregnado no filme, responsável pela captura da imagem, é o halogeneto de prata, que por sua vez é disposto na pelicula do filme em forma de grãos. Quando o filme era feito de com grãos maiores, maior era a sensibilidade do filme, isto é, mais facilmente ele capturava a imagem (ou queimava o filme) quando exposto a luz. Só que isso causava um problema diretamente proporcional ao tamanho do grão. Esse problema é o efeito de granulação da foto. Podemos comparar esse problema com o ruído na fotografia, que são basicamente similares. Essa foi a introdução da minha tese.
Por que se manteve então, a fabricação filmes de baixa sensibilidade (abaixo de iso 100)?
Para se obter uma maior fidelidade fotográfica, quase isenta da granulação! Essa era a única maneira de burlar esse efeito.
Aí inventaram as digitais. E permaneceu a mesma lógica iso/sensibilidade herdada do filme. Mas agora num tem mais grão. Porém tem ruído. Em tese o menor iso da máquina digital é o que gera menor ruído certo? Se no filme, a única maneira de burlar o ruido era com um iso baixo, e por isso fabricava-se filme de asa 50 por exemplo, por que as maquinas digitais teriam um iso menor se isso não reduziria ruido? Ou seja, a idéia de ter iso menor era ter menor ruído, uma vez que a máquina digital tem sua melhor imagem em relação ao ruido no iso 100, por que eles fariam um iso menor que isso?
A intenção de se ter um isso baixo está diretamente ligada a necessidade de fugir do ruido/granulação e não limitar a exposição. Para isso o Ivan já nos deu uma aula nesse tópico!

Pois bem gente, essa foi minha tese, espero que tenha ajudado!





Ivan de Almeida

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Resposta #62 Online: 22 de Outubro de 2008, 14:47:27
É por aí. Abaixo do ISO-base nada se ganha, ao contrário, se perde. Acima também. Mas acima é justificável pelas situações de pouca luz.

Acho que o importante deste tópico é que se compreenda que fotografia digital não é igual à de filme só mudando de meio de captura, e que entendendo o meio de captura se pode ter várias estratégias melhoradoras, enquanto que se permanecermos na bitola que nos oferecem os fabricantes (ISOs determinados, fotômetro centrado, etc), estaremos desperdiçando as possibilidades mais avançadas da fotografia digital. Nesse sentido o JPEG das câmeras é terrível, pois ele oculta completamente essas possibilidades avançadas. Ele nos fixa nos ISOs de fábrica, nos faz usar o sensor de forma restrita.


Mestaky

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Resposta #63 Online: 23 de Outubro de 2008, 16:51:41
Olá Pessoal, alguém sabe me explicar porque a maioria das DSLR começam com ISO100, salvo algumas excessões que tem ISO50 ou ISO80 (Canon 1D e 5D série; Sony A100, exemplos, respectivamente)??? Ou o contrário também, começam com ISO200... Existe uma limitação na resolução que beira o ISO50, ou é possível uma máquina com ISO menor e uma maior qualidade de imagem? Já vi alguns testes em que a qualidade da imagem da Canon 1Ds mark II com ISO50 (por exemplo), foi menor do que com ISO100...

 :ponder: :ponder: :ponder: Alguém tem algum comentário?  :ok:

Não sei se já falaram, porque não lí o tópico todo, mas parece que o sensor tem uma sensibilidade fixa, que é a sensibilidade nativa, onde o sensor apresenta melhor resultado com retenção de texturas, ruídos e representação de cores.

Com o mundo da fotografia gira em torno da velocidade, ou seja, tudo que te permite usar um tempo de obturação mais curto, em geral, tem mais valor, os fabricantes preferem usar um sensor com um ponto nativo mais elevado, mesmo que sacrificando as baixas sensibilidades (ISO 50, ISO 25) para poder trabalhar nas altas sensibilidades (3.200, 6.400).
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rogerio_prazeres

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Resposta #64 Online: 23 de Outubro de 2008, 23:06:24
Ivan,

Eu te pedi aquela vez para apontar a discussão do ISO em digital pois observei algo interesante na prática.
Não lembro exatamente os valores que usei, então vou imaginar um exemplo fitício... nada que atrabalhe a explicação.

Aponta-se a cam apontada pra uma superfície levemente texturizada com luz fixa e abertura fixa.

1)
Faz-se uma foto em ISO400 e o fotômetro zerado.
Suponha que ficou: ISO400 f/5.6 t=1s
Obtenho uma imagem com uma certa impressão visual do ruído.

2)
Depois mantendo tudo constante, altero o ISO pra 800 e mantenho o fotômetro no zero.
Ficou: ISO800 f/5.6 t= 1/2 s
Obtenho uma imagem visualmente mais ruidosa que a 1 .

3)
Agora mantenho tudo constante, ISO800 e clico com fotometro em +1EV.
Ficou ISO800 f/5.6 t=1s novamente
A imagem 3 está mais clara. Então vou no software de conversão do RAW e abaixo 1 ponto.
Obtenho uma imagem com luminosidade e ruído aparente próxima da 1.

Em alguns testes a coisa ficou parecida com isso. Não documentei corretamente pois dá um puta trabalho, mas tive a impresão que pra ISOs proximos o resultado final depende mais da exposição real do que a exposição relativa ao ISO.
É um pouco do conceito de conservação de energia...

É assim mesmo? É o porque de vc dizer que em digital o ISO real é fixo?

Bom... pegando valores mais extremos de ISO 100 e ISO 1600 a coisa não ficou tão obvia. Também não conseguir fazer exposições semelhantes sem ultrapassar 1 segundo que é quando o ruído de longa exposição fica bem notável e atrapalha o experimento. Mas notei algo:

Na minha cam em ISO100 os tons baixos somem rapidamente ao mudar a exposição. Já os altos "sobrevivem" por vários pontos até sumirem.

Já em ISO 1600 parece ser o contrário. As sombras sobrevivem ruidosas mesmo baixando bastante a exposição e as altas saturam rapidamente.

É por aí? Vou contiuar experimentando quando tiver tempo...
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Resposta #65 Online: 23 de Outubro de 2008, 23:13:43
A propósito, não consigo achar uma explicação de como é a eletrônica de um sensor. Qual é o elemento primário, como ele muda o ISO, como o sinal é amplificado, onde é o conversor A/D...

Alguém sabe?
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