Autor Tópico: Sua Excelência a Exposição  (Lida 4928 vezes)

Credilson

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Online: 23 de Outubro de 2008, 11:07:23
Exposição para mim é ainda uma coisa difícil. Fotografando com digital, a gente pode checar o resultado na hora, mas quando usando filme, é necessário estar mais certo dos parâmetros abertura e velocidade, etc.
Encontrei um livro que gostei chamado:
 "Understanding Exposure: How to Shoot Great Photographs with a Film or Digital Camera (Updated Edition)" Bryan Peterson;

Alguns ensinamentos deste livro não consegui repetir, talvez por não ter entendido direito.
Por exemplo:
1. Em dias ensolarados com o céu limpo, sempre fotometrar apenas o céu e depois recompor a cena e clicar. O meu exemplo deixou a paisagem escura.
2. Ele fala que o verde "gosta" de 2/3 da esposição correta. Então cenas que tenham verde e branco misturados, devem ser fotometradas apenas o verde, e recompondo a cena depois, ou seja para que o branco apareça branco ao invés de cinza. O meu exemplo deixou a cena muito clara.

Alguém conhece essas técnicas?
Credilson
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Fransergio Paiva

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Resposta #1 Online: 23 de Outubro de 2008, 11:27:09
1. Em dias ensolarados com o céu limpo, sempre fotometrar apenas o céu e depois recompor a cena e clicar. O meu exemplo deixou a paisagem escura.

Cara.. complicado esta regra (não gosto de pensar em regras fixas para fotometria).. sei que ela não funcionaria com a minha D50 (e olha que a D50 tem uma latitude bacana).

No seu exemplo, uma vez que o céu possui mais pontos de luz do que o resto da paisagem, está correto o seu exemplo.  Acredito que o céu ficou perfeito.

Acredito que você deveria ter fotometrado o céu e depois a paisagem.  Para que a paisagem ficasse menos escura, o céu deveria ficar mais claro, ou seja, você deveria ter ajustado a fotometria para um ponto em que os dois "objetos" ficassem bons. 

Vale lembrar que nem sempre isto é possível, ai você deverá escolher o que deverá ficar bom, o céu ou a paisagem.

Fransergio
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Fransergio Paiva
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Randal.Junior

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Resposta #2 Online: 23 de Outubro de 2008, 11:32:17
Eu não conhecia, mas vou tentar explicar o porque. E por favor me corrijam se eu estiver errado, pois vou deduzir tudo agora... hehhehe

1. Em dias ensolarados com o céu limpo, sempre fotometrar apenas o céu e depois recompor a cena e clicar. O meu exemplo deixou a paisagem escura.

Isso se aplica melhor a filmes pois se o filme "queimar" com a claridade do céu, adeus a foto inteira, sendo conservador é melhor garantir o céu e tentar clarear na revelação que perder tudo.
Na digital o máximo que pode acontecer é ele sair branco, então brinque com a exposição até achar o ponto ideal, procure informações sobre histograma no forum.

2. Ele fala que o verde "gosta" de 2/3 da esposição correta. Então cenas que tenham verde e branco misturados, devem ser fotometradas apenas o verde, e recompondo a cena depois, ou seja para que o branco apareça branco ao invés de cinza. O meu exemplo deixou a cena muito clara.

O verde e a cor que mais agrega luminância a cena (por nosso olhos serem mais sensíveis aos verdes) e os sensores não sabem disso, se vc fotometrar verdes+brancos a câmera vai achar que tem muito mais luz na cena do que realmente tem. Por isso o 2/3 da exposição, p/ escurecer os verdes. Sobre fotometrar só o verde eu não sei, mas uns pontos a mais p/ garantir os brancos é sempre bom.

Espero ter ajudado.
Randal Junior
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Paulo Machado

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Resposta #3 Online: 23 de Outubro de 2008, 11:43:24
O que o cara quis dizer é que o céu azul tem uma tonalidade próxima ao cinza médio.
http://www.mundofotografico.com.br/forum/index.php?topic=23017.0
When words become unclear, I shall focus with photographs. When images become inadequate, I shall be content with silent.  - Ansel Adams


Randal.Junior

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Resposta #4 Online: 23 de Outubro de 2008, 11:53:09
Como eu disse posso estar errado...  ;)
Randal Junior
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Mestaky

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Resposta #5 Online: 23 de Outubro de 2008, 14:06:47
Galera,

O primeiro passo para uma exposição correta é aprender a observar a luz e suas nuances em uma cena;
O segundo passo é compreender que fotometrar não é colocar o fotômetro no meio.



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Xiru

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Resposta #6 Online: 23 de Outubro de 2008, 14:25:14
Concordo com o Marcelo.

E acrescento o terceiro passo:
ler muito, ler muito, treinar muito, treinar muito, experimentar mais ainda.

Quen sabe um quarto, como reafirmação de algo ja dito: existem diversas maneiras de interpretar e usar o fotômetro, e cada uma cabe melhor num tipo de cena e também ao gosto do fotógrafo.
Xirú Sander Scherer - Ivoti / RS


Credilson

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Resposta #7 Online: 23 de Outubro de 2008, 15:24:23
É realmente o que estou fazendo. Acho esse assunto muito interessante. O livro que estou lendo (mencionado no primeiro post), é muito interessante.

O maior desafio é escolher a melhor hora do dia, e não ter preguiça de carregar um tripé em fotos de natureza (muito mencionado no livro).

O que vocês acham do cartão cinza, resolve tudo, se eu tiver um fotômetro de mão?
Credilson
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Mestaky

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Resposta #8 Online: 23 de Outubro de 2008, 17:09:42
É realmente o que estou fazendo. Acho esse assunto muito interessante. O livro que estou lendo (mencionado no primeiro post), é muito interessante.

O maior desafio é escolher a melhor hora do dia, e não ter preguiça de carregar um tripé em fotos de natureza (muito mencionado no livro).

O que vocês acham do cartão cinza, resolve tudo, se eu tiver um fotômetro de mão?

Fotômetro SPOT da D300 da sua assinatura resolve 99,99% das situações com as quais você vai se deparar, mas primeiro precisa aprender a interpretar corretamente os resultados.

O 0,01% que faltam para você é fazer leitura de flash não TTL, o que, se não estou enganado, só um fotômetro de mão faz.

Se querem a indicação de um livro sobre fotometria para aprender de uma vez para sempre o assunto em fundamentos é o: Perfect Exposure - Jim Zuckermann, o resto é tudo receita de bolo.
« Última modificação: 23 de Outubro de 2008, 17:12:42 por Mestaky »
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Randal.Junior

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Resposta #9 Online: 23 de Outubro de 2008, 17:15:05
É realmente o que estou fazendo. Acho esse assunto muito interessante. O livro que estou lendo (mencionado no primeiro post), é muito interessante.

O maior desafio é escolher a melhor hora do dia, e não ter preguiça de carregar um tripé em fotos de natureza (muito mencionado no livro).

O que vocês acham do cartão cinza, resolve tudo, se eu tiver um fotômetro de mão?

Tudo não resolve, é bom tb, mas não é essencial.

Com o tempo e um pouco de experiência vc descobre que o fotometro da câmera e o botão de compensação já são suficientes p/ o dia-a-dia.

Nada que olhando a cena e entendendo (ou "sentindo") como o fotometro funciona, vc não consiga dizer se tem de compensar um pouquinho p/ mais ou p/ menos.
« Última modificação: 23 de Outubro de 2008, 17:17:01 por Randal.Junior »
Randal Junior
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rogerio_prazeres

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Resposta #10 Online: 23 de Outubro de 2008, 21:40:23
Uma experiência bacana de fazer é colocar a cam em RAW, apontar pra uma parede branca, zerar o fotômetro e clicar.

Depois observe o histograma e veja que ele fica todo concentrado um pouco abaixo do meio. Significa que todos os pontos ficaram próximos do cinza 18%, que é como deve ser.
Se vc fotometra numa nuvem e zera o fotometro o que vai acontecer é qe ela fica no tom cinza e o resto sai bem escuro. Está aproveitando apenas metade ou menos da latitude da cam.

...
Posso errar tb mas vou tentar explicar.

Toda cam vai registrar corretamente alguns pontos para cima e para baixo do tom que ela aproxima para cinza 18%. Isso é a latitude prática da cam e quem quer fazer fotometria com critério tem que conhecer sua mídia (se for filme também pois cada um tem uma característica).

Zerar o fotômetro calibrado pra 18% gera uma fotometria razoável para a maioria das cenas comuns de pessoas, paisagens etc. Por isso em automático toda cam zera o fotômetro.
Porém em cenas com luz mais complicada tem que saber o que tá fazendo pra aproveitar o máximo da latitude.

Exemplo: Eu sei que minha cam registra corretamente perto de 4 pontos acima do cinza médio e uns 3 pra baixo. Se eu quero fotometrar um  céu com nuvens de modo que as nuvens saiam sem estouro, eu encho a área do fotômetro com a nuvem mais clara e exponho 4 pontos abaixo (3 se eu quiser ser mais conservador).

Sai certinho, os pontos mais claros das nuvens vão corresponder à parte mais alta do histograma e daí pra baixo o que ainda estiver dentro da latitude total (que dá uns 7 pontos na minha cam) sai.
Se eu expuser um pouco mais, as sombras ficam melhores e as nuvens estouram.

Bom... não dá escrever um texto inteiro aqui... ler algo do que foi indicado é melhor negócio hehehe. Vou até procurar um desses pois tô começando a aprender mas ainda falta muito.

Abraços!
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Resposta #11 Online: 24 de Outubro de 2008, 16:37:14
Rogério, valeu pelas dicas, vou até praticar nesse fim de semana :-) Depois eu digo no que deu.

Valeu pela dica do livro, Mestaky.
Vou procurar depois.

Grande abraço a todos, e bom fim de semana.
Credilson
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Blasius

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Resposta #12 Online: 24 de Outubro de 2008, 18:18:22
Uma experiência bacana de fazer é colocar a cam em RAW, apontar pra uma parede branca, zerar o fotômetro e clicar.

Depois observe o histograma e veja que ele fica todo concentrado um pouco abaixo do meio. Significa que todos os pontos ficaram próximos do cinza 18%, que é como deve ser.
Se vc fotometra numa nuvem e zera o fotometro o que vai acontecer é qe ela fica no tom cinza e o resto sai bem escuro. Está aproveitando apenas metade ou menos da latitude da cam.

...
Posso errar tb mas vou tentar explicar.

Toda cam vai registrar corretamente alguns pontos para cima e para baixo do tom que ela aproxima para cinza 18%. Isso é a latitude prática da cam e quem quer fazer fotometria com critério tem que conhecer sua mídia (se for filme também pois cada um tem uma característica).

Zerar o fotômetro calibrado pra 18% gera uma fotometria razoável para a maioria das cenas comuns de pessoas, paisagens etc. Por isso em automático toda cam zera o fotômetro.
Porém em cenas com luz mais complicada tem que saber o que tá fazendo pra aproveitar o máximo da latitude.

Exemplo: Eu sei que minha cam registra corretamente perto de 4 pontos acima do cinza médio e uns 3 pra baixo. Se eu quero fotometrar um  céu com nuvens de modo que as nuvens saiam sem estouro, eu encho a área do fotômetro com a nuvem mais clara e exponho 4 pontos abaixo (3 se eu quiser ser mais conservador).

Sai certinho, os pontos mais claros das nuvens vão corresponder à parte mais alta do histograma e daí pra baixo o que ainda estiver dentro da latitude total (que dá uns 7 pontos na minha cam) sai.
Se eu expuser um pouco mais, as sombras ficam melhores e as nuvens estouram.

Bom... não dá escrever um texto inteiro aqui... ler algo do que foi indicado é melhor negócio hehehe. Vou até procurar um desses pois tô começando a aprender mas ainda falta muito.

Abraços!

Muito bom Rogério, vou fazer a experiência!  :ok: :ok: :ok:

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rogerio_prazeres

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Resposta #13 Online: 25 de Outubro de 2008, 03:43:59
Tava relendo aqui e vi que escrevi errado. O certo era "eu encho a área do fotômetro com a nuvem mais clara e exponho 4 pontos abaixo a mais (3 se eu quiser ser mais conservador)."

Com nuvens e outro objetos claros isso dá bem certo, mas hoje fui tentar fotometrar um pôr do sol com técnica parecida e não teve jeito de acertar de primeira... Tive que olhar o histograma e refazer a foto na tentaivas e erro.  :(  Não gostei... eu quero mesmo aprender a fotometrar como se a cam fosse de filme.
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Credilson

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Resposta #14 Online: 27 de Outubro de 2008, 09:46:06
Citar
Tava relendo aqui e vi que escrevi errado. O certo era "eu encho a área do fotômetro com a nuvem mais clara e exponho 4 pontos abaixo a mais (3 se eu quiser ser mais conservador)."

Com nuvens e outro objetos claros isso dá bem certo, mas hoje fui tentar fotometrar um pôr do sol com técnica parecida e não teve jeito de acertar de primeira... Tive que olhar o histograma e refazer a foto na tentaivas e erro.    Não gostei... eu quero mesmo aprender a fotometrar como se a cam fosse de filme.

Rogerio, realmente é isso que também quero. Eu fiz a experiencia de zerar o fotometro num tecido branco, com luz do dia indoor, e como vc disse o histograma mostra valores no meio do caminho do grafico. Mas a foto ficou meio cinza também. Vou praticar mais com outros tipos de luz.
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