Já li no fórum e em outros lugares coisas como:
Pessoal, voltando ao ponto incial apresentado pelo Ivan no post - a necessidade do ESTUDO das artes plásticas e visuais pelos praticantes da fotografia -, saiu uma matéria na Scientific American (Nº 52, set. 2006) que discute a questão da genialidade inata versus treinamento intensivo como forma de adquirir habilidade extraordinária em qualquer área.
De acordo com a matéria, vários estudos têm mostrado que talento inato é algo que não existe. O que existe, em qualquer área da atividade humana, é aquisição de habilidade - ou de um repertório amplo de soluções - pelo treinamento intensivo.
Por um lado, a matéria nos alegra: todos podemos ser "gênios"! Por outro, nos desanima: de acordo com um psicólogo citado, são necessários 10 anos de TRABALHO DURO para dominar qualquer área.
A matéria em inglês está disponível AQUI.
e em português na edição atual (nas bancas) da Scientific American.
http://www.mundofotografico.com.br/forum/index.php?topic=9174.0Há 35 anos atrás, primeiroanista de Arquitetura, assisti uma aula estranha, a única sobre isso que assisti em toda a vida, na qual um professor aposentado, o Del Negro, mostrava através de velhos (mesmo na época) slides em Preto e branco a Proporção Áurea, Divina Proporção ou Razão Áurea. Dos 85 alunos de minha turma, fui o único que foi tocado pela aula e que passou a usar isso no que fazia, e posteriormente passou a investigar o porquê disso funcionar, e posteriormente ainda passou a investigar as outras formas de proporcionamento e composição, e o processo perceptivo que dá substrato a isso. Há oito anos atrás, quando fiz mestrado, fiz sobre isso, em uma reunião de informações que são completamente dispersas, que não existem reunidas e nem articuladas. Dediquei o trabalho ao Del Negro, que saiu de sua aposentadoria pelo agudo sentimento de ser importante compartilhar aquela informação com os alunos primeiroanistas, os quais, como os fotógrafos, imaginavam e ainda imaginam que tudo o que criarem deve sair "de sua inspiração", de "seu dom", de "seu talento", de seu sentimento", e que essas coisas são "bitolas".
http://www.mundofotografico.com.br/forum/index.php?action=post;quote=224366;topic=23351.30;sesc=8491775dafd1e49ea43099f87fa6fdfapeço que voce perca uns 5 minutos vendo meu portfolio aqui: http://olhares.aeiou.pt/galeriasprivadas/browse.php?user_id=21707
voce vera fotos simples, com equipamento moderno ( nikon d300)....mas que demorei 30 anos para chegar a este ponto ( talvez eu seja muito lerdo... )
http://www.mundofotografico.com.br/forum/index.php?action=post;quote=254701;topic=26897.0;sesc=8491775dafd1e49ea43099f87fa6fdfaNum concurso interno do Foto Cine Clube Bandeirante, na década de 1980, Ernesto Tarnoczy Jr., não só ouviu do jurado um conselho para estudar composição nos livros de pintura, como também ouviu a seguinte explicação sobre uma foto na qual todas as pessoas, numa festa de oferenda à Iemanjá, estavam com as cabeças cortadas e ele não entendia no que residia a grandeza da foto. Segundo o jurado, "a força da foto não está naquilo que mostra, mas sim naquilo que sugere. Força e síntese!".
Ele, novato na fotografia, disse que levou dois anos só para assimilar a frase e entender a foto e mais uns dez para desvendar o jargão fotográfico. ("Arte da composição", p. 19)
Numa entrevista recente que assisti, Sebastião Salgado fala de como começou a fotografar. Era um programa da TV Senac. Diz ele que foi numa festa na Maison do Brésil, na Cité Universitaire (década de 1970), e, nessa ocasião, encontrou Cristiano Mascaro que também estava em Paris, mas já tinha uma Nikon e ele uma câmerazinha muito chinfrim. Na hora, ele que vivia um dilema com a profissão, pensou como vou abandonar uma carreira promissora, na área de economia, era consultor (esqueci a definição correta) da bolsa do café em Paris, se nem uma câmera decente tinha. Não demorou muito para ele comprar uma câmera igualzinha e se espelhar no exemplo do amigo que já estava tendo algum retorno com seu trabalho fotográfico com publicações etc.
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Enfim, citei esses casos de cabeça pra você não desanimar e seguir adiante porque até Sebastião Salgado foi um dia iniciante, cheio de dúvidas, conflitos e receios.
Também vou dar um prazo de carência pra nós dois de dez anos, período de aprendizado citado pelas pesquisas mencionadas pelo Carlos. Se até 2017-18 (pra mim) e 2018-19 (pra você) a gente continuar estudando/praticando e, ainda assim, não der em nada, a gente marca uma desistência coletiva. kkkk