Opa, vamos adicionar informações
No filme o ISO representa a latitude luminosa da mídia. Na digital isso também ocorre, cada sensor possui uma sensibilidade diferente, porém o ISO pode ser variado diretamente nos ajustes da câmera. Essa variação ocorre a nível digital, e não no sensor como se pode imaginar. O sinal captado é constante, assim como sua amplificação, porém a interpretação digital pode variar. Imagine que de cada fotodiodo saia uma informação que é representada por uma sequência de "zero" e "um". Esta informação contém dados da imagem, porém contém também o chamado "ruído de fundo", informações que foram captadas indevidamente (o que pode ser ocasionado pelo aquecimento não controlado do sensor, por exemplo). Assim como aprendemos lá no segundo grau, ao fazer operações binárias vamos acumulando erros, e quanto maior a cadeia de dígitos, maior o erro final. Ao variarmos o ISO na câmera, estamos justamente variando quanto dessa sequência numérica será considerada para constituir a imagem final. Dessa forma, ao usarmos um ISO baixo estamos pegando somente o estritamente necessário: o nível de ruído de fundo é baixo. Mas é importante lembrar que, caso utilizemos um ISO baixo demais, nem sequer informações básicas e reais sobre a imagem estaremos obtendo de fato, pois os picos de sinal serão baixos demais pra aparecerem nos resultados. Como se pode imaginar, disso resulta uma série de testes promovidos pelo fabricante pra determinar qual o ISO mínimo ideal pra cada câmera, o que explica por exemplo por quê determinadas digitais começam de ISO 200, enquanto outras oferecem ISO 50. Ao aumentarmos a sensibilidade, estaremos considerando mais dígitos na cadeia, e incluindo os tais erros que são representados pela granulação nas digitais: é o ruído de fundo. Os picos de ruído não apenas se põem entre os picos reais de informação, como também somam-se a eles e ainda podem sobrepô-los, dificultando sua remoção por software no pós-processamento pela impossibilidade de distinguir ruído da informação real, e prejudicando de forma permanente detalhes da imagem.
Georges não há ajuste binário (digital) no ISO convencional, só no extendido, o Iso convencional é feito via ganho elétrico no próprio sensor com o aumento da carga, com isso é gerado maior aquecimento e consequentemente maior ruído de fundo que quando amplificado aprece drasticamente na foto, a conversão binária ocorre só depois do ajuste de ganho e amplificação que são processos totalmente analógicos e envolvem ganho elétrico mesmo, como ocorre em um microfone (que tem um ajuste no ganho que é a carga aplicada em seus sensores e em seguida sofre uma amplificação).
O processo de ISO nas digitais não tem um ajuste digital, os ajustes digitais só irão ocorrer após a conversão A/D, o que ocorre depois da definição do ISO no sensor por meio totalmente analógico (salvo o ISO extendido que sofre realmente um processo digital como o que fazemos no quando ajustamos a exposição em um RAW, porém ele apresenta perda significativa de latitude.
Para mostrar isso eu fiz uma foto corretamente exposta em ISO 1600 e uma alterada em ISO 100 em RAW, neste caso só o fato de eu ter obtido uma saída diferente do conversor AD já seria justificativa, mas veja que na conversão já houve alterações drásticas na capacidade de registro, mesmo envolvendo uma câmera com latitude poderosa como a S3 vc repara que houveram vários pontos da imagem subexposta em ISO 100 que ficaram fora da latitude além de terem ficado muito mal saturadas (mesmo aumentando a saturação apenas na subexposta nem assim ela conseguiu passar sequer perto da foto em ISO 1600 e ainda perdeu vários detalhes em zonas pretas.
Fora que no ISO 100 puxado por mais que vc expanda e recupere o espéctro de cores é muito menor, o histograma não ocupa todo o intervalo disponível no gráfico do software em ISO 100, já em ISO 1600 ele ocupa com sobra com a S3, comprovando uma drástica queda de latitude quando se expande o ISO digitalmente.
Lembrando apenas que o RAW representa exatamente a informação obtida do conversor AD em toda a sua capacidade (no caso da S3 e seu conversor AD de 14 bits ela obtém todos os 14 bits por cor), ou seja as áreas perdidas no ISO 100 pela subexposição estão realmente perdidas no conversor AD e portanto não correspondem a dados que pudessem ser aproveitados por software.
Para fazer uma confirmação mais drástica eu fiz uma subexposição de 4 pontos no ISO 1600 (bem próxima do limite de latitude da S3 que em ISO 1600 deve ficar por volta de uns 9 pontos), usei a mesma exposição para salvar a partir do ISO 1600 (PS deixei um canto da cena iluminado 5 pontos acima da exposição para poder usá-lo de referência para salvar a imagem).
Conclusão, NADA de informação no ISO 100 e algumas folhas ainda preservadas em ISO 1600, como era de se esperar.
Ou seja, o ganho tem que ocorrer antes da conversão AD, ou seja, ainda no processo analógico, CQD.