Gabriel:
Pense em uma coisa: se você tem um corpo EOS capaz de receber um monte de lentes Canon, o que o faz profissional? Pois bem, não é a qualidade das fotos, pois a cãmera mesma é um simples caixote preto. A qualidade das fotos vem da lente, exclusivamente. Pois bem, então o que faz daquele corpo profissional? A resposta é: durabilidade em primeiro lugar e depois, dependendo do ramo profissional, outras capacidades (flash, disparos por segunto para fotojornalismo, modos de fotometria, etc, etc.) Esses itens são importantes para as condições reais de uso, mas não para a qualidade da foto. Para a qualidade da foto importam lente e trepidação somente.
Vamos agora transpor para a fotografia digital. O patamar para cãmera de uso profissional começa na Canon 20D e na Nikon DX2. Abaixo disso as câmeras podem receber lentes boas, e fotografarão tão bem como as irmãs mais velhas (caso da 20D e da 350XT), mas sua construção não é tão boa quanto as de uso profissional.
Vamos ainda mail longe: o que caracteriza o uso profissional relamente? Pois bem, atender à necessidade específica. Pode ser fazendo 3X4, pode ser fazendo retratos em formaturas, pode ser casamentos bem ou mal feitos, pode ser publicidade, moda, reportagem, etc. Em cada uso desses pode haver uma infinidade de formas de fazer. Vá a uma formatura de 2 grau e verá um monte de fotógrafos profissionais com Prakticas, com Pentax Spotmatics, K1000, etc.
Além do fotógrafo citadado, conheço outro que usa a s5000. Outro dia me mandou uma ótima foto. Conheço um terceiro, este colega daqui da lista, que faz fotos de produtos. É claro que há limites, e é claro que esses mesmos fotógrafos gostariam de ter limites menos apertados -quem não gostaria?- mas fazem com a s5000 uso profissional e fazem fotos de boa qualidade.
A s5100 é capaz de excelente qualidade? Não, não é. A qualidade excelente custa muito caro, ou custa menos caro mas não se compatibiliza com os equipamentos atuais. Mas o nível em que se pode chegar com ela se for um fotógrafo cuidadoso e que a conheça -toda câmera precisa que a conheçamos- será muito bom, tão bom que pode atender a uma revista como a Tecnologia e Defesa, a maior do país no ramo.
Então a coisa se resume no quanto se pode pagar, e isso estabelecerá limites, mas creia que não são exatamente limites operacionais, pois a s5100 possui recursos operacionais muito avançados como foco contínuo ([ótimo para panning), disparos em seqüência, etc, etc. O maior limite, em minha opinião, é a ótica, mas veja que isso é comparação minha com ótimas óticas que tenho usado com filme.
Tive e usei uma s5000 por um ano e hoje tenho uma s7000 há seis meses. A s7000 eu tenho um amigo fotógrafo profissional há mais de 30 anos que a usa para still e modelos em estúdio, e a prefere pela praticidade ás DSLRs. Metade sos limites que vejo na s7000 são inerentes à fotografia digital, e não limites dela. Sei disso porque tenho recebido e convertido RAWs de uma grande variedade de cãmeras, sempre encontrando neles o mesmo fechamento tonal. Talvez a câmera do Leo, a Fuji S3 não apresente isso tanto, mas as outras apresentam. A outra metade dos limites provém do sensor pequeno, mas não são exatamente limites e sim características. Veja, se você fotografa em interiores como faço, precisa abrir a lente e ao mesmo tempo ter DOF, e o sensor pequeno ajuda muito nisso. Uma câmera de sensor pequeno fechada em F2.8 dá nitidez no campo todo se for um interior de médio tamanho. Uma câmera de senor maior precisa estar em f8 ou mais, e isso implica em ISOs altos ou em velocidades mais baixas ainda. Isso é um limite para certo tipo de foto, mas um recurso para outro. Dependendo do que fará, pode ser útil ou danoso. Não existe cãmera universal.
Há um momento em que encontramos os limites reais de uma câmera. Nesse momento sabemos porque queremos outra, sabemos exatamente o porquê. Mas antes disso é só suposição. Quando chegamos a saber exatamente o que queremos nem perguntamos mais a ninguém. Fica tudo claro.