Amo muito a minha. De vez em quando, qundo não tem ninguém olhando, passo o dedo sobre o logotipo da marca, dou uma bafejada e passo uma flanela suave e lentamente. Meus olhos até marejam um pouco, só de lembrar. Mas se temos nossos momentos de delicadeza, há também os rompantes de paixão: ela muitas vezes me maltrata, como que dizendo que sou um ignorante de fotografia. Já quase joguei ela contra a parece. E ela já me deixou uma vez, foi passar uma férias em Miami com a mãe, me deixando na mão, conversando com nossas lentes. Depois o reencontro, com muita alegria, festejamos por horas. Já fui pro mato com ela (suspiros). Hoje vivemos assim, eu chamo ela de velha, ela ri e devolve, que pois é, mesmo tendo ficado ela velha, eu continuo imaturo nas fotos. As vezes acabo saindo com uma ou outra, de tanta frustração. Mas algo me diz que vou ser enterrado com ela mesmo.