E aí, o tópico morreu? Depois de navegar sobre o aspecto simbólico da fotografia, estou querendo retornar ao científico. Eu tenho algumas dúvidas que surgiram após a leitura do artigo
White Balance in Digital Cameras: Problems:
1- Sobre o UniWB. Ele seria uma forma de os histogramas das câmeras reproduzirem o real estado de uma imagem RAW, já que a maioria das câmeras mostra, mesmo em modo RAW, um histograma da imagem após a aplicação do balanço de branco. Assim, havendo uma forma de fazer com que fosse aplicado nenhum white balance, o histograma seria o verdadeiro, da imagem RAW, sem correções, embora a visualização da foto aparecesse distorcida no lcd. Correto? Uma das utilidades do UniWB é produzir um histograma real do arquivo RAW.
2- Em segundo lugar, se o fotógrafo concorda com o white balance da câmera (ou seja, se a imagem que aparece no lcd não possui distorções de cores), então não haveria motivos para usar o UniWB. O UniWB poderia ajudar o fotógrafo a obter imagens com mais detalhes nas altas luzes e menos ruído, mas teria o incômodo de a imagem possuir um color cast "artificial". Ele ainda poderia fazer o white balance manualmente em um editor raw, mas, teoricamente, ele não poderia obter um resultado melhor do que o white balance da câmera. Seria mais trabalho para chegar no mesmo lugar. Usar o UniWB seria interessante quando o fotógrafo não costuma concordar com o white balance da câmera.
3- Os sensores das câmeras não possuem exatamente a mesma sensibilidade em cada canal, por diversas razões, entre elas, produzir um desempenho ótimo em daylight. No entanto, em determinadas situações, é interessante que os três canais andem juntos no histograma de forma a não haver desperdício de dynamic range. Por exemplo, se sob uma determinada fonte de luz, o histograma apresenta o azul concentrado mais à esquerda, o vermelho no centro e o verde predominantemente à direita, será muito difícil compensar a exposição em +1EV ou +2EV sem estourar o canal verde. Desta forma, a aplicação de um filtro magenta à frente da objetiva traria um benefício real, deslocando o verde para a esquerda onde os outros canais estão concentrados. De forma análoga, o canal azul poderia ser empurrado mais para o centro com uma fonte de luz mais fria (puxada para o azul, portanto). Mas não fica claro os benefícios do uso do UniWB sem uso de filtros (seja aditivo com uma outra fonte de luz ou subtrativo com um vidro colorido na frente da lente).
Tudo leva a crer que o UniWB só faria sentido se utilizarmos um filtro na frente da lente para empurrar para a esquerda o canal mais "adiantado" à direita. Mas talvez não seja tão simples: o mais importante pode ser registrar os 3 canais sem estourar e deixar o WB para depois, até porque depois dá para fazer edições em 16/32 bits para corrigir o WB manualmente, o que leva a pensar que até uma compacta que só tem modo JPG se beneficiaria do UniWB. O histograma corrigido da câmera pode acusar superexposição erroneamente, mas como em 16 ou 32 bits o limite da superexposição pode ficar bem mais à direita isso não seria problema.
