Evandro as fotos se tornam geniais não por quem fez e sim pela intenção que representam, pela época ou pelas rupturas causadas. Neste caso é uma foto de momento decisivo (por sinal excelente momento), que é uma característica chave do autor em questão, ele tinha um trabalho extremamente consistente no que chamamos de momento decisivo. O problema é que muitos dos que fotografam ou avaliam fotos acabam se bitolando em regrinhas do que é uma foto boa, porém a arte e a genialidade estão bem além das regrinhas, estão nas intenções, nos momentos, nas rupturas e na técnica adotada de forma apropriada para captar tais elementos, o resto é puramente resto. Avaliar fotografias pelos manuais é uma limitação tão grave quanto usar os manuais como guias supremos da fotografia. Quem segue manuais se massifica, estudar fotografia é estudar história, entender sobre a época em que vive, conhecer muito bem o que se fotografa e juntar tudo isso com técnica de fato (não com o apanhado de receitinhas que se encontra por ai). Existem fotos que exigem uma técnica extremamente apurada, existem outras que exigem apenas o brilhantismo de capturar um momento único. Tem uma postagem aqui mesmo neste tópico que não é de um fotógrafo famoso e sim de um Astronauta americano. Em termos técnicos é uma foto impecável, em termos de composição sofrível, mas o momento é brilhante, o que torna a imagem brilhante e um destaque por si só. Você mede a qualidade de uma foto pelo que ela é capaz de transmitir de intenções para as pessoas. Muitas fotos não seriam nada se desligadas do contexto (por isso que o bom leitor de fotografia precisa também ler o contexto), porém quando associadas ao contexto se tornam simplesmente brilhantes, que é o caso da imagem em questão.