Autor Tópico: [COMPOSIÇÃO] Cortes no enquadramento e horizontes tortos  (Lida 19807 vezes)

sergiofotografias

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Resposta #30 Online: 24 de Janeiro de 2009, 01:24:22
     Eu vi o site do Braian Dorsey e achei as fotos espetaculares. Contudo, quando disse que gostei desta, nunca havia ouvido falar nele. Gostei não por ser "o" Braian Dorsey, mas porque gostei simplesmente. Não quer diser que eu venha a por uma dessa em meu portfolio, mas acho que só quem busca inovação sem medo de ousar, chega a uma inovação de fato. Pode errar vez por outra, é claro. Mas quem não se sujeita a cometer esses erros, também não "cometerá" acertos maestrais nunca e estará fadado a ter imágens não mais que triviais pelo resto da vida.

     Eu sempre procuro inovar em pelo menos umas poucas fotos em todo serviço que faço. Claro que a maioria, não mostro a ninguém e chego a deleta-las imediatamente após a captura. Só que tenho sido muito feliz em uma porcentagem bem rasoável de imágens que me proporcionam um diferencial em relação aos trivialistas de plantão que por medo de errar, continuam no "papai e mamãe" nos serviços que entregam a seus clientes.

     Observando as fotos do Braian Dorsey, pude notar um monte de fotos que não seriam possíveis se ele não tivesse "errado" em um punhado de vezes antes, até achar o ponto certo e criar seu estilo único e marcante.

     Eu gostaria que a Vanessa Freire (que aliás eu acho no mínimo genial), falasse  se ela consegiu atinjir o nível em que está, sem nunca ter perdido uma imágem ou outra por uma tentativa de inovação que não saiu exatamente como ela imaginou na hora de clicar.

     Eu concordo com o Leo Terra quando ele diz:
O limite entre a genialidade e o patético é muito tênue, no caso tudo depende de como se trabalha e os objetivos. Uma coisa é um corte que tira o sentido da foto, outro é um corte que dá sentido na foto. Fazer o feijão com arroz todo mundo faz na boa, conseguir fazer um trabalho diferenciado e que tenha sentido estético é que é para poucos. Temos pessoas aqui no fórum, que não são reconhecidas e são muito atrevidas (como a Vanessa Freire), que fazem um trabalho muito diferente e belíssimo, ela não faz o feijão com arroz (que são aquelas receitinhas de bolo que as pessoas usam para obter boas fotos, mas que na verdade são receitinhas para se obter algo sem efeito e homogêneo, um padrão que não diferencia ninguém), faz algo muito diferente e que produz efeitos super interessantes e não é o nome dela que provoca isso, na verdade é bem provável que ela venha a ter nome exatamente porque consegue fazer isso, fugir do senso comum com qualidade.
     Abraço a todos e "ÇUÇEÇU".
« Última modificação: 24 de Janeiro de 2009, 01:27:18 por sergiofotografias »
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sergiofotografias

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Resposta #31 Online: 24 de Janeiro de 2009, 02:15:23

E digo mais, esmiucei o site do Brain Dorsey (que tem um trabalho fantástico  mesmo, mas 1.000 vezes mais hortodoxo que a Vanessa, diga-se de passagem) e não tem nada nem parecido com isso. Em nenhuma foto cometeu nem de perto essa ousadia. Não parece o estilo dele, nem a linguagem. Posso não ter conseguido ver tudo, mas não achei nada!


     Marcelo, eu achei uma! Está na página http://www.briandorseystudios.com/weddings.html
     
     Clique na miniatura que está no alto à direita, cujo título é Weddings, que você verá uma noiva andando sobre uma pedra com o mar como fundo, segurando um buquet e cortada abaixo do ombro. Achei fantástica! Tentei posta-la aqui mas como sou novo no forum, não consegui ainda. Vou tentar novamente mais tarde.
 
     Abraço.
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Leo Terra

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Resposta #32 Online: 24 de Janeiro de 2009, 02:30:41
Sergio valeu pelo link do site. Bem legal o trabalho dele, as fotos dos grupos andando foram as que mais me chamaram a atenção.

A foto que você está falando é essa?




Pelo visto ele gosta mesmo de uns cortes menos ortodoxos e o legal é que ficam interessantes, eu também gostei desse.
Leo Terra

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sergiofotografias

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Resposta #33 Online: 24 de Janeiro de 2009, 02:38:29
     Obrigado Leo, é essa mesmo! Agora já sei como postar imágens.

     Também gostei dos grupos andando; mas as que me chamaram mais a atenção foram as fotos realizadas em plena rua, com carros e outros transeuntes compondo as cenas. Muito legal! Vou experimentar.
« Última modificação: 24 de Janeiro de 2009, 02:46:34 por sergiofotografias »
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Resposta #34 Online: 24 de Janeiro de 2009, 05:07:21
     Caramba!

     Até ontem eu nunca havia ouvido falar em Brian Dorsey

     A partir de hoje, sou fã incondicional! O cara é "O CARA"!!!!!

     A propósito, a foto  da "Noiva com a cabeça cortada", está sim no blog dele, e tanto no blog quanto no site, tem várias outras que acompanham o mesmo estilo e vão além.

     Confiram aí:
     
     http://blog.briandorseystudios.com/2008/12/dock.html

     http://www.briandorseystudios.com/

     Abraços, Sérgio.
« Última modificação: 24 de Janeiro de 2009, 05:18:10 por sergiofotografias »
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Marcelo Favero

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Resposta #35 Online: 24 de Janeiro de 2009, 10:34:49
De fato!

Me enganei e a foto está lá num blog. Mas mesmo comparando as duas noivas decapitadas a linguagem parece muito diferente. E até a produção da imagem, pois a maioria das fotos dele no site são muito mais contrastadas, incluindo essa degolada a cores.

Olha, não sei se pelo fato de na foto que originou o post ter um noivo "quase" completo, não vejo problema na foto da noiva solitária sem cabeça. Alí sim parece uma tomada original que evidencia o lugar, o  vestido, o andar, o buquê...Confesso que não sei porque exatamente, mas desta forma está bem bacana para compor um ensaio. Parece muito mais "intencional", enquanto a outra parece erro.

Mas continuo achando a foto do casal inadequada para um ensaio com noivos. Pra mim parece erro e conheço meus clientes: Não gostariam de receber um material assim, nem os mais ousados.

      Pode errar vez por outra, é claro. Mas quem não se sujeita a cometer esses erros, também não "cometerá" acertos maestrais nunca e estará fadado a ter imágens não mais que triviais pelo resto da vida.

     Eu sempre procuro inovar em pelo menos umas poucas fotos em todo serviço que faço. Claro que a maioria, não mostro a ninguém e chego a deleta-las imediatamente após a captura. Só que tenho sido muito feliz em uma porcentagem bem rasoável de imágens que me proporcionam um diferencial em relação aos trivialistas de plantão que por medo de errar, continuam no "papai e mamãe" nos serviços que entregam a seus clientes.

     Observando as fotos do Braian Dorsey, pude notar um monte de fotos que não seriam possíveis se ele não tivesse "errado" em um punhado de vezes antes, até achar o ponto certo e criar seu estilo único e marcante.

     Eu gostaria que a Vanessa Freire (que aliás eu acho no mínimo genial), falasse  se ela consegiu atinjir o nível em que está, sem nunca ter perdido uma imágem ou outra por uma tentativa de inovação que não saiu exatamente como ela imaginou na hora de clicar.


Sérgio, todos cometemos erros, principalmente nas experiências. Tenho certeza que a Vanessa, o Brain, o Greg (o Gibson), cometem muitos e clicam muuuuuuuito, fazem muita coisa para selecionar algumas fantásticas para o portifólio. As melhores fotos espontâneas são sempre tiradas em meio a muitos cliques que resultam em uma única boa. Isso é inerente ao fotojornalismo. E é importante saber o que se vai apresentar, o que se vai guardar pra pensar depois e o que vai pro lixo.

Gosto de ousadias e admiro em demasia quem inova. Apenas acho que temos alguns limites quando trabalhamos para alguém. Garanto que a degolada do tópico seria minha ruína!!

Acho excelente o trabalho do Brain (embora eu prefira a plástica do Greg Gibson). E mais ainda gosto da Vanessa. Mas o que eu mais gostaria é de ver um trabalho completo de todos eles. Não apenas seleções.
No mercado ao qual eu atendia (do qual ando meio afastado por motivos pessoais), que era um público de razoável poder aquisitivo, eu podia inovar, mas não podia deixar passar batido alianças, padrinhos, brindes e outros... Noiva decapitada com noivo sorridente... não!

 :D Abraços
« Última modificação: 24 de Janeiro de 2009, 10:37:30 por Marcelo Favero »
Marcelo dos Santos

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MateusZF

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Resposta #36 Online: 24 de Janeiro de 2009, 11:44:55
[TÓPICO UNIDO PELA MODERAÇÃO DA SALA POR CONTER ASSUNTO AFIM E TER SIDO CRIADO COM INTERVALO DE DOIS DIAS]

Acompanhando o trabalho do Brian, vem a Jéssica Clair e demonstra mais cabeças cortadas.
Acho que é uma tendência americana, mas vou deixar a discussão para vocês.


1

2

3

4

Algumas tem estilo diferentes, mas apresentam a mesma idéia da "cabeça cortada".
É um questão de análise e aprofundamento de entender a técnica.
Não acredito que é porque "é ele ou aquele fotógrafo", vai do contratado para o contratante observar a liberdade que ele tem em apresentar este material. 

E para quebrar o um pouco, mostro esta que é uma de minhas favoritas, do noivo de cabeça pra baixo. Criativo, despojado e oportunismo.




« Última modificação: 26 de Janeiro de 2009, 15:27:25 por Kika Salem »
Minha máquina fotográfica e prolongamento natural do meu braço.
Foto é algo que depende de uma certa visão... De quem fotografa, de quem vê e de quem interpreta...

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http://www.meadiciona.com/mateuszf


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Resposta #37 Online: 24 de Janeiro de 2009, 11:55:26
Na minha opinião cortar a cabeça virou moda.

Tenho notícia que nos anos 1980 fotos com cabeças cortadas foram premiadas em concursos do Foto Cine Clube Bandeirante.

Naquela época podia ter forte impacto, mas hoje e pra mim não passa de um recurso facilitado que se esconde atrás da justificativa de preservar a identidade. Eu mesma já andei cortando umas cabeças, já fiz uso das diagonais construídas, não posso ver uma moldura nem um reflexo.

Sei lá, são tantas as formas de composição que não faz sentido esgotar apenas uma.

***

Particularmente, se eu fosse contratar um fotógrafo para o meu casamento eu pediria que ele se concentrasse mais em registrar as emoções das pessoas, dos noivos, da família, e menos em "inovar" a forma. Opinião pessoal, que fique claro.
« Última modificação: 24 de Janeiro de 2009, 11:58:29 por Kika Salem »


rafaelfrota

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Resposta #38 Online: 24 de Janeiro de 2009, 12:18:38
Eu, particularmente, acho desnecessário nesses casos.Ter ou nao a cabeça da modelo nao vai influenciar em nada...acho que é mais pra seguir tendencia.


Kika Salem

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Resposta #39 Online: 24 de Janeiro de 2009, 12:23:23
E para quebrar o um pouco, mostro esta que é uma de minhas favoritas, do noivo de cabeça pra baixo. Criativo, despojado e oportunismo.


Hahaha
Tudo depende dos noivos né...
Se eu chegasse no Rodrigo e dissesse: "Rodrigo, resolvi que vamos nos casar na igreja". Depois da notícia completaria: "Por que conheço um fotógrafo muito criativo que tira foto da gente de cabeça pra baixo, em cima da árvore, pulando de asa delta ou de pára-quedas, virando estrela, fazendo espacate, no trampolim, no picadeiro" etc. Sabe o que iria acontecer se eu fizesse isso (não que eu tenha vontade, é um exemplo hipotético, que fique claro) não teria casamento nenhum.

Vou dizer uma heresia agora, mas na minha opinião tem coisa que precisa ser bem feita, mas não precisa de inovação como pudim de leite, sorvete de creme, o macarrão da vó, bolo de fubá, o pirogue da sogra e outras coisas que não são só comida.
« Última modificação: 24 de Janeiro de 2009, 12:33:21 por Kika Salem »


Marcelo Favero

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Resposta #40 Online: 24 de Janeiro de 2009, 14:58:32
Hahahahá... Tendência americana? Eu pensei que fosse francesa! Guillotine neles!
Marcelo dos Santos

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Anderson Fonseca

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Resposta #41 Online: 24 de Janeiro de 2009, 15:00:13
tá aí uma tendência que eu não sigo nem "podendo".

E duvido muito que alguém vá me pédir para fazer algo assim também.




GUEVARA

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Resposta #42 Online: 24 de Janeiro de 2009, 15:15:03
Cinceramente, nao acho normal esse tipo de composição...
nao a usaria em meus albuns de casamento...
« Última modificação: 24 de Janeiro de 2009, 15:16:08 por GUEVARA »


Bucephalus

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Resposta #43 Online: 24 de Janeiro de 2009, 15:55:06
A número 2, com a série de 3 fotos, é bem legal, mas cortar a cabeça das duas pessoas na foto é estranho  :shock:


Kika Salem

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Resposta #44 Online: 24 de Janeiro de 2009, 16:26:50
Hahahahá... Tendência americana? Eu pensei que fosse francesa! Guillotine neles!
Taí uma ótima explicação.  :hysterical:

Estou com uma pergunta na cabeça: Qual o problema das fotos tradicionais de casamentos, batizados, fotos de família etc.? Porque penso que elas não são feitas para serem expostas em galerias, mas são registros de um momento e, na minha opinião, devem mais expressar as emoções desse momento do que a artificialidade das grandes produções, embora desde sempre esse segmento na fotografia costuma sofrer demasiada produção.

Pergunto isso porque, na graduação, eu era estagiária de um arquivo histórico num trabalho de preservação de fotos antigas. Eu me divertia com as fotos antigas da minha cidade, sobretudo as de família que também eram produzidas, mas também tinha as de arquitetura, de fundações, de obras, fotos institucionais. Algumas eu me divertia porque eram muito estáticas, aquelas de família nas quais sempre tem uma criança sentada ou em cima da cadeira, porém não menos interessante. Outras a gente podia até dizer que tinha alguma preocupação com a composição e tal. Tenho a lembrança de algumas fotos de obras muito interessantes quando o operário nem sequer se configurava em motivo central da foto.

Diante do hábito de imaginar como as coisas eram e como serão, fico imaginado como será a apreensão das fotos de hoje daqui a 100, 200 anos, se elas ainda existirem obviamente. A tendência de não imprimir as fotos tende a reduzir o acervo iconográfico do futuro. Será? Se for isso mesmo, é muito curioso porque nos encontramos no mundo das imagens, mas por elas serem efêmeras, pouco se restará. Viajei agora...
« Última modificação: 24 de Janeiro de 2009, 16:32:20 por Kika Salem »