Autor Tópico: [ARTIGO] Automatismos e pós-processamento: por que não?  (Lida 20412 vezes)

GutoVilaça

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Resposta #30 Online: 28 de Março de 2009, 11:10:39

É por isso que as pessoas insistem que as regulagens verdadeiras das câmeras devem ser dominadas. E quando são dominadas, tornam-se tão naturais que nem se pensa em outra coisa.



De acordo.
 
E de tão habituado, o fotógrafo não se prende somente à fotometria. A atenção é dada a todo um conjunto da obra e não a um fato isolado.
Usar o modo manual acaba se tornando uma prática automática...rs.
VAMOS ESTUDAR MAIS FOTOGRAFIA ANTES DE CRITICAR UMA FOTO ALHEIA. VAMOS CRITICAR SE O AUTOR PEDIR. SE VAMOS CRITICAR E COMENTAR, VAMOS FAZER COM SABEDORIA, COM EMBASAMENTO E DE MODO QUE SEJA ALGO CONSTRUTIVO. NÃO APELE SE O AUTOR DAS FOTOS REBATER ÀS CRÍTICAS AFINAL ISSO É DIREITO DELE. VAMOS DÁ BONS EXEMPLOS COM NOSSAS FOTOS POIS SÓ FICAR CRITICANDO FOTOS DOS OUTROS NÃO FAZ DA GENTE UM BOM FOTÓGRAFO.  VAMOS FOTOGRAFAR MAIS E CORNETAR MENOS!!!


Cotovia

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Resposta #31 Online: 28 de Março de 2009, 11:11:39
Perfeito, Ivan! :ok:

Gostaria de saber quanto você atribuiu manualmente de TV e AV em cada foto e porque?


Ivan de Almeida

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Resposta #32 Online: 28 de Março de 2009, 11:26:21
Não atribuo nada, nada. Não uso esses modos nunca, nenhuma foto minha é feita neles. Zero por cento das fotos em Tv ou Av. Para mim se tirassem isso das câmeras melhoraria.

Dizer que é possível é apenas porque reconheço a possibilidade teórica, mas praticamente não vejo nenhuma utilidade em usá-los.

100% das minhas fotos são em M. Há câmeras minhas em que nunca o dial esteve nessas posições exceto por acidente, e nunca me interessou sequer saber como se compensa exposição naquela câmera específica (por exemplo, estou há quase dois anos com uma 20D, nunca a usei nesses modos, nem a 300D anterior, nem as de filme, e na Lumix Lx1 acho que usei alguma vez A, mas nem me lembro quando foi).

Aliás, uso lentes mecânicas, que por si só já obrigam à regulagem direta nas lentes no que tange à abertura e ao foco.

Sou capaz de usar isso, por exemplo, minha sogra tem uma Canon A470 e quando a pego uso em P ou semelhante. Mas aí é porque sou obrigado. Não tem mistério, só que é procedimento de maior opacidade que a regulagem direta, mais simples, mais econômica mentalmente e mais precisa.
« Última modificação: 28 de Março de 2009, 11:27:28 por Ivan de Almeida »


Cotovia

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Resposta #33 Online: 28 de Março de 2009, 11:36:02
Guto
Se você tem essa facilidade em ver uma cena, intepretar a luz, colocando manualmente os valores de velocidade e abertura, e, fazendo isso melhor que o fotômetro da câmera faria, só tenho que parabenizá-lo :clap:


Ivan de Almeida

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Resposta #34 Online: 28 de Março de 2009, 11:45:25
Guto
Se você tem essa facilidade em ver uma cena, intepretar a luz, colocando manualmente os valores de velocidade e abertura, e, fazendo isso melhor que o fotômetro da câmera faria, só tenho que parabenizá-lo :clap:

Celso, isto é muito fácil. Todas as fotos que mostrei acima foram feitas assim.

Basta medir a cena com medição central ou pontual e analisar em que região tonal quer que esteja uma determinada coisa, e então posicionar isso na barra do fotômetro.

Mas a pessoa só se torna fluente nisso praticando. Enquanto ela se escorar no Av Tv não se tornará fluente.

Na foto 1, por exemplo, o rosto do meu irmão foi o definidor da exposição. Eu o coloquei na posição do fotômetro que queria (provavelmente em +1) e fiz a foto. Sabia que o restante ficaria escuro.

Na foto 2, eu fotometrei o rosto de minha esposa e também o coloquei em +1. Deixei o resto acomodar-se a partir dessa escolha, pois sabia que as janelas ficariam superexpostas.

Não existe grande mistério nisso.

E não é "melhor do que o fotômetro", é usando o fotômetro de forma interpretativa, mas não "obedencendo" ao fotômetro.
« Última modificação: 28 de Março de 2009, 11:46:55 por Ivan de Almeida »


Cotovia

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Resposta #35 Online: 28 de Março de 2009, 11:49:05
Obrigado, Ivan!
Doravante vou praticar isso e ver o que eu consigo, estou muito acomodado nos modos de prioridade! :) :ok:
« Última modificação: 28 de Março de 2009, 11:56:45 por Cotovia »


Ivan de Almeida

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Resposta #36 Online: 28 de Março de 2009, 12:01:46
Ivan
O que eu quis dizer foi o seguinte:
Como exemplo, o caso da 1ª foto você intepretou a luz, colocou manualmente TV 60, AV 2.8 e bateu a foto?
Em outras palavras, olhando a cena você já sabe os valores que vai atribui na velocidade e abertura, fazendo isso melhor que o fotometro faria e deixando a foto perfeita?

Mas eu não colequei TV coisa nenhuma, é isso que estou lhe dizendo...

A foto foi em M. manual.

Eu tinha uma abertura aobrigatória porque já estava usando o ISO alto, precisava da abertura máxima, então fui lá na mesa, medi o rosto do meu irmão em modo manual e desloquei o ponteiro do fotômetro através da regulagem da velocidade até o rosto dele irmão estar um ponto a mais à direita que o centro do fotômetro, visto essa ser uma exposição boa para rostos iluminados.

Eu não sei os valores de cabeça, posso saber em casos simples, mas não em casos assim. Vou lá e meço e escolho a combinação de velocidade e de abertura que fará aquele tom ficar na região tonal que desejo para formar a imagem.

Não tem Tv nem Av. Não uso isso.


Cotovia

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Resposta #37 Online: 28 de Março de 2009, 12:08:01
Entendi, Ivan!
Estava fazendo confusão, gostei dessa maneira que explicou, vou praticar e ver os resultados.
Obrigado pela paciência e forte abraço :ok: :ok:


Ivan de Almeida

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Resposta #38 Online: 28 de Março de 2009, 12:09:00
Desculpe, respondi antes da sua edição.

Olha só... Colocando em M você verá a barra de EVs do fotómetro.

Grosso modo, a boa visibilidade (tons consistentes e definição) estará entre -1 e +1 isto é, um traço afastado além e aquém do centro. Pode ser 1+1/3. Em 1+2/3 você ainda tem algo mas já perde texturas (estou falando em JPEG, em RAW e um pouco mais).

Digamos que quer fazer um retrato. O retrato é de um rosto que tem uma parte mais clara, uma zona de pele média e uma parte mais embsombreada. Aponte o centro da lente (fotometria pontual ou central) para a parte mais clara e meça, e regule a velocidade até essa parte ficar em, digamos +1+2/3. Verifique se a parte "normal" da pele fica em +1 ou próximo, e se a parte mais escura fica no centro ou pouco abaixo. Com isso o rosto ficará natural, pois são esses os tons convencionais que esperamos encontrar na pele.

E por aí vai.

Imagine a foto pronta, e imagina o quaõ clara ficará a parte mais clara, e aí procure na barra do fotômetro colocar a parte clara na posição clara, a parte me´dia na posição média, a parte escura e legível em -1, etc, isto é, correlacione a barra do fotômetro com sua imaginação da cena.

Deu para pegar a lógica?

Isso aí é mais ou menos uma simplificação do sistema de zonas na captura.


Marcelo Favero

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Resposta #39 Online: 28 de Março de 2009, 18:53:41
Dizer que é possível é apenas porque reconheço a possibilidade teórica, mas praticamente não vejo nenhuma utilidade em usá-los.

Exceções

Note-se que isto está de acordo com a utilização do Ivan, sua linguagem e sua utilização do equipamento. Como as dele, as minhas câmeras estão com o Dial quase colado na posição M. Pois trabalhar assim é a melhor forma para atender à minha demanda. Mas há exceções fundamentais e úteis. Evidentemente para casos que não são os dele. Um repórter fotográfico, cobrindo uma manifestação na Avenida Paulista, com tropa de choque, cavalos e etc não poderá se dar ao luxo de querer trabalhar a luz e arriscar perder uma grande momento porque não deu tempo de corrigir uma exposição entre as luzes sombras que determinam os prédios. Sem dúvida, se não no automático, ele estará trabalhando em algum modo de prioridade.

Particularmente, uso prioridade de velocidade para clicar esportes. Faço alguma compensação que acho necessária e então não tenho de me preocupar com o momento em que o atleta está no sol ou na sombra. Ou seja, são situações específicas e raras para mim. E saber a hora de utilizar estes recursos também faz parte da técnica. Mesmo porque é importante saber porque eles são úteis naquele momento e não em outros.

abraços
Marcelo dos Santos

Associado Fototech


Ivan de Almeida

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Resposta #40 Online: 28 de Março de 2009, 19:25:59
Por certo, Marcelo. Obrigado pela complementação.

O que se vê, contudo, é que essa "urgência" é invocada para tudo, quando são bem poucas as ocasiões que a necessitam de fato.


Ivan de Almeida

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Resposta #41 Online: 28 de Março de 2009, 19:26:30
Bem, esta foto foi feita em JPEG com a LX1, de modo que a latitude da cena cabia na latitude do sensor.

Fiz este demonstrativo porque em outro fórum se conversava sobre como interpretar uma cena em termos de fotometria, e quis mostrar como ela pode ser interpretada se soubermos mais ou menos onde estão os tons. No caso, o médio que aqui aparece como 127 (cinza 18%), o mais claro com tom que aparece como 233, o mais escuro.

Não é uma demonstração rigorosa, mas serve para dar uma idéia. No meio tem algo como uma barra de exposição que se vê no modo manual numa câmera ao se olhar no visor, geralmente dom dois EVs para cada lado a partir do centro, divididos em terços.

Neste caso, acho que a imagem fala como mil palavras.



Xiru

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Resposta #42 Online: 28 de Março de 2009, 23:56:53
Mas gostaria de ouvir de você e do Xirú a descrição do seu processo fotográfico, e se possível como o modo M se encaixa nele. Você falou de técnica, de 90% de transpiração, então queria saber como se dá a sua criação.
Minha criação é através do "método" que citei no começo: "pré-visualização - enquadramento - medição - clic"
A medição faço em spot e de três maneiras. Duas delas são pra "instantâneos", seja hobby ou trabalho (evento), e não há mais que poucos segundos pra pensar (as vezes nem 1). A terceira, que falarei por último, é pra quando possuo mais tempo pra estudar a cena.

-- Fotometria a partir do "0EV": usada quando a foto tem poucos (ou um) elementos que me interessam. Ou que interessam muito mais que os outros. Exemplo são retratos. Fotometro a pele e coloco + ou - exposição conforme quero que saia o tom dela. Pra isso sair bem, é preciso conhecer bem a câmera que está usando, porque cada uma vai "clarear" ou "escurecer" uma certa quantidade a cada 1/3EV a mais ou a menos. Deixar a pele em +1EV numa S3 é bem diferente de deixar em +1EV numa XT.

-- Fotometria a partir do "máximo EV" que a câmera captura boa informação antes de estourar (255): Quando é uma cena mais complexa, com muitos pontos de altes e baixas luzes. Como paisagem, um jardim, uma sala com pessoas, luminárias, balcões, etc. Escolho o ponto que quero deixar prestes a estourar (por exemplo, uma parede próxima à fonte de luz ou as vezes até não próxima, como quando todas fontes de luz vêm do teto) e ali coloco +3 ou +3¹/³EV, que é o ponto da minha câmera.

-- Fotometria "minuciosa" da cena: uso quando disponho de tempo pra observar os diversos pontos duma cena (ou rosto), o que está muito claro, muito escuro, a diferença entre estes pontos, ver o que é possível tentar preservar de cada ponto, etc.

As maneiras de fotometrar dos dois primeiros casos nem sempre dão coordenadas afiadas, ou resultados onde tudo gravado na mídia está como se gostaria. Por exemplo, o rosto da pessoa ter ficado bemno tom desejado, mas o fundo ter ficado um pouco mais claro do que se desejava. Não deu "perfeição", porque diversas partes (secundárias/complementares) da cena ficam um pouco no meu "achismo" de como se sairão, mentalizo baseado numa "fotometria mental", que nao tem absolutamente NADA de científico, precisão elouvável. Mas é a única maneira de fazer estes instantâneos. Só faço isto, e contra a vontade, porque é humanamente impossível cobrir um evento fotometrando minuciosamente. Mas pra uma atividade fotográfica instantânea, numa cena muito dinâmica e pouquissimo tempo pra análise, os resultados saem sempre muito satisfatórios.
« Última modificação: 29 de Março de 2009, 00:22:13 por Xiru »
Xirú Sander Scherer - Ivoti / RS


Xiru

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Resposta #43 Online: 28 de Março de 2009, 23:59:42
Respondi a solicitação do Rodrigo sem antes ler a discussão que se desenrolou. Só agora lerei. Mas ja deu pra ver que o terceiro método que descrevi é como o que o Ivan ilustrou na imagem no post dele anterior ao meu :)
Xirú Sander Scherer - Ivoti / RS


Xiru

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Resposta #44 Online: 29 de Março de 2009, 00:31:35
Umas observações:

- Também me sinto muito mais livre fotografando em M
- Luz é tudo, é o primeiro item na escala de importância. Está no nome da atividade.
- Quando a fotometria faz parte do processo criativo, ganha-se muito. Autonomia, aprendizado, horizontes
Xirú Sander Scherer - Ivoti / RS