O mercado é como uma represa... Ele segura as novas idéias enquanto as pessoas estão comprando bem as antigas, enquanto o potencial de crescimento com as antigas ainda é bom.
Mas quando o primeiro vazamento na represa acontece, e um produto irrompe a barreira, os demais serão obrigados a acompanhar.
Veremos nos próximos 12 meses isso acontecer, havendo dois vetores importantes...
1) O aproveitamento do tipo de sensor que a marca já usa, no caso, as que usam APS-C continuarão a usá-lo nas câmeras pequenas com EVF. Essa história de 4:3 não "pegou", pura e simplesmente, e não será através do produto irruptor que pegará, porque os demais responderão com produtos de mesma filosofia com seus sensores atuais.
Aliás, isso é importante para firmar a imagem dessas câmeras como "do status das DSLRs", pois a proporção 3:4 as faz parecerem "da família das compactas", diminuindo seu valor psicológico.
2) Embora o novo sistema implique em custos iniciais, haverá uma feroz guerra de preços porque a crise está aí mesmo e as pessoas resistirão a comprar novas câmeras, novo sistema, a não ser que isso permite economia. Prevejo para daqui a um ano ou um ano e meio corpos de 250/300 dólares desse tipo de câmera, que aliás é o que acho valerem. Teremos câmeras de 280 dólares com capacidade de produzirem uma imagem tão boa quanto uma DSLR, com os mesmos atributos de linguagem. Esse sistema vai comer o andar de baixo das DSLRs, que não mais valerá a pena para os fabricantes.
Podemos dizer que as DSLRs entre 300 e 500 dólares desaparecerão gradualmente, e que as que custam 1000 dólares custarão 750 para competirem com esse sistema em seu patamar mais elevado.