Autor Tópico: Câmeras Clássicas - Canonet QL17 GIII  (Lida 23497 vezes)

Elmo

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Online: 10 de Março de 2009, 20:38:48
Tomando a idéia do Arnaldo Tomazetti, de falarmos sobre algumas das celebridades, inicio aqui uma delas, a Canonet QL17 GIII.

Acredito ser uma unanimidade o apreço a essa camerazinha tão sensacional.

Fato é, entretanto, a dificuldade de se conseguir uma aqui no Brasil, mas facílima de se achar no e-bay. A minha eu ganhei de presente, do amigo fotógrafo Carlos Abido (http://www.abidophotography.com), depois de vários dias contando a ele da difícil tarefa de comprar uma Canonet QL17 por aqui.

Carlos enviou a princesa dos EUA por correio mesmo. E chegou em grande estilo, com alguns filmes de acompanhamento:



Para quem ainda não a conhece, trata-se de uma compacta rangefinder. Um magnífico projeto da Canon, com uma objetiva rapidíssima de 40 mm e f:1,7 (que dá o nome à câmera), com seis lentes. A letra G se deve a "Grade Up" e o "III" à terceira geração das Canonets. "QL" ao sistema Quick Load, o qual proporciona um rápido carregamento do filme, disponível em diversas câmeras Canon da época.

A primeira Canonet foi lançada em 1965, com objetiva 45 mm e f:1,7 e era bem maior que a GIII. A segunda assumiu o sistema QL e, então,em 1972 surgiu a GIII.

Dessa forma, na linha do tempo, temos

1961    Canonet     
1963    Canonet Jr.    
1964    Canonet S    
1965    Canonet QL17    
1965    Canonet QL19    
1965    Canonet QL25    
1965    Canonet QL19E    
1968     Canonet 28
1969    New Canonet QL17
1970    New Canonet QL17-L
1971    New Canonet 28
1971    New Canonet QL19
1972    Canonet 17 G-III
1972    Canonet 19 G-III



No sistema QL, basta puxar o filme até uma marca vermelha existente no corpo da câmera, apoiá-lo rente à marca e fechar a tampa. Acionar a alavanca de avanço do filme até que um sinal vermelho na traseira da câmera apareça e pronto! Uma segunda janelinha mostra listras vermelhas e brancas que devem se movimentar ao avanço do filme, caso essas não se movimentem o filme foi colocado errado.



Seu obturador COPAL proporciona os tempos de 1/4 a 1/500, assim como Bulb e sincronismo de flash em qualquer velocidade. Funciona com o opcional sistema automático de prioridade de velocidade do obturador, com a abertura podendo ser visualizada pelo movimento de uma agulha sobre uma régua indicativa no visor. O visor ainda conta com um quadro compensador para o erro de paralaxe que se movimenta junto com o ajuste do foco telemétrico.



A bateria original é a PX625 de mercúrio, a qual obviamente não se encontra mais. Dessa forma, particularmente, utilizo a PX625A e que funciona muito bem sem erros consideráveis na fotometria. Um botão e um led indicativo ao lado do visor verifica a situação da bateria. Como o obturador é mecânico, somente o fotômetro necessita dessa bateria.

No corpo da objetiva encontramos ainda as figuras de Sol, Nuvens e Nuvens Escuras para aqueles não familiarizados com os valores de abertura do diafragma. Admite filme até ASA 800. Possui um temporizador meio escondido no corpo da objetiva, assim o é também a chavinha de ajuste da ASA do filme.

No meu ponto de vista a QL17 GIII é perfeita. Pequena, leve e silenciosa. O sistema de correção de paralaxe é excelente no seu visor confortavelmente claro. A visualização da abertura no visor se faz sem sacrifício, assim como a abertura do telêmetro é também muito evidente e proporciona uma tranquila focagem.

Mas se é pra dizer algum defeito, que seja então o botão de disparo, que é um tanto "mole" e faz o seu trabalho quando pressionado mais ao fundo. Mesmo a conexão com o propulsor nesse botão é meio complicada, pois o mesmo fica caído pelo peso, visto que o botão não tem muita firmeza.

Mas enfim, se conseguir achar uma a venda, não pense duas vezes.

Fotos que tirei com a minha podem ser vistas aqui:

http://www.flickr.com/photos/elmoalves/sets/72157603927352868/

E aqui o manual da beldade:

http://primco.org/photo/galleries/canonet_ql17_manual/
« Última modificação: 13 de Março de 2009, 07:24:16 por Elmo »


MAXITROL

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Resposta #1 Online: 10 de Março de 2009, 20:55:19
MAQUININHA muito legal Elmo!
Parabens excelentes fotos!

Nikon D3100 18-55 VR DX   Não construa Masmorras erga Templos.
Now he's too old to Rock'n'Roll but he's too young to die.
https://www.flickr.com/photos/125082120@N07/


GutoVilaça

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Resposta #2 Online: 10 de Março de 2009, 21:12:05
Muito legal, Elmo. Explicação sucinta e excelente sobre o funcionamento e curiosidades da máquina.
Quando estava afim de voltar a fotografar com filmes e usar máquinas analógicas, a Canonet foi minha primeira opção. É uma daquelas máquinas que todo mundo elogia.
Lembro-me que fui atrás do Severo mas ele não tinha nenhuma naquele instante. Em contrapartida para não perder venda, sabiamente ofereceu-me a Olympus OM-1. Você também deve se lembrar pois fui pegá-la na sua casa. Depois disso já adquiri outras máquinas e a paixão pelo filme e pelas analógicas só vem aumentando porém a Oly OM-1 tornou-se minha câmera oficial...rs. Depois vou abrir um tópico só para falar dela também. Além daquele artigo que escrevi estou juntando outras coisas para ficar bem legal o tópico.
Abs.
VAMOS ESTUDAR MAIS FOTOGRAFIA ANTES DE CRITICAR UMA FOTO ALHEIA. VAMOS CRITICAR SE O AUTOR PEDIR. SE VAMOS CRITICAR E COMENTAR, VAMOS FAZER COM SABEDORIA, COM EMBASAMENTO E DE MODO QUE SEJA ALGO CONSTRUTIVO. NÃO APELE SE O AUTOR DAS FOTOS REBATER ÀS CRÍTICAS AFINAL ISSO É DIREITO DELE. VAMOS DÁ BONS EXEMPLOS COM NOSSAS FOTOS POIS SÓ FICAR CRITICANDO FOTOS DOS OUTROS NÃO FAZ DA GENTE UM BOM FOTÓGRAFO.  VAMOS FOTOGRAFAR MAIS E CORNETAR MENOS!!!


Elmo

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Resposta #3 Online: 10 de Março de 2009, 21:22:14
Guto, já estou ansioso sobre a OM-1.  :ok:


Ynnavoeg

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Resposta #4 Online: 10 de Março de 2009, 21:37:42
Fantástico Elmo, não vejo a hora de experimentar a minha. Também estou ansioso quanto a OM-1. O Guto que o diga. Um grande abraço. Geovanny.
Olympus OM-1
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Billy Agfa Apotar
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Ivan de Almeida

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Resposta #5 Online: 10 de Março de 2009, 22:03:11
Elmo...

Que coincidência incrível. A minha Canonet 17 eu também ganhei do Carlos Abido. Neste forum há bastante tempo começamos a falar de rangefinders, e eu tinha (parou de funcionar) uma Kiev 4, e falava bem da fotografia com RF (e a Kiev 4 é de fato bacanérrica). Ele ficou interessado nas RF a partir daí.

O Carlos Abido parece ter, então, comprado várias Canonet em vendas de garagem e outras fontes, e um dia me perguntou se eu queria uma, pois tinha mais de uma em casa. E mandou-me.

Ela é tudo isso dito por você, e destaco a lente dele que tem uma das qualidades que mais aprecio em lentes: não colapsa as baixas luzes bruscamente. As baixas luzes são transcritas (o pessoal diz por aí renderizadas) abertas, embora as fotos tenham ótimo contraste.

Fiz uma viagem a Florianópolis somente levando a Canonet há dois anos atrás. Esses dois álbuns são de fotos dessa viagem, sem crop:

http://ivandealmeida.multiply.com/photos/album/100/100
(neste álbum tem um crop em 100% de um escaneamento onde dá para ver a definição do conjunto filme-lente quando dispomos de boa luz)

http://ivandealmeida.multiply.com/photos/album/102

Tenho como senões à cãmera o botão de disparo, que elimina um pouco da estabilidade de uma RF, tornando fotografar abaixo de 1/30 complicado (o botão desce mole mas para vencer o disparo ele precisa de um tipo de pressão que desestabiliza o clik), a alavanca de foco que é macia demais, então você pode acertar o foco e depois sem querer esbarrar na alavanca, e a marca do telêmetro, pois ela é losangular e comparativamente com a Kiev 4 bastante difícil de distinguir (por ser pequena, não por ser losango).

Nessa vez que viajei exclusivamente com ela fui ficando tão adaptado a ela que aconteceu aquela ótima mágica da fotografia natural, aquela que nós fazemos completamente habituados à cãmera e ela se torna "invisível" aos nossos pensamentos.

Ela:


Uma foto com ela:


Um detalhe da foto:



Braga.SP

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Resposta #6 Online: 10 de Março de 2009, 23:10:58
Eu a deixei no Perez (Anatec) para uma revisão. Logo, logo, eu devo apanhá-la. E quando o fizer, vou escrever alguma coisa a respeito.

É de 1958.

Ricoh Five One Nine

Igual a este modelo aqui: http://www.asahi-net.or.jp/~rd2h-ari/RI_FIVEONENINE.htm
-22.352971,-48.775582


Pomba

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Resposta #7 Online: 11 de Março de 2009, 02:08:13
bela camera!
vejo voces falando das rangefinders com tanta paixao que as vezes fico tentado a comprar uma... mas a possibilidade de algum dia aparecer uma pancake 40mm pra minha mx fala mais alto


Elmo

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Resposta #8 Online: 11 de Março de 2009, 08:30:10
Que beleza, Ivan! Muito boas as fotos. Fazer uma viagem só com a Canonet mostra a confiança que a menina nos proporciona, não é?

Aliás, por ser pequena ela se torna uma excelente companhia, concorda?

Então concordamos com o botão de disparo. Mas quanto ao anel de foco, pode ser uma particularidade da sua câmera, pois o meu é bem justinho. Aliás, tenho duas Olympus SP que têm esse diferencial, uma é macio o anel, a outra parece estar agarrando.

Quanto ao Carlos, coincidência incrível mesmo. Esse cabra é fantástico e tá meio sumido.


GutoVilaça

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Resposta #9 Online: 11 de Março de 2009, 09:18:07
Como eu entro em contato com esse amigo (Carlos Abido) de vocês?  :assobi:
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Ivan de Almeida

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Resposta #10 Online: 11 de Março de 2009, 09:19:32
Fazer uma viagem só com a Canonet expressa um desejo de simplicidade, Elmo. Porque ao mesmo tempo em que queria qualidade, queria também não ficar me preocupando com lentes, etc.

A Canonet define um espectro de possibilidades, e assim é com a fotografia em geral. Nos adaptamos a isso e extraimos o que ela nos pode dar, muitas vezes melhor do que se tivéssemos muita coisa.

Ela travou no meio dessa viagem, no meio de um Fuji Press 800... Aí fiquei sem fotografar o resto.

Mas em geral confio nas cãmeras e nunca sou de levar duplicata.


Elmo

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Resposta #11 Online: 11 de Março de 2009, 16:53:33
Levar duplicada também não levo. Mas ultimamente estou passando raiva comigo mesmo, levo mais câmera que roupa. Como sempre fico na dúvida acabo levando uma de cada tipo de filme (pequeno, médio e grande formato)... :no: E a digital também, claro!
« Última modificação: 11 de Março de 2009, 16:55:11 por Elmo »


GutoVilaça

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Resposta #12 Online: 11 de Março de 2009, 17:36:58
No final do ano passado fiz uma viagem pequena (4 dias) e levei só a máquina analógica. Reservei 2 rolos de 36 para tal. Usei só um e foi suficiente. Essa atitude para mim foi muito válida pois me preocupei mais com a qualidade das minhas fotos do que quantidade. Escolhia melhor os assuntos e ainda não fiquei "escravo" da fotografia. Aproveitei bem o passeio fazendo outras coisas. Quando peguei as fotos no lab, gostei muito dos resultados.
Nesse ano, viajei no carnaval e só levei a digital. Não iria levar nenhuma mas acabei levando e não me arrependi. As fotos que fiz também ficaram boas. Fiz umas 100 fotos em 3 dias.
Tenho um filme inacabado na minha máquina e estou esperando uma boa oportunidade para terminar o rolo. Interessante como o filme ganhou respeito na minha fotografia. Na digital eu também faço a coisa com seriedade mas o fato do filme ser um limitador (no meu caso), eu acabo sendo mais seletivo e mais criterioso. Por outro lado, o digital me permite ousar mais e acabo aprendendo também com isso.
Nesse ano quero fazer uma viagem maior e levar só filmes. Espero até lá ter segurança suficiente e trazer boas fotos pra casa. Só que pretendo levar uma reserva (analógica também). Depois do relato da câmera travada do Ivan, acho mais prudente.
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Resposta #13 Online: 11 de Março de 2009, 18:16:11
Qualquer máquina pode dar pau.

A minha canonet travou o obturador uma vez. Mas nenhuma outra sequer me deixou na mão, mas pode acontecer.

O bom das analógicas é que você mesmo pode se aventurar a consertá-la. Ainda mais as mais populares como a Canonet, que sempre têm um manual de reparo na net.

Vejam aqui:

http://www.scribd.com/doc/456139/Canon-Canonet-QL17-Repair-Manual

ou aqui:

www.pentax-manuals.com/manuals/service/canonet_giii.pdf





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Resposta #14 Online: 12 de Março de 2009, 17:39:08
Elmo parabens pelo artigo, foi muito esclarecedor. A uns dois anos atrás, ia comprar uma mais desisti pois achei um trambolho. Agora lendo seu artigo percebo q eu vi uma das primeiras gerações. Essa GIII parece ser do tamanho de uma trip, não?
Tenho muita vontade de usar uma RF pequena, mas na minha mão só aparecem trambolhos rs...

Abraços

Lucas