Autor Tópico: 2a Clínica de Análise Fotográfica - EXPERIMENTAL  (Lida 9604 vezes)

Ivan de Almeida

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Resposta #15 Online: 21 de Abril de 2009, 01:05:32
Bacana. Com o Formel completam-se dez autores, fica então fechada Clínica para novas postagens (ou seja, não serão consideradas). A partir de amanhã postarei as análises, tentando analisar a maior quantidade possível de fotos da maior variedade possível de autores.

Abraços a todos.


Ivan de Almeida

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Resposta #16 Online: 21 de Abril de 2009, 20:25:10
Gostaria da sua opinião quanto a composição, tratamento, o olhar do fotógrafo. Inclusive algumas delas eu postei no Corredor Polonês.
1- Angustia do pai vendo ele ainda sem um irmão. Quem sabe 2010.


Leandro.

Começando na ordem dos que postaram.

Olhei suas três fotos. Elas são muito diferentes entre si, à primeira vista, mas analisando a sua tendência nelas notamos uma mesma coisa.

O que elas me transmitiram? Basicamente uma atitude do fotógrafo pouco envolvida, distante no dizer do Capa. O que significa isso? Bem, vamos começar de baixo para cima com as flores na piscina. Por que um observador deveria sentir-se atraído por esta foto? O que ela mostra que pode interessar a um observador? O bouquet caiu na água. Esta é a sua mensagem, e só esta. Digamos que aqui poderíamos usar aquela palavra tão difícil... Trata-se de um registro! É uma Fotografia (com F maiúsculo). Não, é um registro.

A atitude distante é porque o fotógrafo não fez a fotografia, não se deu à fotografia. Quase se pode dizer que ela foi feita pela cãmera, o mágico aparelho registrador...

O que é um registro? Muita gente vê fotos de cenas e as chamam de registros, mas não necessariamente são registros. Na 1a Clínica vimos fotos do Fábio. São registros? Sim e não. Sem dúvida registram momentos, mas se acompanhar o que conversamos lá, sequer são de fato registros de momentos, só parecem, pois o que vemos na foto é algo da fotografia, não do momento que a originou. Então não são registros, são fotografias. O que vemos nelas é decorrente das opções fotográficas. Se tiver dúvidas, leia o que conversamos lá.

Mas essas suas, todas três, um pouco menos a segunda, exageradamente a terceira, são registros, isto é, o acontecimento é aquilo que está na fotografia, sem o fotógrafo ter acrescentado a isso uma narrativa modificadora ou interpretativa. O bouquet caiu na água, você voltou a câmera para ele e o clicou. A foto mostra o bouquet na água. Se eu não visse a foto mas alguém me disesse "Olha, Ivan, o bouquet caiu na piscina!", eu saberia a mesma coisa sem precisar da fotografia.

Então, no meu modo de ver, nas suas fotos estão sendo perdidas as oportunidades úicas da fotografia, isto é, um leque de escolhas fotográficas que mostram aquilo para o observador de uma maneira única que não pode ser substituída por "O bouquet caiu na água".

Diz-se (não é verdade): Uma imagem vale mais que mil palavras. Mas a imagem do bouquet pode ser substituída por apenas 5 palavras! Se fosse para armazenar em um meio qualquer, seria mais econômico armazenar as 5 palavras.

Mas a imagem poderia valer mais que as 5 palavras se nela houvesse algo que não pudesse ser transmitido por palavras, um clima, uma forma, uma abordagem relacionando as cores, enfim, informações essencialmente visuais.

Essas informações visuais são agregadas por um elenco de recursos compositivos, fotométricos, enfim, por uma TRANSFORMAÇÃO que o fotógrafo promove na coisa fotografada. Então a foto do bouquet poderia ser muito dramática ou engraçada ou paradoxal, mas seria preciso que o conjuto água-bouquet fosse transformado pela sua narrativa de forma que nós o víssemos para além do mero registro do fato. Que nós víssemos além do fato.

Essa narrativa fotográfica, dada pelo enquadramento, pela composição, pela fotometria, pelo foco/desfoque, pelos elementos que estarão contidos na foto, ela poetiza a narrativa. Poetizar aqui está significando ESTETIZAR. Ela torna a narrativa estética, o que não é o caso.

Observe esta frase do João Guimarães Rosa (A Terceira margem do rio):
"Isto não havia, acontecia."
Agora observe que se poderia dizer a mesma coisa com uma frase mais ou menos assim:
"Estava acontecendo algo muito improvável."

Notou a diferença? Na primeira frase há, além da segunda, infinitos desdobramentos que podem ser saboreados pelo leitor. Na segunda há meramente uma informação.

São duas narrativas, a primeira é estética, a segunda "um registro", ou seja, meramente informa. A primeira informa também, mas informa de uma maneira que toma o leitor e o obriga a uma ginástica mental, que o prende, que o põe a pensar. A segunda apenas o informa.

As três fotografias, com a diferença dos temas, têm essa característica. Falta a elas Linguagem Fotográfica, isto é, uma aplicação consciente dos recurosos fotográficos com objetivo de criar um fato estético (uma fotografia). O interesse da fotografia foi confiado ao acontecimento. O fotógrafo agiu como um registrador automático que entrega ao acontecimento a construção do sentido de sua fotografia.

Observe o título que você deu à fotografia do seu filho... Como é que o observador patilharia desses sentimentos? Nada na foto indica isso!

Este título mostra outra tendência: é forçar uma significação para as fotos. As fotos não devem precisar de títulos, sequer. É da imagem, apenas da imagem, das sombras, do enquadramento, do tamanho das coisas, desse conjunto de arranjos visuais que o observador obterá a vantagem. Fotografar é arrumar através do visor essas coisas para sensibilizar o observador.



Citar
2- Cores e luz. Não sei se foi o momento q foi muito agradável pra mim, mas eu gosto dessa.


3- Casamento e pequeno incidente na piscina.


Obrigado Ivan. :ok:


Leandro Federsoni

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Resposta #17 Online: 21 de Abril de 2009, 21:08:48
Olá Ivan....muito obrigado pela análise.

Amanhã colocarei o meu ponto de vista sobre a sua análise. :ok:

Rapidamente eu apenas acho que vc deveria colocar na análise o fato delas terem um proprietário que podem retirar uma leitura bem maior se elas vivenciaram aquele momento.....por exemplo a foto da flor foi comprada pelos noivos, pois representaram pra ele um momento único e trouxe muito mais que um registro.

Tenta imaginar as suas fotografias no caso dos seus filhos, que deve ser a maioria das suas fotos sendo lida por quem não está vivenciando com eles?

Abraço


Ivan de Almeida

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Resposta #18 Online: 21 de Abril de 2009, 21:20:50
Márcio;

Noto nas suas fotos uma espécie de busca quase concretizada. Mais na segunda e na terceira, pois a primeira parece-me mais ligada à satisfação de ter flagrado a decolagem da garça. Mas mesmo nessa há isso. Esta foto parece uma foto "no susto", ou seja, você se preparava para fotografar, estava compondo quando a graça decolou e você apertou o botão.

Foi falado, na análise das fotos do Leandro, da ausência de olhar fotográfico, ou linguagem fotográfica. No seu caso essa linguagem está presente. As cenas não são "aquelas" e pronto, elas são interpretadas e domadas pela fotografia. Os barcos estão embaixo, há em cima a nuvem desenhando o céu e ocupando uma região precisa.

Há a estrada levando para longe, a folha no chão, o caminho para o olhar.

São escolhas fotográficas. os barcos poderiam ser fotografados de mil maneiras, você os fotografou de uma certa maneira onde está denotada a escolha. Você escolheu a forma de narrar. A estrada não é ela, é ela narrada de um ponto de vista baixo, assumindo um trecho de desfoque no pé da foto, etc.

Pode ser dito, porém, que havendo essa abordagem fotográfica/compositiva, ela não se realiza ainda totalmente. Por que tanto desfocado na estrada? O que ele acrescenta á foto a não ser espaço? Por que a ponta do barco azul não apareceu e as nuvens não têm detalhes (densidade)?. Acertada a estratégia, ou seja, essa abordagem narrativa que assume-se estética como deve ser, parece faltar o desenvolvimento disso em certos cuidados nas fotografias, seja nesses detalhes finos de composição/fotometria, seja no desenvolvimento das fotografias depois (tratamento).

Note que na fotografia da estrada se nós tirássemos toda a parte clara até o início da primeira sombra (parte desfocada) a fotografia melhoraria. Sempre que isso acontece é porque não foi completamente previsto o efeito da composição. Há uma idéia visual/narrativa, mas sua execução não é cabal.



Ola Ivan!!!
Parabens pela iniciativa, terei o maior prazer em ter umas fotos analizadas por vc!!!

Mas vamos la!!

Escolhi essa 3 fotos por terem me causado a mesma duvida quando as fiz. o equilibrio entre ruido, clariade e nitidez. visto que para melhorar uma temos que sacrificar outra.

veja o que vc acha Ivan do equilibrio desses parametros, pois para deixar o ceu azul, tenho que sacrificar a luminozidade dos barcos e das plantas, e na da garça, tive que sacrificar um pouco a velociades para ter um pouco de luminosidade. ou vc e a favor de clareamento no PS? (mas ai tambem sacrificamos a nitidez, e aumentamos os ruidos)

mas vou deixar essa analise para vc, essa e outras que sei que vc deve ter observado, mas que fogem aos meus olhos.


1º a capitura do momento exato.



2º Ceu magnífico


3º Caminho dezerto




wdantas

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Resposta #19 Online: 21 de Abril de 2009, 21:34:05
Olá Ivan....muito obrigado pela análise.

Amanhã colocarei o meu ponto de vista sobre a sua análise. :ok:

Rapidamente eu apenas acho que vc deveria colocar na análise o fato delas terem um proprietário que podem retirar uma leitura bem maior se elas vivenciaram aquele momento.....por exemplo a foto da flor foi comprada pelos noivos, pois representaram pra ele um momento único e trouxe muito mais que um registro.

Tenta imaginar as suas fotografias no caso dos seus filhos, que deve ser a maioria das suas fotos sendo lida por quem não está vivenciando com eles?

Abraço

Oi! Leandro.
Desculpa a intromissão, mas acho que o Ivan fala da foto universal, aquela que faz o observador parar para ver e não só olhar para ela. Neste caso, a linguagem (enquadramento, fotometria, bouket, sombras, etc.) do fotógrafo para exprimir uma cena, objeto, pessoas, etc. atinge qualquer observador e não apenas aos que teem algo haver com a fotografia.

Lembro que há dois anos esteve por aqui o Diógenes Costa (curador da pinacoteca de SP) e depois de ver um ensaio que eu tinha feito sobre casas de farinha, escolheu 2 entre umas 15 e me falou que essas eram fotos universais, que eu podia apresentar em qualquer parte do mundo que as pessoas entenderiam. As demais, apesar de boas, eram apenas regionais. Embora que, enquanto ensaio, o conjunto era pertinente. Eu pedi que ele esclarecesse e ele falou que as escolhidas (mulher descascando mandioca) tinham a força de mostrar trabalho, independente de qualquer coisa a mais que significassem. Ou seja, poderiam ficar fora do contexto que todos iriam ver a mensagem.

grande abraço,


Ivan de Almeida

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Resposta #20 Online: 21 de Abril de 2009, 21:45:45
Desculpa a intromissão, mas acho que o Ivan fala da foto universal, aquela que faz o observador parar para ver e não só olhar para ela. Neste caso, a linguagem (enquadramento, fotometria, bouket, sombras, etc.) do fotógrafo para exprimir uma cena, objeto, pessoas, etc. atinge qualquer observador e não apenas aos que teem algo haver com a fotografia.

Obrigado, Dantas, abreviou muito o que eu precisaria dizer e disse melhor do que eu faria.

Exatamente. Os valores fotográficos criam uma mensagem-imagem que interessa mesmo a quem não conhece as pessoas. A ausência deles cria um registro que só interessa aos diretamente envolvidos. Quando os valores fotográficos estão presentes, há dois níveis de apreciação, aquele diretamente relacionado e o observador que nada tem a ver com aquilo, e que não conhecendo ninguém que aparece na fotografia ainda assim penetra nela e partilha da visão/narrativa do fotógrafo.

É como um turista em viagem. Suas fotos podem interessar apenas à sua turma que viajou com ele, mas podem ser também fotos que interessam a quem as olhar pelos valores da narrativa. Uma coisa não impede a outra, mas não estão necessariamente juntas.

Ivan
« Última modificação: 21 de Abril de 2009, 21:46:36 por Ivan de Almeida »


Ivan de Almeida

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Resposta #21 Online: 21 de Abril de 2009, 22:40:04
Ao contrário do que você pensa, o título é completamente dispensável. Evidentemente sem ele não se saberá qual partida está sendo disputada, mas isso não importa, e sim a cena tão comum nesse Brasil de pessoas em um bar vendo televisão. Aliás, cena essa ainda mais comum atualmente com as grandes televisões planas.

Não é preciso muito mais que isso para transmitir a cena. Onde pondemos encontrar algo a comentar é no balanço das coisas dentro da imagem. Depois da televisão, para a direita, já não há nenhuma infomrção nova essencial à cena, enquanto, reversamente, no lado esquerdo é como se as pessoas estivessem apertadas na foto. Seria uma boa discussão a abordagem do público que desse ao observador da foto a sensação de estar entre eles. Acho que esta seria a chave da narrativa. Em minha opinião, mais público e menos bar funcionaria melhor.

Grande abraço,
ivan


Minha foto, apenas uma.
É uma foto que me traz algumas questões dúbias como a inclusão do título para que ela seja entendida.Não sei até que ponto a não inclusão dele se traduz de forma eficaz.Gostaria de saber uma opinião sobre este ponto e sobre questões de composição(É adequada para o entendimento da cena, não é, etc).Tenho a foto como resolvida, mas uma opinião sobre estes aspectos me direcionariam em composições futuras e como elas podem/poderiam funcionar.A questão do tratamento, enfatizando a cena a partir do título, também poderia ser analisada por você.
Título: Vasco 0x4 Botafogo - Cariocão 2009.
Búzios, Rua das Pedras - Semana Santa.

Abraços.
 :ok:


peridapituba

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Resposta #22 Online: 21 de Abril de 2009, 22:44:32
Ivan, mais uma vez meu muito obrigado.
Abraços.

:ok:


Ivan de Almeida

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Resposta #23 Online: 21 de Abril de 2009, 22:56:13
O que notar ao se comparar este seu bloco de fotografias com os demais?
Para mim o ponto de exclamação é serem todas fotografias de gente, humanas. Isso é uma inclinação de personalidade, e essa inclinação tem caracteríticas afetivas, de compadecimento. É um ponto que é muito positivo na fotografia, pois "o homem é a medida de todas as coisas", então vou deixá-lo de lado e observar outras características.

Uma coisa notável é como o assunto enche as fotos. Não estão apertadas, claustrofóbicas, mas também não há espaço. As pessoas não estão em um espaço que seja narrado junto com elas, mas quase retiradas desse espaço pela fotografia. Todos os enquadramentos são típicos de teleobjetiva, tambem um tipo de lente com menor capacidade de transmitir sensação espacial. Na primeira foto, apesar disso, está construída uma cena complexa e completa, pois há três pontos de parada da vista, o garoto do violão de camisa branca, o garoto olhando para ele de costas e o outro menino de violão em meio desfoque. Mas na foto da senhora, o espaço faz falta, fica ela restrita ao fato. Embora haja delicadeza no tratamento dos temas, esse tipo de enquadramento denota que o sujeito da foto ainda a domina.

A foto do filhote não vou comentar, só lhe dar parabéns. E um momento bacana, e como já fotografei muito os meus lhe digo que mais perto da janela facilita -risos.

De quem é o quadro que esconde o rosto da senhora? Está escrito atrás da tela mas não consegui ler.



Como disse, vou tentar participar dessa vez, embora ainda ache que estou na fase de encantamento com o tema.

Foto 1: Dois irmãos


Foto 2: Sem rosto


Foto 3: Minha vida


Motivo da seleção:
De modo geral, selecionei 3 fotos que pudessem comunicar algo além de uma técnica bem executada ou uma foto exuberante. Não sei se fui feliz, por isso o interesse na análise.


Ivan de Almeida

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Resposta #24 Online: 21 de Abril de 2009, 22:57:23
Amanhã posto mais análises.


Leandro Federsoni

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Resposta #25 Online: 22 de Abril de 2009, 08:17:32
Ivan, antes de mais nada parabéns pela iniciativa e obrigado pela análise, mas gostaria de fazer uma pequena crítica... :D.

Primeiramente achei a análise muito incompleta, atrapalhada, óbvia e principalmente sem muito critério claro do que vc está fazendo e analisando, lembrei um pouco do Renato Aragão. As fotos que postei são claramente pouco universais, uma foto fechada de uma piscina com um buque é logicamente para poucos, assim como a foto do menino sozinho na sala de casa, e essas três fotos são em nada diferente das suas fotos dos seus filhos dentro de casa jogando playstation, brincando com a LX1 ou mesmo da garage do seu prédio..rsrs....são fotos suas pra vc e que pouco ou nada chamariam atenção se colocado numa exposição de fotografia. Isso é óbvio e está relacionado não somente com a característica do fotógrafo, mas pela oportunidade que ele tem, eu posso postar mais umas três fotografias minhas aqui bastante universais e que não considero nenhum êxito do fotógrafo e sim da oportunidade que tive....e isso precisa ser bem dividido na sua análise, pois poderá ter pessoas ricas que viajam o mundo todo assim como poderá ter fotógrafo de dentro de uma cela de prisão e é óbvio que um terá muito mais possibilidade em fazer fotos universais do que o outro.

Pode ser que esteja lhe faltando um pouco de auto crítica para iniciar um tópico "Clinica", mas vejo que o maior problema está sendo a falta de critério, um pouco de engenharia nisso tudo. Tenta deixar claro o que vc está querendo analisar nas fotografias, crie um "Check list" pra que todos entendam o que será avaliado e deixe um legado pra outros doutores possam um dia trabalhar na sua clínica...rsrs.

Abraço


Ivan de Almeida

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Resposta #26 Online: 22 de Abril de 2009, 08:21:23
Ivan, antes de mais nada parabéns pela iniciativa e obrigado pela análise, mas gostaria de fazer uma pequena crítica... :D.

Primeiramente achei a análise muito incompleta, atrapalhada, óbvia e principalmente sem muito critério claro do que vc está fazendo e analisando, lembrei um pouco do Renato Aragão. As fotos que postei são claramente pouco universais, uma foto fechada de uma piscina com um buque é logicamente para poucos, assim como a foto do menino sozinho na sala de casa, e essas três fotos são em nada diferente das suas fotos dos seus filhos dentro de casa jogando playstation, brincando com a LX1 ou mesmo da garage do seu prédio..rsrs....são fotos suas pra vc e que pouco ou nada chamariam atenção se colocado numa exposição de fotografia. Isso é óbvio e está relacionado não somente com a característica do fotógrafo, mas pela oportunidade que ele tem, eu posso postar mais umas três fotografias minhas aqui bastante universais e que não considero nenhum êxito do fotógrafo e sim da oportunidade que tive....e isso precisa ser bem dividido na sua análise, pois poderá ter pessoas ricas que viajam o mundo todo assim como poderá ter fotógrafo de dentro de uma cela de prisão e é óbvio que um terá muito mais possibilidade em fazer fotos universais do que o outro.

Pode ser que esteja lhe faltando um pouco de auto crítica para iniciar um tópico "Clinica", mas vejo que o maior problema está sendo a falta de critério, um pouco de engenharia nisso tudo. Tenta deixar claro o que vc está querendo analisar nas fotografias, crie um "Check list" pra que todos entendam o que será avaliado e deixe um legado pra outros doutores possam um dia trabalhar na sua clínica...rsrs.

Abraço

Você não deveria ter postado fotos se não está receptivo à análise.

De toda forma, ontem já respondi à sua questão, e como disse no tópico inicial, só respondo uma vez a cada autor analisado.

Ivan

Em tempo: Acrescentado (edição):
Uma vez feita a análise, cabe ao autor das fotos julgá-la para si mesmo. Se a achar pertinente, pense sobre como aproveitá-la, se a achar impertinente, esqueça. A validade da análise não é dada pelo analista, mas pelo próprio autor das fotos ao acolhê-la ou descartá-la.
« Última modificação: 22 de Abril de 2009, 08:27:28 por Ivan de Almeida »


Leandro Federsoni

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Resposta #27 Online: 22 de Abril de 2009, 08:42:05
Lógico que estou receptivo...aliás não descartei nada. ;)


Kika Salem

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Resposta #28 Online: 22 de Abril de 2009, 15:06:49
O que notar ao se comparar este seu bloco de fotografias com os demais?
Para mim o ponto de exclamação é serem todas fotografias de gente, humanas. Isso é uma inclinação de personalidade, e essa inclinação tem caracteríticas afetivas, de compadecimento. É um ponto que é muito positivo na fotografia, pois "o homem é a medida de todas as coisas", então vou deixá-lo de lado e observar outras características.

Uma coisa notável é como o assunto enche as fotos. Não estão apertadas, claustrofóbicas, mas também não há espaço. As pessoas não estão em um espaço que seja narrado junto com elas, mas quase retiradas desse espaço pela fotografia. Todos os enquadramentos são típicos de teleobjetiva, tambem um tipo de lente com menor capacidade de transmitir sensação espacial. Na primeira foto, apesar disso, está construída uma cena complexa e completa, pois há três pontos de parada da vista, o garoto do violão de camisa branca, o garoto olhando para ele de costas e o outro menino de violão em meio desfoque. Mas na foto da senhora, o espaço faz falta, fica ela restrita ao fato. Embora haja delicadeza no tratamento dos temas, esse tipo de enquadramento denota que o sujeito da foto ainda a domina.

A foto do filhote não vou comentar, só lhe dar parabéns. E um momento bacana, e como já fotografei muito os meus lhe digo que mais perto da janela facilita -risos.

De quem é o quadro que esconde o rosto da senhora? Está escrito atrás da tela mas não consegui ler.


Olá Ivan!

Obrigada pelas considerações feitas às minhas fotos. É sempre bom ouvir uma apreciação fundamentada que acrescentam ao desenvolvimento da nossa fotografia e não necessariamente à afirmação do nosso desejo.

Depois de ler seus comentários sobre a trajetória fotográfica do Fábio, observei minhas fotos com outros olhos e já suspeitava que deixava me envolver demais pelo assunto central e, fazendo isso, descontextualizava a cena, ou seja, oferecia poucos elementos para a leitura da foto.

Por isso, tão importante quanto ter uma foto analisada é saber ler as análises em geral, pois, sabendo ler, tudo se absorve.

Essa semana, assistindo a um documentário da NG sobre uma fotógrafa que não me lembro o nome, fiquei justamente pensando na importância do contexto para a fotografia. É mais ou menos como, na minha área, a gente faz uso e desuso das citações. Podemos ser honestos e preservar o sentido do texto através da seleção de um pequeno excerto ou descontextualizar a parte extraída inserindo-a num texto que mais serve para endossar a idéia de quem citou do que necessariamente preservar o sentido do texto original.

Nesse documentário, a fotógrafa utilizou como exemplo um garoto africano que tinha perdido uma perna ao pisar numa mina e que também não tinha mais família, mesmo assim era uma criança feliz, que fazia tudo o que um garoto da sua idade fazia. De certa forma, a tristeza estava mais nos olhos dos outros, do que nele mesmo. Esse dilema envolveu-a durante sua estadia naquela pequena aldeia, pois queria transmitir a personalidade do garoto sem se afetar por sentimentos de comiseração e transmiti-los para o resto do mundo. Enfim, o contexto da foto, nesse caso, assumia fundamental importância porque era ele que mais ou menos pontuava a leitura da foto, a leitura daquela realidade.

Mudando de assunto: o nome da autora do quadro é Tania Aparecida Freitas. No verso do quadro também tem outras informações como título e dimensões da tela. Achei curioso que ela, uma senhora que vende quadros na Av. Paulista, ao tentar se esconder de um grupo de fotógrafos mais se revelou do que o inverso.

Gostaria de comentar sobre a recepção da crítica (quando uso o termo "crítica", faço-o sem a carga negativa que o seu (des)uso costuma trazer), das dificuldades de assimilá-la assim como da confusão entre o analisa (pra mudar de termo) e o fotógrafo. São estações diferentes, ainda que possam estar em sintonia. Mas como estou sem tempo e também sei que vou desvirtuar completamente o real objetivo do tópico, pois o que interessa aos participantes dele e também leitores, tenho certeza, é análise proposta pelo Ivan e não essa discussão sobre crítica que aqui perde completamente o sentido. De todo modo, fica aqui martelando na minha cabeça, desde o tópico experimental anterior, um ditado popular muito usado pela minha avó.
« Última modificação: 22 de Abril de 2009, 15:09:43 por Kika Salem »


thiagolara123

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Resposta #29 Online: 22 de Abril de 2009, 17:14:37
De todo modo, fica aqui martelando na minha cabeça, desde o tópico experimental anterior, um ditado popular muito usado pela minha avó.

Qual ditado?

Me cadastrei só pra saber. :D
http://www.thiagolara.com <<<Não me odeie, não me inveje, TRABALHE!

O Brasil somos eu e vc, não é só os outros não. Então samba aí: "Se gritar pega ladrão / não fica um meu irmão / se gritar pega ladrão / não fica um..." http://www.youtube.com/watch?v=2WQtQwRHD6k