Não entendo quando dizem que uma TLR é muito para começar a fotografar. Será que se referem à quantidade de fotos por rolo? Isso eu acho até bom, pois força o caboclo a pensar mais antes de clicar.
Seu manuseio é extremamente mais simples, foco mais fácil, um janelão de visor, permite tempos de exposição menores sem o uso de tripé, qualidade da foto muito superior (por se tratar do tamanho do filme e isso ser um estimulante), etc.
Fui paraquedista e comecei com um T10 e TU, passando pelos hiper sustentados e a cada porrada no chão que eu levava me ensinava muito. Depois ficou muito mais facil saltar com os velames retangulares. Sei não, mas penso que o rudimentar deve vir primeiro.
Elmo, ela É mais fácil de usar. Na Rolleiflex, tudo fica à mão de uma forma impressionante, desde que você se descondicione do padrão SLR. O peso, tipo de obturador e a ausência do espelho móvel facilitam fotos sem tremer. Depois que você aprende a confiar no vidro despolido, o foco fica facinho.
O problema é que quem está começando não só quer como tem a obrigação de experimentar, passar por lentes diferentes para ver qual se enquadra mais no seu olhar. E esse é o grande - único - impedimento das TLR. Por isso eu ache que ela é mais para uma segunda etapa. Tudo vai cair como uma luva na mão e o fato dela ter apenas um ângulo focal não será um impedimento, mas um benefício em favor do enquadramento - que ele já dominará.
O que eu achei mais interessante quando comprei minha Rolleiflex foi o fato de você só ver o resultado DEPOIS de revelado o filme. Porque até lá, você não viu a foto como ela sairá - a imagem é invertida no visor. Outro detalhe pequeno mas que faz uma diferença é o fato de você ver a foto com os dois olhos, não apenas com um. Acho que esses dois detalhes contribuem para que se dê uma atenção maior ao enquandramento.
Tudo isso compõe um movimento que andou acontecendo lá fora para se fazer as coisas mais devagar, prestando mais atenção ao que se está fazendo. É a cultura do filme.
Meu sonho é uma 4x5. Mas isso só depois do divórcio, hahahahaha!
Abraços,
José Azevedo