Autor Tópico: Os equívocos do aprendizado fotográfico.  (Lida 10674 vezes)

Malicky

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Online: 29 de Maio de 2009, 22:50:49
Achei interresante


Pode-se ensinar fotografia de três modos; o técnico (prático), o conceitual (teórico), e o filosófico (semiótico).
Para quem faz da fotografia o seu meio de expressão, as três abordagens andam de mãos dadas, logo há de se ter um certo domínio de todas (além de cultura geral; visitar muitos museus, galerias, livros e praticar a reflexão). Para quem quer apenas discutir fotografia, os conceitos e a filosofia são prioritários. Para quem quer fotografar comercialmente, a prioridade é a técnica.
O que se observa, porém, é a exclusão do “não-prioritário” na formação dos fotógrafos; os ensinadores teóricos acabam desprezando as técnicas mais elementares em favor da linguagem; os filosóficos admiram, por vezes com evidente inveja, os talentosos, mas conceituam a fotografia realizada de forma abstrata, distante; e os técnicos se aprofundam nos tecnicismos, nos mais ínfimos detalhes de equipamentos que muitas vezes nem chegam a ser usados.
Esta evidente separação do que deveria ser uno, gera as distorções de percepção que temos visto tanto em quem ensina, quanto em quem aprende. Ensinar técnica fotográfica sem se preocupar com a linguagem? Qual das técnicas? Cada ramificação da fotografia requer um tipo diferente de aproximação! Passo-a-passo com exercícios repetidos de situações “reais”? O aluno se transforma em um macaquinho treinado, que vai repetir o que aprendeu pelo resto da vida, se tornando inoperante em situações que sejam diferentes do “usual”.
Na outra ponta, uma fotografia teorizada, idealizada, ensinada por quem mal sabe fotografar, acaba por vezes distanciando o estudante do que é realmente fotografar, frustrando e por vezes deixando perplexo aquele que consegue pré-visualizar o resultado, mas não consegue executá-lo.
Tenho como certo que, quaisquer que sejam as pretensões de quem quer aprender, a sua fotografia só pode se beneficiar se os três fatores estiverem em equilíbrio e as prioridades bem definidas; e isto requer tempo. Tempo de absorção, de reflexão, de treinamento, de escolha de caminhos.
Quem faz um curso, workshop ou consultoria de fim-de-semana e “acha” que vai sair dali fotógrafo, está se enganando, ou sendo enganado.
Quem faz um curso acadêmico absolutamente teórico, por mais longo que seja, e “acha” que vai sair fotógrafo, também está se enganando.
Correndo o risco de ser repetitivo, teoria, prática e o porquê da fotografia *não são excludentes*, e sim a base para se chegar a algum lugar. O estudante que souber enxergar isso mais cedo, vai conseguir apurar o seu olhar, a sua técnica e a sua cultura fotográfica de maneira mais consistente.
Nada mais chato do que aqueles que entendem tudo de equipamentos, mas não possuem um olhar fotográfico. Fotografam mal.
Nada pior que aqueles que só citam os “nomes certos”, e justificam a sua fotografia medíocre com filosofias (da Caixa Preta, da Camara Clara, do Rato Cinza, pouco importa).
Claro que tudo isto se torna absolutamente irrelevante para quem nasce com talento.
Mas esses são muito raros…

Creditos

http://clicio.wordpress.com/

http://clicio.wordpress.com/2009/05/10/os-equivocos-do-aprendizado-fotografico/


Pedro Vilas Boas

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Resposta #1 Online: 29 de Maio de 2009, 23:20:23
também gostei.
é o obvio, o natural, escritos. A gente sempre vê isso..



Hamilton Sousa

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Resposta #2 Online: 30 de Maio de 2009, 12:41:02
Realmente tem muita gente que discute fotografias, aponta erros , mas fotografa muito pouco.
Pergunto: Podem ser considerados fotógrafos? :ponder:
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Malicky

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Resposta #3 Online: 30 de Maio de 2009, 23:49:32
Realmente tem muita gente que discute fotografias, aponta erros , mas fotografa muito pouco.
Pergunto: Podem ser considerados fotógrafos? :ponder:


Creio que nao...na minha opniao


Pedro Vilas Boas

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Resposta #4 Online: 31 de Maio de 2009, 00:22:11
Realmente tem muita gente que discute fotografias, aponta erros , mas fotografa muito pouco.
Pergunto: Podem ser considerados fotógrafos? :ponder:

será que vale uma analogia com críticos de cinema?

talvez não sejam coisas dependentes: ser fotografo e criticar fotografia.



Ivan de Almeida

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Resposta #5 Online: 31 de Maio de 2009, 09:27:12
O paradoxal é o artigo ser citado, e o artigo falar de três elementos importantes. O artigo ser lido, ser louvado, mas na própria louvação um dos elementos ditos importantes no artigo começar a ser sutilmente desqualificado em relação aos outros... Talvez seja o caso de se falar em leitura seletiva.

Dessa leitura seletiva surge o velho, gasto e estéril "orgulho do fotógrafo" que é uma espécie de louvação autoindulgente de sua capacidade de apertar o botão da câmera, e lido o artigo e gostado, acham que o artigo "se aplica aos outros", pois por mágica todos se acham bem providos das qualidades necessárias desde sempre.

Como disse o Descartes, Deus foi muito justo ao distribuir o bom senso, pois não existe homem que não se creia dotado dele em dose suficiente... Assim é também na fotografia. Todos acham que algo falta aos outros, mas não a si.

Apenas lembrando o que está escrito no artigo, que parece não ter sido notado...

Citar
Para quem faz da fotografia o seu meio de expressão, as três abordagens andam de mãos dadas, logo há de se ter um certo domínio de todas (além de cultura geral; visitar muitos museus, galerias, livros e praticar a reflexão).
« Última modificação: 31 de Maio de 2009, 09:49:35 por Ivan de Almeida »


Mestaky

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Resposta #6 Online: 31 de Maio de 2009, 15:04:39
O paradoxal é o artigo ser citado, e o artigo falar de três elementos importantes. O artigo ser lido, ser louvado, mas na própria louvação um dos elementos ditos importantes no artigo começar a ser sutilmente desqualificado em relação aos outros... Talvez seja o caso de se falar em leitura seletiva.

Dessa leitura seletiva surge o velho, gasto e estéril "orgulho do fotógrafo" que é uma espécie de louvação autoindulgente de sua capacidade de apertar o botão da câmera, e lido o artigo e gostado, acham que o artigo "se aplica aos outros", pois por mágica todos se acham bem providos das qualidades necessárias desde sempre.

Como disse o Descartes, Deus foi muito justo ao distribuir o bom senso, pois não existe homem que não se creia dotado dele em dose suficiente... Assim é também na fotografia. Todos acham que algo falta aos outros, mas não a si.

Apenas lembrando o que está escrito no artigo, que parece não ter sido notado...


Exato!
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Pedro Vilas Boas

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Resposta #7 Online: 31 de Maio de 2009, 15:27:17
Exato!

rs, nem tanto!

eu pelo menos não entendi quase nada do post do Ivan...


Mestaky

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Resposta #8 Online: 31 de Maio de 2009, 19:56:40
O Ivan está dizendo, pelo menos foi o que entendí, que tanto quem escreve como quem lê o texto precisa fazê-lo de mente aberta, auto-conhecimento e sem vaidades para que surta o seu devido efeito.

Abs.,
Marcelo.


 

« Última modificação: 31 de Maio de 2009, 20:06:17 por Mestaky »
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Ivan de Almeida

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Resposta #9 Online: 31 de Maio de 2009, 20:19:37
O Ivan está dizendo, pelo menos foi o que entendí, que tanto quem escreve como quem lê o texto precisa fazê-lo de mente aberta, auto-conhecimento e sem vaidades para que surta o seu devido efeito.

Abs.,
Marcelo.

Obrigado, Marcelo.

Porque esse texto tem uma coisa interessante... todo mundo concordou!

Mas, entre os que concordaram, quantos de fato vêem a fotografia integrando esses três ângulos?

Neste tópico mesmo, logo após a concordância começou uma sutil afirmação da técnica e um desmerecimento dos outros aspectos, como se o artigo tivesse dito isso (é a tal leitura parcial).

Concordar e achar que a justa medida, por coincidência, é exatamente aquela em que o leitor está, bem, aí é facil -risos.

Grande abraço,
Ivan



pedro_raythz

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Resposta #10 Online: 31 de Maio de 2009, 21:29:43
Ivan, acho que puxamos um pouco mais para o técnico e teórico porque eles são os mais rasos e todos temos que passar por ele. O filosófico é algo mais "interno", fruto da busca do nosso auto-conhecimento e por isso demosntramos mais pelas nossas imagens do que por textos...


Ivan de Almeida

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Resposta #11 Online: 31 de Maio de 2009, 22:23:07
Ivan, acho que puxamos um pouco mais para o técnico e teórico porque eles são os mais rasos e todos temos que passar por ele. O filosófico é algo mais "interno", fruto da busca do nosso auto-conhecimento e por isso demosntramos mais pelas nossas imagens do que por textos...

Pedro, a primeira coisa que fiz foi clicar no seu flick para ver onde apareciam os conteúdos filosóficos e conceituais nas suas fotos...

Será mesmo que elas falam sozinhas? São fotos bem feitas, flores, macros, mas não me parece haver em nenhuma delas um pensamento diferente da estética mais normal. Desde quando há qualquer filosofia em uma foto de libélula? No fundo, desculpe-me a sinceridade, dizer isso, que bastam as imagens, sem relacionar isso com nada é exatamente o que eu disse na mensagem anterior... é fazer uma "adaptação" ao artigo para poder concordar com ele, ignorando as partes incômodas.

Até concordo que não é preciso nenhum discurso externo, que o discurso pode estar nas imagens, mas aí ele deve ser notado, não acha? Deve haver algo nas imagens que mostre isso, como há nas imagens do LaChapelle, nas flores do Mapplethorpe, nas fotos de moda do Helmut Newton, etc. Esses, de fato, não precisam falar nada, porque é evidente que nas fotos estão sendo pensadas questões da fotografia.

Agora, cá entre nós, na maioria das fotos que se vê por aí não há questão nenhuma. É uma maneira engraçada de concordar essa, na qual a parte que realmente não tem a dimensão sugerida no artigo é "esquecida" e embutida... na técnica.




pedro_raythz

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Resposta #12 Online: 31 de Maio de 2009, 23:01:41
Não há nada de filosófico ou de alguma mensagem por trás das minhas fotos, apenas são registros das coisas que vejo, não na sua essências, mas na aparência mesmo.
Portanto as minhas fotos não comunicam, são apenas para serem vistas, não para serem pensadas.
Ainda procuro um caminho estético para depois seguir para a parte filosófica.
Eu sou que nem o Jack Estripador, vou por partes rs
Por isso não sou fotógrafo, não estou completo e nem me sinto completo. Pois há aqueles que nem o básico tem e se denominam "fotógrafos".
Eu não sei se estou indo no caminho certo, mas é o caminho que me sinto melhor rs


Randal.Junior

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Resposta #13 Online: 31 de Maio de 2009, 23:12:02
Minha opinião e me desculpem se vou ser muito coloquial p/ o assunto:

Concordo que as 3 visões ou meios ou nome qquer que queiram dar devem andar juntas.
Mas tb tenho em mente que uni-las depende mais de maturidade que necessariamente de um tutor que as ensine de uma só vez, ou de um estalo "Agora vou ser um fotografo completo".

Eu claramente ainda estou na fase técnica, não me preocupo com a estética e o porque da fotografia, ainda estou tentando dominar a técnica e saber a qual meu limite, onde posso chegar.

Só que a técnica tem um limite e invariavelmente se quiser continuar evoluindo terei de adiquirir outra das visões, sendo a estética ou poética, a que me parecer mais natural no momento, e chegando tb ao seu limite partir p/ a terceira.

Com o tempo a fotografia enjoa, se vc não eleva-la ao proximo patamar vc deixa de fotografar, depende da sua vontade, estado de espirito. Um dia vc pode ser mais técnico, um dia mais emotivo.

Não acho que um bom fotografo precise dominar todos os assuntos, bons pilotos não precisam saber contruir o carro, e não precisam entender como funciona a rebinboca da parafuseta. Mas quando começamos a filtrar os melhores estes começam a ter uma visão mais global do assunto.

Acho que tudo depende da maturidade do fotografo, e acho que todos podem ser respeitados pelo que fazem bem, sem necessáriamente ser um genio.
Randal Junior
Now shooting on D80 D90 D7000 D7200 + 10.5 fisheye + 35/1.8 + 16-85VR + 85 macro + 70-300VR + SB600

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Ivan de Almeida

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Resposta #14 Online: 31 de Maio de 2009, 23:12:20
Não há nada de filosófico ou de alguma mensagem por trás das minhas fotos, apenas são registros das coisas que vejo, não na sua essências, mas na aparência mesmo.
Portanto as minhas fotos não comunicam, são apenas para serem vistas, não para serem pensadas.
Ainda procuro um caminho estético para depois seguir para a parte filosófica.
Eu sou que nem o Jack Estripador, vou por partes rs
Por isso não sou fotógrafo, não estou completo e nem me sinto completo. Pois há aqueles que nem o básico tem e se denominam "fotógrafos".
Eu não sei se estou indo no caminho certo, mas é o caminho que me sinto melhor rs

Sim, Pedro, concordo com você. Mas leia este tópico desde o início e veja que não é bem assim que o tal artigo está sendo lido...