Fernando e Xiru.
Essa idéia de paciência refere-se bastante ao meu momento, embora seja válida, penso, para muito. Explico. Depois desses últimos dois anos nos quais fiz um pouco de tudo, quase, vejo hoje haver uma parte grande não do mei interesse, e uma parte pequena me interessando muito. Ao Fernando digo ter acontecido isso -e continuar acontecendo- gradativamente. Os primeiros seis meses de digital foram completamente experimentais. Qualquer coisa me fazia fotografar, pois era experimentar uma liberdade nunca tida. Permanecia fazendo retratos familiares intimistas, seguindo a tradição praticada no filme, mas experimentava meio sem rumo. Lá pelo fim desse período comecei a reencotrar o mesmo Ivan do filme, comecei a ser atraído pelos mesmos temas de antes e pela mesma maneira de fotografar. Mas ainda permanecia a experimentação. De lá para cá sinto cada vez mais convergir para poucas coisas. Às vezes uma foto me mostra algo e nela reconheço parte do caminho. Então a idéia de paciência quer dizer? "tá bom, Ivan, você já experimentou bastante, agora é hora de concentrar-se em fazer alguma coisa que preste, mesmo fazendo menos coisas".
Quanto às pessoas, não é complicado fazer fotos furtivas, basta uma grande angular para isso, pois as pessoas não sabem que a foto as inclui. Mas não é esse meu propósito e sim fotos ao mesmo tempo consentidas e naturais. Devem ser consentidas porque isso implica em não tornar objetos as pessoas, e deve ser natural pois é assim que gosto, embora mesmo uma pose seja natural, uma vez que revela algo do fotografado.
Abraços,
Ivan