Autor Tópico: Perda do olhar  (Lida 5845 vezes)

Alessandro D.

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Resposta #30 Online: 19 de Junho de 2009, 15:57:46
Logo que comecei a ler o tópico me lembrei de uma cena que me chateou muito: no aniversário de 3 anos do meu filho, meu pai passou toda a parte do Parabéns filmando com a saboneteria dele, inclusive um discurso que eu tinha feito. Logo depois, lembro que quando conversávamos, ele não se lembrava direito do que eu havia dito, mas disse: "tá tudo gravado!"  :(

Acho que não preciso argumentar mais nada a respeito, preciso?

Sem mais,

« Última modificação: 19 de Junho de 2009, 15:58:26 por Alessandro D. »
Alessandro D.
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Bucephalus

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Resposta #31 Online: 19 de Junho de 2009, 16:49:56
Hahaha, gostei da analogia do alfarrob, e concordo com ele.

Sempre que uma nova tecnologia é criada várias pessoas declaram que ela vai destruir a qualidade do que é produzido. O rádio matou a literatura porque massificava a informação, a TV matou o rádio porque massificava e diversificava a informação, a internet matou a TV porque massificava, diversificava e aumentava a velocidade da informação... e agora dizem que o mp3 vai destruir a indústria fonográfica, sendo que os artistas produzem música mais verdadeira e menos indústrial.

Durante a história, o saber fenomenológico que substituiu o religioso foi reprimido porque iria despir a humanidade dos valores da religião. Isso não aconteceu, óbviamente. Agora os fenomenológicos acusam a ciência e a lógica de desumanizar o homem. Isso obviamente não vai acontecer. É um rumo natural de desenvolvimento que o saber religioso/místico seja substituido pelo fenomenológico, e esse seja substituido pelo científico/lógico, até eventualmente a humanidade criar um novo e melhor método epistemológico que vá substituir a ciência.

A estória de digital vs. filme já é velha, e é obvio que o digital não matou a fotografia. Também duvido que os clicadores automáticos irão matar a atividade...

Sempre quando algum parâmetro muda, os seres humanos encontram mais motivos para contradizer essa nova informação do que para apoia-la. Parece que é o medo de "oh não, se tudo funciona como está, uma mudança tem grandes chances de piorar a situação, então não vamos mudar nada!", e essa fobia pelo progresso se desenvolve.
« Última modificação: 19 de Junho de 2009, 16:51:30 por Bucephalus »


Duende

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Resposta #32 Online: 20 de Junho de 2009, 01:23:39
o velho medo das mudanças né? do diferente


Kika Salem

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Resposta #33 Online: 20 de Junho de 2009, 01:53:28
Pessoal
Participo a pouco tempo deste fórum de discussão, mas peço licença para levantar uma questão que muito me incomoda.
Antes de tudo, se esta já foi objeto de outro tópico, por favor, me avisem.
Indo direito ao ponto: qual a opinião de vocês com respeito aos efeitos da massificação da fotografia digital?
Restringindo um pouco a questão, o ponto exato que me incomoda é que em todos os lugares que vou tem sempre vinte pessoas fotografando algo, sem o menor critério e sem o menor cuidado.
A impressão que tenho é a de que as pessoas não olham mais, não observam mais as coisas à sua volta, elas simplesmente fotografam e olham depois em casa (se é que olham).
Estive em alguns museus em NY há dois meses, me espantou a quantidade de pessoas que, frente a um Picasso, um Monet, Hopper etc, não ficavam nem 1 segundo observando o quadro, simplesmente fotografavam e ia para o quadro seguinte.
Como esta, várias outras situações. Corrida F1? Ninguém mais olha para os carros, só se quer fotografar!
Show de música??? Quanto se fica na parte de trás é impressionante a quantidade de telinhas de câmeras que se vê.
Nem discuto a questão da falta de educação que ocorre em algumas situações, nem do incômodo que esta quantidade de pessoas fotografando geram nos que querem apenas olhar (quem tem mais direito?), apenas - mais filosoficamente - pergunto, quais as consequencias disto?
Acho que tem alguma coisa errada, ou será que não?
Abs
Ronaldo


Eu não vejo mal na massificação porque se existe tecnologia disponível, as pessoas têm o direito de fazer seus registros, guardar a lembrança de uma viagem, mas é claro que com isso vem com um pacote completo.

Um é a perda de apego pelo registro. 3000 fotos de uma viagem muito esperada não tem o mesmo valor simbólico de 36 poses. Embora ter mais cuidado para clicar devido às limitações das poses também não significa que as fotos sairão melhores porque falar em "perda do olhar" pressupõe que ele existia antes e que agora se perde paulatinamente, quando acho que ele nunca foi construído de modo geral, entre as pessoas em geral.

Outro é a falta de educação que vem com as facilidades tecnológicas. Essa história dos museus é algo que me incomoda também. Não se vê mais gente observando os quadros, embora acho que nunca se viu, o Bresson até já comentou isso numa entrevista, o problema é que agora todo mundo quer fotografar o que vê, a memória visual é substituída pelo registro fotográfico.

O que, no caso de obra de arte, é uma tremenda perda de tempo porque existe uma série de cuidados para evitar o reflexo, para não distorcer a imagem e preservar as cores originais, obter as texturas, tem até câmeras específicas para esse tipo de trabalho, as 35 mm. não são as ideais. Então, se você quer uma imagem qualquer de um quadro do Picasso, é muito mais vantajoso pegar uma do google do que fazer mais uma foto mequetrefe dentre tantas outras. Enfim, a pessoa que fotografa parte do acervo do Louvre feito numa única visita é porque quer mostrar (se mostrar) para as pessoas que esteve lá, não quer observar a imagem com cuidado porque se quisesse mesmo ver a obra fazia isso virtualmente. O Prado já tem um sistema de visita virtual que você pode ver detalhes de uma obra, impossíveis a olho nu, quiçá numa foto distorcida, sem nitidez, feita com uma "saboneteira" toda capenga, que durante a viagem caiu várias vezes no chão.

Ainda nessa história dos museus, uma coisa que eu odeio é ir num museu e a pessoa me pedir (não precisa ser verbal, apenas com um olhar) que eu dê licença pra ela fotografar, se é com flash então, ela desperta meus instintos assassinos. Para não me irritar tanto, eu me divertia/o em me fazer de desentendida/desligada e ficava/o ali parada o tempo que julgava necessário. Já devo ter provocado a ira de muita gente sem noção assim como já devo ter saído na foto de viagem de muita gente por aí. kkkk
« Última modificação: 20 de Junho de 2009, 01:57:55 por Kika Salem »


Kika Salem

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Resposta #34 Online: 20 de Junho de 2009, 12:14:25
Isso é e não é problema. Se atende a pessoa no que ela deseja, é ótimo, mas em certos casos é meio triste saber que muita gente não tenta apreciar esses momentos, e apenas aperta o botão da máquina e pronto.

Tudo tem dois lados sempre né...

Pra mim, a relação com a fotografia deve ser a mesma que com a bebida.
Você pode tomar todas, sem distinções e aos montes e tornar-se um dependente ou você pode ser mais seletivo, beber com moderação e pensar no que bebe, escolher um momento adequado assim como um acompanhamento, enfim, preparar-se para degustar e não beber por impulso.
« Última modificação: 20 de Junho de 2009, 12:15:04 por Kika Salem »


Formel

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Resposta #35 Online: 20 de Junho de 2009, 15:53:07
Vendo essa discussão lembrei-me de um livro "A Cultura da Interface", este livro é legal, pois ele analisa dentre outras coisas o impacto que, por exemplo, a interface gráfica, ou seja, o editor de textos provocou em quem escreve e pensar que o cara que escrevia com pena vai escrever exatamente a mesma coisa em um editor de textos moderno chega a ser ingênuo.

A técnica, no nosso caso a câmera digital, sem dúvida muda a forma de observar. E isso não é ruim, na verdade hoje eu prefiro o digital, tenho muito mais controle na imagem que eu faço hoje do que antes. Acho que o que existe é o fator saudosismo, é inerente do ser humano se apegar a algo mesmo sendo apenas uma forma de se fazer algo.  As ferramentas mudam a forma de pensar e não apenas o contrário, normalmente uma ferramenta é criada com um propósito, mas ela não facilita apenas este propósito ela de fato muda a forma de pensar ao se realizar tal propósito e isso pode ser algo pequeno quase imperceptível ou pode ser uma verdadeira revolução. A própria ferramenta é agente de mudança. Mas isso nada mais é do que o desenvolvimento natural do homem.


Pedro Vilas Boas

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Resposta #36 Online: 21 de Junho de 2009, 01:06:14
Pessoal
Participo a pouco tempo deste fórum de discussão, mas peço licença para levantar uma questão que muito me incomoda.
Antes de tudo, se esta já foi objeto de outro tópico, por favor, me avisem.
Indo direito ao ponto: qual a opinião de vocês com respeito aos efeitos da massificação da fotografia digital?
Restringindo um pouco a questão, o ponto exato que me incomoda é que em todos os lugares que vou tem sempre vinte pessoas fotografando algo, sem o menor critério e sem o menor cuidado.
A impressão que tenho é a de que as pessoas não olham mais, não observam mais as coisas à sua volta, elas simplesmente fotografam e olham depois em casa (se é que olham).
Estive em alguns museus em NY há dois meses, me espantou a quantidade de pessoas que, frente a um Picasso, um Monet, Hopper etc, não ficavam nem 1 segundo observando o quadro, simplesmente fotografavam e ia para o quadro seguinte.
Como esta, várias outras situações. Corrida F1? Ninguém mais olha para os carros, só se quer fotografar!
Show de música??? Quanto se fica na parte de trás é impressionante a quantidade de telinhas de câmeras que se vê.
Nem discuto a questão da falta de educação que ocorre em algumas situações, nem do incômodo que esta quantidade de pessoas fotografando geram nos que querem apenas olhar (quem tem mais direito?), apenas - mais filosoficamente - pergunto, quais as consequencias disto?
Acho que tem alguma coisa errada, ou será que não?
Abs
Ronaldo

Quanto a massificação da fotografia digital é péssimo pra mim pq eu gosto de filme e aí , enfim...
Aí a demanda de mercado migrou do produto analogico pro digital e os acionistas vivem de dinheiro e mudaram seus investimentos. aí blablabla.
Mas como qualquer coisa, tem seus pontos positivos a massificação do digital. Por exemplo, através desse recurso que a gente vê os protestos no Irã, hoje em dia. Que alias, eu penso que aquela votação foi manipulada.. Ou então é a mídia que quer nos manipular e fazer pensar que o Mahmoud Ahmadinejad é um "cara ruim" e na verdade ele é bom.

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me incomoda é que em todos os lugares que vou tem sempre vinte pessoas fotografando algo, sem o menor critério e sem o menor cuidado.
Mas isso se dá pelo fato de não ter custo. A camera digital é relativamente barata. É facil comprar.
E todos tiram fotos porque tiram. Ver fotos antigas, antigas de 1 dia atrás ou de 100 anos atrás é normal. Nós gostamos de lembrar, ver, etc...  Não há custo com compra de filme, há possibilidade de deletar, tirar foto novamente, é uma brincadeira.
Não é que nem carro que precisa de CNH. Não há requisito pra tirar foto a não ser ter a camera em mãos (nem que não seja sua).
O que te incomoda é que vc quer que as pessoas se preocupem com o momento de fotografar. Não é necessário critério nem cuidado. É igual montar lego.


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A impressão que tenho é a de que as pessoas não olham mais, não observam mais as coisas à sua volta, elas simplesmente fotografam e olham depois em casa (se é que olham).
Estive em alguns museus em NY há dois meses, me espantou a quantidade de pessoas que, frente a um Picasso, um Monet, Hopper etc, não ficavam nem 1 segundo observando o quadro, simplesmente fotografavam e ia para o quadro seguinte.
quem faz isso?
eu penso que quem faz esse tipo de coisa nunca gostou de museu, ver quadros, e nunca gostará.
Digo, não é comum (apesar de normal) o ser humano mudar da água pro vinho. Se vc viu um cara passando em frente da mona lisa tirou uma foto e passou pro próximo é porque ele nunca gostou de obra de arte e, provavelmente, nunca gostará.
Pq o cara está no museu ? sei la.. viajando. Se eu fosse pra frança, eu iria certamente no Louvre.. pq? pq todo mundo vai.. quero conhecer la dentro.
E se vc, por acaso estiver la no mesmo dia, vc vai olhar uma pessoa (que sou eu) passando meio que rápido, olhando os quadros como olho a minha escova de dente todo dia. Eu não ligo muito pra isso. Talvez eu fique mais impressionado e preste mais atençao na arquitetura do lugar, marmores, vidros, vigas (estrutura em geral), peso das coisas, tecnologia de proteção das obras, etc

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Como esta, várias outras situações. Corrida F1? Ninguém mais olha para os carros, só se quer fotografar!
Então vc vai me ver (ainda no Louvre) e vai ficar encucado "pq será q ele não analisa as obras?" e tal...
Aí, agora voltando pra F1, eu te pergunto pq vc se preocuparia em olhar para os carros e não com a engenharia aerodinamica dele? Ou outra coisa que você não liga nos carros de F1?
Designer, engenheiro, pintor, fotografo, dentista, jornaleiro, policial,... cada um vê uma coisa diferente e, além disso, dá prioridade/importancia à coisas diferentes no mesmo carro de F1.

Já os gênios... Normalmente os gênios vêem muitas coisas ao mesmo tempo. Aparentemente, segudo oq eu percebo, é que quando mais evoluído intelectualmente você é, menos vocÊ consegue dividir as coisas. O cérebro interliga tudo. É como se não não houvesse quimica, fisica, matematica, portugues, literatura, artes, geografia, historia, porém uma unica matéria onde o gênio visse tudo ao mesmo tempo em uma coisa só. Por exemplo, como disse em outro tópico, Da Vinci é um gênio. Ele aparece desde as artes até as engenharias.

Mas, voltando à realidade, cada pessoa (comum) vê uma coisa diferente.

Cada um aplica aquilo o que vê à sua vida, mesmo que seja exatamente o mesmo objeto, de forma distinta. E isso varia de acordo com a evolução da pessoa, com o nível de estudo, de qual área que a pessoa gosta, com o estado de espírito da pessoa no momento, se ela está mais dramática, mais depressiva, mais alegre, etc etc etc.. varia com tudo.

Talvez seja por isso que falam pra gente ler Machado de Assis em diferentes fases da nossa vida.

Não só Machado. Quantas vezes a gente lê um texto qualquer e entende uma coisa. Depois lê de novo e percebe algo novo. Outro algo muda.


Ivan de Almeida

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Resposta #37 Online: 21 de Junho de 2009, 10:29:05

Talvez seja por isso que falam pra gente ler Machado de Assis em diferentes fases da nossa vida.


O Machado de Assis é para ser lido após os 40 anos. Pelo menos os melhores dele.


wdantas

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Resposta #38 Online: 21 de Junho de 2009, 11:05:29
Certa vez ouvi de uma amiga que realiza escursões ecológicas:
"Viajou comigo um fotógrafo e não fez nenhuma foto em toda a viagem. Perguntei se ele não ia fazer fotos e ele me disse que o filme que estava na máquina era muito caro e não tinha visto nada realmente interessante." Aí olhou pra mim e perguntou - "Isso é fotógrafo?"

Respondi: É.
Ela não entendeu nada. rsrs

O vício digital de clicar tudo que vê está criando conceitos bizarros!


Kika Salem

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Resposta #39 Online: 21 de Junho de 2009, 12:00:18
Certa vez ouvi de uma amiga que realiza escursões ecológicas:
"Viajou comigo um fotógrafo e não fez nenhuma foto em toda a viagem. Perguntei se ele não ia fazer fotos e ele me disse que o filme que estava na máquina era muito caro e não tinha visto nada realmente interessante." Aí olhou pra mim e perguntou - "Isso é fotógrafo?"

Respondi: É.
Ela não entendeu nada. rsrs

O vício digital de clicar tudo que vê está criando conceitos bizarros!

O Rodrigo fica louco comigo quando eu faço isso, porque eu carrego a tralha toda pra nada, segundo ele. Ontem mesmo aconteceu isso, fomos passear na XV de Novembro aqui em Curitiba, o tempo estava bem feio, eu estava com fome, preguiça, preocupada  em conversar e cuidar da Alice, então já viu, a máquina não saiu da bolsa. Até pensei em fotografar uns senhores ali na Boca Maldita, mas acho que não estava no clima. Deve ser porque eu não gosto de frio nem de Curitiba (desculpa Sandro) e sempre prefira uma boa conversa a qualquer coisa. É por isso que quando vou fotografar prefiro me distanciar das pessoas.
« Última modificação: 21 de Junho de 2009, 12:03:35 por Kika Salem »


Xiru

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Resposta #40 Online: 21 de Junho de 2009, 22:58:16
O Rodrigo fica louco comigo quando eu faço isso, porque eu carrego a tralha toda pra nada, segundo ele. Ontem mesmo aconteceu isso, fomos passear na XV de Novembro aqui em Curitiba, o tempo estava bem feio, eu estava com fome, preguiça, preocupada  em conversar e cuidar da Alice, então já viu, a máquina não saiu da bolsa. Até pensei em fotografar uns senhores ali na Boca Maldita, mas acho que não estava no clima. Deve ser porque eu não gosto de frio nem de Curitiba (desculpa Sandro) e sempre prefira uma boa conversa a qualquer coisa. É por isso que quando vou fotografar prefiro me distanciar das pessoas.

Bah, tenho MUITO disso! De carregar a tralha e muitas vezes não clicar, e de em geral preferir me distancias um pouco das pessoas quando vou fotografar. Boa colocação esta, Kika!
Xirú Sander Scherer - Ivoti / RS


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Resposta #41 Online: 22 de Junho de 2009, 13:04:22
Passei por uma situação no sábado que me fez lembrar esse tópico  :hysterical:
A Escoa de Musica da UFRJ apresentou a cantata Carmina Burana com entrada franca. Foi um espetáculo lindo onde, teoricamente, teríamos que aproveitar cada pedacinho da encenação. Mas, como a entrada foi "digratis", reuniu todo o tipo de chóldra possível.
Alguém pediu que "tivessem o carinho" de nao tirar foto com flash pois atrapalhava a performance dos musicos e do coro. Enquanto ele falava, os flashes não paravam...ele pediu 1, 2, 3 vezes. Nada adiantou.
Fomos obrigados a conviver o espetáculo inteiro com gente burra e mal educada disparando flash na cara dos músicos. Pensei na hora: "maldita seja a tecnologia que possibilitou gente desse gabarito a vir estragar um concerto tão bonito". Milésimos de segundos depois uma senhora começa a comer biscoito atras de mim e aí eu voltei à razão de que o problema não é a tecnologia...são as pessoas. E, como disse Sartre, "o inferno são os outros".


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Resposta #42 Online: 23 de Junho de 2009, 17:46:45
Milésimos de segundos depois uma senhora começa a comer biscoito atras de mim e aí eu voltei à razão de que o problema não é a tecnologia...são as pessoas.

Ora aí está :)

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Resposta #43 Online: 24 de Junho de 2009, 09:55:50
É incrível como as coisas se invertem, no trânsito, nas bibliotecas, em qualquer lugar... errados são os que respeitam os outros.


Kika Salem

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Resposta #44 Online: 04 de Julho de 2009, 10:51:39
Tá aqui uma foto que ilustra bem o que a gente estava, está conversando.
« Última modificação: 04 de Julho de 2009, 10:54:10 por Kika Salem »