A gente acaba levando sempre a discussão pro grupo negro x branco, mas ee acaba sendo mais amplo, as piadas nem sempre são o mais duro, mas sim ações como as citadas pelo Bruno, de forma velada fica difícil combater.
O que tem melhorado e muito a condição das minorias (negros, gays, deficientes físicos) é o surgmento de classe média nesses segmentos, o aumento do nível sócio-e^conômico desses grupos (em especial negro ao qual faço parte) faz com que de certa forma ocorra uma forma de tratamenteo diferenciada.
E vendo isso me vem outra pergunta na cabeça, o nosso racismo seria realmente racial (ou ligado a minorias) ou sócio-econômico? Pq o problema é com o pobre, o moleque da favela é mal tratado, se o negro está bem vestido, anda de carro e tal (pelo menos em sampa) sofre menos preconceito que o menino branco de chinelos e camiseta rasgada (não digo que não exista tal racismo, ele existe sim, mas estou apontando pra outro problema)
E nesse ponto enxergo algo igualmente grave, no geral, o brasileiro dos grandes centros se preocupa muito mais com o que a pessoa tem do que com o que ela realmente é, afinal se é pobre tem algo errado e ai cai em outro grupo, ou é preto, ou é bicha, ou é drogado, ou é vagabundo ou qualquer outra alcunha, o filho do rico é apenas rico e apresenta problemas de família, tadinho (fala de sala dos professores)
O racismo não se resume aos negros pobres, não. Vai muito além disso. Piadas racistas, por exemplo. Que relação elas têm com classe? Só posso apontar uma: além de associarem os negros à bandidagem, vagabundagem, ignorância e outras coisas, assume de antemão que todos são pobres. Conheço alguns negros de classe média e garanto que o racismo não acaba. Ele só pode ser contido se, por algum motivo, o racista ficar com medo de tomar um processo devido à condição que os negros de classe média têr de arrumar um advogado. Ainda assim, trata-se de racismo contido, não extinto. Inclusive, já existem até expressões racistas para se referir aos negros que conseguem, após muito esforço, alcançar uma posição social mais elevada.
Outra coisa: diversos estudos apontam que existem apenas três forma de ascenção social para os negros brasileiros: se destacar nos esportes, na arte ou na educação. Os primeiros exemplos são fruto de vitórias individuais. No último caso, trata-se sempre de um grande esforço familiar, que concentra seus esforços e economias na educação de um dos filhos, por não ter condições de propiciá-la aos demais membros da família. E, infelizmente, esse filho que consegue estudar é aquele que será sempre o "único": o único negro na escola particular, o único negro do curso de inglês e o único negro na faculdade. A ascenção social pela via da promoção no emprego, estatisticamente, não ocorre com os negros. Por um motivo simples: RACISMO! Por mais que o negro se destaque no seu trabalho, a chance dele ser promovido à uma posição de maior destaque é baixíssima. O que ocorre, invariavelmente, é a promoção do seu colega branco.
O que ocorre, para finalizar, é o contrário: não é a baixa renda dos negros que determina o racismo, mas é o fruto do racismo que mantém a maioria negra nas classes baixas!