Caro Rostev.
Em parte você já antecipou minha justificativa: Saudosismo. Mas tem mais. O sentimento de domínio da coisa é uma outra explicação da minha preferência. Quanto mais manual melhor, e não adianta saber que você pode, numa eletrônica, deixar no modo manual (QUASE mecânico) pois sabemos que, além de não sê-lo completamente - as pilhas estão atuando - fica-se à mercê da alimentação. E se tiver os automatismos você acabará por usá-los, tirando um pouco do SEU mérito da foto. Quanto mais simples a câmera em funções automatizadas o processo artesanal se completa com a sua participação. E não importa que ela tenha um conjunto óptico perfeito, pois cada câmera tem sua personalidade. Casa-se ali, você com ela, numa parceria livre de processamentos, motores, pilhas, etc.
Outra coisa é que EU acho as eletrônicas feias demais. Eu fumo cachimbo mas não fumo qualquer um, tem que ter uma afinidade. Demoro umas duas horas pra comprar um novo. Com as câmeras é a mesma coisa. Não sinto tesão nenhum com uma F5, mesmo sabendo que é a melhor das melhores e já comprovei isso. Aliás, a F5 tem cara de digital, cara de descartável. E aí entro de novo no meu prazer, sou colecionador, não sou fotógrafo.
Veja bem, se numa prateleira eu me deparar com uma simples Contaflex e uma F4, 5 ou 6, somente a Contaflex será namorada. Coisa bem feita, metálica, feita pra mim, como um cachimbo clássico curvo.
Coisa de quem coleciona, sabe? Meu Jeep 76, rudimentar, coisa fina, mas fede, é duro e bonito... pra mim.
E até concordo contigo quando diz que "Fotograficamente não tem o que se faça em uma câmera, que não se faça com a outra (mecânica x eletrônica)". Mas quem disse que eu só quero o resultado final?