Autor Tópico: Robert Capa sob dúvida  (Lida 8796 vezes)

Mestaky

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Resposta #15 Online: 30 de Julho de 2009, 11:50:31
Ôpa, nem por mim!!! Só postei a notícia!  :assobi:

Claro, claro!!!

A gente traz sempre muita notícia para discutir os pontos de vista aqui, concordar ou discordar é a finalidade do fórum.

Abs.,
Marcelo.
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Kika Salem

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Resposta #16 Online: 30 de Julho de 2009, 14:44:46
Boa tarde Kika!

Não se preocupe comigo, a essência do fórum é a discussão, se fossemos todos uníssonos não haveria o porque de sua existência. Tenha certeza de que nunca vamos nos desentender por discordarmos.

Concordo com absolutamente tudo o que você disse, tanto que estou também partindo da relevância filosófica da imagem e o impacto que o fato ou o pensamento fotografado, vamos dizer assim, teve e tem sobre o mundo.

Kika, não quero dar mais importância às cisrcunstâncias da morte do Fotógrafo que ao conjunto de sua obra, mas também não podemos deixar de considerar que tal circunstância é fruto da diferença que há entre ele e quem "desmistifica" sua obra nos dias de hoje.

Sobre a foto, sinceramente não sei se tecnicamente é o momento exato do impacto do projétil contra o corpo, nem se é encenado ou não, mas tenho certeza que retrata o que o fotógrafo vivenciou centenas, talvez milhares de vezes durante a sua carreira e para mim isso é muito maior.

Abração,
Marcelo.

Legal Marcelo que nós podemos discordar e assim mesmo nos entender, embora aqui nem discordamos tanto, não é mesmo.

Vou falar de novo na Gerda, além de insistente, eu sou chata né... Nesse caso acho mais que válido o trabalho dos pesquisadores que resgataram a autoria da Gerda em fotos antes atribuídas ao Capa por questões comerciais.

Uma vez postei uma notícia sobre ela aqui e ninguém se interessou, vou postar de novo com a licença do Marcelo.



Mostra revela pioneira em fotografias de guerra

Denise Godoy (de Nova York)


Fotógrafa teve carreira ofuscada pelo sucesso do companheiro, Robert Capa

Nova York recebe a maior exposição de Gerda Taro já realizada; ela foi a primeira fotógrafa mulher a morrer em uma cobertura de guerra


A carreira da fotógrafa Gerda Taro, encerrada prematuramente em 1937, na batalha pela cidade de Brunete, durante a Guerra Civil Espanhola, sempre ficou à sombra da do seu companheiro Robert Capa. É uma imagem dele, The Falling Soldier (o soldado caindo), a lembrada quando se fala do conflito. Mas agora o nova-iorquino Centro Internacional de Fotografia (International Center of Photography, ICP) está fazendo justiça ao trabalho e ao talento de Gerda, uma das pioneiras na fotografia de guerra, com a maior exposição de fotos de sua autoria já realizada.
"O processo de localizar e identificar as obras da fotógrafa no nosso acervo, em agências e na coleção de Cornell Capa (irmão de Robert), durou aproximadamente dez anos. A mostra é o ápice dessa pesquisa", explica a curadora Kristen Lubben.
Gerda nasceu Gerta Pohorylle em Stuttgart, Alemanha, em 1910. Foi presa por colaborar com militantes antinazistas e, posta em liberdade condicional, fugiu em 1933 para Paris. Lá conheceu o húngaro Endre Friedmann, que pouco depois adotaria o nome Capa e se apresentaria como renomado fotógrafo norte-americano.
Pelo desafio profissional e por afinidade política com a Frente Popular, a dupla aceitou cobrir a guerra na Espanha para a revista francesa Vu. A exposição, que está em cartaz até 6 de janeiro no ICP, inclui originais de algumas dessas imagens. Em alguns casos, elas são creditadas a Capa porque, por estratégia comercial, por um período os dois vendiam seu trabalho sob essa alcunha.
As primeiras 32 imagens da exposição vão de 1936 até o início de 1937. Com a sua Rolleiflex, ela registrou bastidores do conflito e as vítimas. Destaques são a série que retrata as mulheres se preparando para o combate, aprendendo a atirar, a que mostra os refugiados e a dos órfãos. Depois, tendo trocado a máquina para uma Leica, foi para a frente de batalha.
A partir daí surgem as suas obras mais fortes. Datam de maio e junho de 1937 impressionantes retratos de militares no leito do hospital, cadáveres, soldados feridos em campo.

Pioneirismo
"Gerda desafia a idéia de um estilo feminino nessa arte - ela é politicamente comprometida, uma jovem fotógrafa que está tentando estabelecer uma carreira para si e obter imagens que poderiam ser vendidas para uma revista e ajudar a causa da República", define Lubben.
Gerda foi a primeira fotógrafa mulher a morrer em uma cobertura de guerra. O carro em que ela viajava saindo de Brunete foi atingido por um tanque de guerra em 26 de julho de 1937. Era o dia em que voltaria para Paris. Seu companheiro esperava convencê-la a reconsiderar a sua proposta de casamento, recusada pouco antes.
Enquanto as imagens de Gerda ocupam o principal espaço da galeria, a exibição de Capa está no subsolo. Ele já esteve sob os holofotes em ocasiões anteriores - seu irmão fundou o ICP. O destaque é exatamente The Falling Soldier, de setembro de 1936, que mostra um combatente no momento em que é atingido por um tiro.

Fonte: Folha de S. Paulo - Ilustrada - 06/11/2007
Mais informações: ICP (http://www.icp.org/site/c.dnJGKJNsFqG/b.2876511/k.1E74/Gerda_Taro.htm)
« Última modificação: 30 de Julho de 2009, 14:46:38 por Kika Salem »


Mestaky

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Resposta #17 Online: 30 de Julho de 2009, 17:34:49
Muito legal!

Gostaria de conhecer mais sobre seu trabalho.

As mulheres têm uma maneira natural, menos técnica e mais emocionante de retratar a vida à sua volta.

Imagino sob tais circunstâncias e com cenas de tal impacto o que ela provavelmente deve ter impresso em suas películas.

Pena a opção de comercializar as imagens sob a Chancela do Capa, o que escondeu seu nome durante tantos anos.

Mas vamos lá, gostaria de vê-la discorrer sobre a força filosófica contida nessas imagens versus a relevância da técnica utilizada para produzí-las.


Abs.,
Marcelo.
 
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Kika Salem

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Resposta #18 Online: 30 de Julho de 2009, 18:47:59
O Fernando Aznar publicou umas matérias sobre o assunto.
Vou postar aqui o link para vocês também terem acesso.
http://feaznar.multiply.com/journal/item/528/528?replies_read=3

Demorei para postar aqui porque tive que sair, e só agora vi o tópico do Marcelo.
Não entendi bem a questão da "força filosófica".
« Última modificação: 30 de Julho de 2009, 18:50:31 por Kika Salem »


Kika Salem

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Resposta #19 Online: 05 de Agosto de 2009, 21:03:39
Eu não esqueci desse tópico, pois a questão aqui colocada ficou inconclusa pra mim.

A confusão que fiz noutro tópico serviu para eu pensar o assunto sob dois prismas:

Primeiro: se essa a fotografia tem a força que tem porque foi tomada como um registro de guerra e não uma fotografia artística (seja lá que nome se dê, obra de arte, bens culturais, produção artística etc.), e neste segmento acho* que é consenso que ela não agrega valor artístico, a veracidade do fato é de fundamental importância ou não?

Segundo: se comprovarem que ela foi uma foto encenada ou mesmo se não comprovarem, só a hipótese já é válida, se não vai alterar o curso da história nem minimizar a importância do fotógrafo, pode alterar nossa maneira de pensar o representação da realidade no fotojornalismo.

Enfim, de caco em caco, a gente monta um mosaico.

*Diz minha mãe que "acho" não se escreve, contrariei-a escrevendo aqui.
« Última modificação: 05 de Agosto de 2009, 21:07:37 por Kika Salem »