Fotos de guerra sempre dão pano pra manga. Não me recordo agora quem cunhou a frase: "Numa guerra, a primeira coisa à morrer é a verdade". A fotografia em questão tornou-se uma peça da propaganda de guerra (II GGM) dos EUA, pois passava a impressão de um exército forte, vencedor, responsável por colocar no ponto mais alto os ideais da nação.
Percebo nitidamente este discurso da superioridade/vitória na fotografia em questão, porém tal discurso não provém apenas da habilidade, técnica ou artística, do fotógrafo em contar uma ótima história, mas do contexto. A conquista da ilha de Iwo Jima era indispensável aos EUA por dois motivos principais: I) Permitiria ataques aéreos mais eficientes ao litoral do japão (a base de Iwo Jima prevenia sobre os bombardeiros, e a defesa aérea japonesa tinha tempo de preparar-se. II) A tomada de um alvo tão próximo ao território inimigo aumenteria a "moral" das tropas, além de abrir as carteiras dos milionários que financiavam a guerra. Os números de Iwo Jima são impressionantes, mesmo para a II GGM, que ceifou a vida de quase 300.000 estadunidenses. Mais de 5.000 soldados dos EUA morreram ali, e quase 20.000 japoneses! A importância desse evento para o destino dos países do Eixo, e para o resultado da II GGM, é comparável à Batalha de Stalingrado. E a fotografia soube, muitíssimo bem, transportar a importância do evento/momento para a opinião pública, doméstica e mundial, o significante perfeito para a estratégia de guerra dos Aliados.