Autor Tópico: [ARTIGO] Polaroid: linguagem agonizante  (Lida 7849 vezes)

RFP

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Online: 16 de Agosto de 2009, 09:11:15
A respeito do post sobre o The Impossible Project, publicado no blog do 508: o projeto em questão é uma iniciativa para reviver os filmes fotográficos instantâneos, depois que a Polaroid abandonou a fabricação desse tipo de produto em 2008. Sempre que esse assunto é trazido à tona, fala-se na viabilidade econômica, na necessidade de adequar o produto à era digital e que o filme instantâneo morreu porque o que se consumia não eram as fotos, e sim a possibilidade de vê-las logo após a captura.

Isso tudo pode estar correto, mas para os fotógrafos, especialmente aqueles que utilizavam as Polaroids como uma forma de expressão, o que morreu foi toda uma linguagem fotográfica. A moldura branca texturizada, o formato quadrado (embora existam câmeras instantâneas que produzem fotos retangulares), cores características e, sobretudo, a tendência a uma atitude fotográfica mais descompromissada, quase como um precedente do movimento Lomo que surgiu há alguns anos.


gregory mc

A fotografia instantânea se diferencia de qualquer outra, seja analógica ou digital, por ser nada mais e nada menos do que um objeto. Não há negativos, não há arquivos digitais. Apenas uma foto pronta, sem intermediários, sem ajustes, sem correções, sem edição. Nem na fotografia digital temos esse caminho realizado de forma tão rápida e direta. A realização concreta da imagem torna as Polaroids testemunhas implacáveis da vontade do fotógrafo, ao mesmo tempo em que potencializa a imagem como possibilidade artística, ao trazê-la "viva" e emoldurada instantaneamente.


Ashley Sauers

Há também projetos relevantes que usam as fotografias instantâneaas, como o FOP@West, realizado por um grupo que oferece às crianças do oeste da China seus primeiros retratos: Polaroids.

Girl with her Polaroid - Ran Phang

Nem tudo, ainda está perdido. Além da iniciativa do The Impossible Project, há ainda a Fujifilm que, surpreendentemente, tem sido agressiva na manutenção de suas principais linhas de filme e incentivado a produção fotográfica analógica, como faz com o site Choose Film, por exemplo. Ainda é possível comprar filmes instantâneos no site americano ou inglês, além do próprio formato de fotografia instantânea da Fuji, o Instax.


on the cabinet in the hall - mamako7070

A fotografia, especialmente a fotografia como forma de expressão, antes de ser uma questão técnica ou econômica, é uma questão de linguagem. É claro que, como qualquer tipo de atividade de mercado, serão as questões técnicas e comerciais que ditarão o que é ou não possível fazer. Mas talvez seja interessante olhar para as mudanças em termos de potencialidades que são perdidas ou ganhas, sem uma visão maniqueísta de que a fotografia digital é uma panacéia ou que o filme que é fotografia de verdade. Quando vejo essas fotos fantásticas feitas com as câmeras instantâneas, penso que, se é difícil impedir que elas acabem, ao menos devemos entender o que está acabando junto com elas, para que as possibilidades, no que refere à linguagem, não sejam perdidas também.

Postado também no Câmara Obscura
« Última modificação: 16 de Agosto de 2009, 16:01:23 por Pictus »


Ivan de Almeida

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Resposta #1 Online: 16 de Agosto de 2009, 10:12:10
Sua alma construtivista exprime-se com clareza neste artigo, Rodrigo.
E minha alma construtivista ficou deliciada ao lê-lo.

Parabéns. Excelente artigo. Dos melhores. Já comentei no Obscura.
Ivan


RFP

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Resposta #2 Online: 16 de Agosto de 2009, 10:39:06
Ivan,

Muito obrigado pelos comentários, aqui e no Obscura. De fato, as Polaroids estão entre os melhores exemplos da relação entre o meio e o resultado. E quando se pensa: "quem precisa de Polaroids? Temos a fotografia digital!" não se percebe que é toda uma maneira de fazer fotografias que está indo embora. Não é uma maneira melhor ou pior, é apenas um conjunto de possibilidades, e a boa fotografia é feita de escolhas conscientes, não de opções cegas. Sendo assim, é preciso olhar, sem saudosismo, sem romantismo, apenas entendendo o que desse modo de fazer também está se perdendo e como podemos preservar algo dele — se houver esse interesse.


Leo Terra

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Resposta #3 Online: 16 de Agosto de 2009, 11:04:45
Interessante rodrigo. Neste ponto remeto a um questionamento que trago inclusive da minha experiência na área de gestão.

O que se perde com uma inovação?

Na verdade a substituição tecnológica provoca perdas caso alguma necessidade atendida seja prejudicada ou até deixe de ser atendida em relação à tecnologia anterior.
Pode-se dizer então, que o que importa não é se uma película ou um sensor farão o trabalho, o que importa são as possibilidades que cada um trás. Quando um consegue abranger tantas possibilidades quanto o outro este se torna um substituto perfeito e a relação pode se dar entre um e outro sem dominâncias, quando estas possibilidades ainda superam as anteriores (como ocorreu com o digital em relação ao filme) o universo de possibilidades é ampliado e a nova tecnologia se mantém substituta perfeita da enterior, enquanto a anterior não é capaz de substituir a atual.
No caso da fotografia de filme observa-se que em termos de necessidade a substituição ocorreu de forma integral, faz-se hoje com uma digital exatamente o mesmo que se fazia com o filme, com pelo menos as mesmas possibilidades, quando não bem mais possibilidades, como na maioria dos casos. Não há uma necessidade (no conceito real da palavra), que a fotografia digital não cumpra e o filme cumpra (o contrário já não é verdadeiro).
Esta nova gama de possibilidade leva à diferenças na educação dos fotógrafos, que obviamente vão diferir diante de um cenário com mais possibilidades, como o digital, e com menos possibilidades como o filme. Quando isso ocorre a substituição é questão de tempo, porque quem foi educado diante de um universo maior de possibilidade não consegue retroagir sem se sentir limitado, enquanto quem foi educado em um universo com menos possibilidades cedo ou tarde tende a tocar o universo com maiores possibilidades e expandir seus horizontes.
Pensar através de posições, tecnologias ou produtos (e não de necessidades) leva ao que chamamos de miopia estratégica, pois apenas uns poucos consumidores saudosistas farão escolhas através do medo do novo e de ter que enfrentar a maior amplitude por ele oferecida. A maioria esmagadora das pessoas fazem escolhas pensando em suas necessidades e objetivos e estas não se preocupam com o tipo de tecnologia, se preocupam apenas com as possibilidades.

Agora chegamos à questão da fotografia instantânea. Volto à mesma afirmação anterior, o que temos ai não é uma questão se a foto está sendo feita sobre o papel ou sobre um sensor, o que importa neste caso é a possibilidade de se fazer fotografias instantâneas, de ter o resultado pronto e crú na mão poucos segundos após a execução da foto. As possibilidades de linguagem, da muldura, são todas factíveis dentro de um universo digital, o grande questionamento entre a fotografia instantânea e a fotografia digital é relativo aos fabricantes não ofereceram a própria fotografia como possibilidade em uma câmera digital. Quando uma necessidade é podada, como na relação entre a Polaroid e o digital, isso tende a trazer uma real incapacidade de substituição, porque há aqueles que ainda buscam o instantâneo, assim certos tipos de clientes (ou adeptos) se sentirão orfãos dentro desta necessidade, uma vez que não existe substituição perfeita (parece claro para mim que ver a foto no LCD não é o mesmo que ter a foto na mão para vislumbrar o resultado final, comercializar, ou até mesmo presentear alguém).

Neste sentido a própria Polaroid percebeu esta questão ao observar que o problema de seu negócio não era o digital em si (como ela imaginava) eram as limitações das possibilidades, dentro de um mundo de possibilidades. Seu negócio, a fotografia instantânea, deveria se adequar à esta nova realidade, abrindo um novo leque de possibilidades sobre o que já existia, porque os clientes da polaroid não estavam pensando em uma câmera com sensor, eles queriam saber de fotos instantâneas com um novo universo de possibilidades, coisa que poderia ser originada por qualquer tecnologia que fosse, desde que fossem trazidos este novo universo de possibilidades, sem se perder a essência que estes consumidores buscam. Quando a Polaroid abandonou o instantâneo para se esforçar no digital ela se esqueceu da principal necessidade que atendia, aquela que havia construído sua marca e seu nome. Em decorrência disso ela sofreu com fortes perdas, por não ter compreendido a necessidade que a tornava diferente, por ter acreditado que o produto era a questão e não as possibilidades deste produto.
Agora em 2009 parece que ela acordou para esta questão e está trazendo uma instantânea digital, que carrega as possibilidades do digital, associadas às possibilidades do instantâneo. A Polaroid PoGo é uma tentativa da marca de voltar a atender seu público diante do novo universo de possibilidades do digital.

 
 
Até que ponto esta câmera vai trazer de volta o espírito do instantâneo ainda é cedo para dizer, mas observa-se que as poucas marcas que trabalhavam com instantâneo demoraram a perceber que seu negócio era oferecer a foto pronta na hora (independentemente da tecnologia usada), o que de fato complicou bastante a vida daqueles que tinham como necessidade de uma foto pronta de forma imediata.

« Última modificação: 16 de Agosto de 2009, 11:23:03 por Leo Terra »
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Resposta #4 Online: 16 de Agosto de 2009, 11:06:00
Rodrigo você postou enquanto eu escrevia, acredito que minha resposta até parece que tenha sido feita posteriormente, posi trato exatamente disso rs.
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Resposta #5 Online: 17 de Agosto de 2009, 07:43:19
Existe uma boa substituta para imprimir fotografias na hora:

http://www.fnac.com.br/impressora-fotografica-canon-cp-760-FNAC,,informatica-516298-8469.html

E a qualidade dela é muito superior às Polaroids, além da versatilidade. Tá, são maiores que a câmera em si, mas é uma solução.
« Última modificação: 17 de Agosto de 2009, 07:45:35 por GuiCastro »


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Resposta #6 Online: 17 de Agosto de 2009, 08:57:36
Gui neste caso se perde o atrativo da portabilidade e da facilidade de uso (atributos essencias nas antigas instantâneas), as antigas instantâneas podiam ser carregadas sem nenhum trambolho adicional e bastava o clique para ter a foto nas mãos. O digital gerou uma necessidade ainda maior de portabilidade e imediatismo, acredito que o caminho para as isntantâneas não passe, então, por carregar uma impressora e uma digital, acredito que passe mesmo pelo caminho que a polaroid achou com a PoGo.
« Última modificação: 17 de Agosto de 2009, 08:59:09 por Leo Terra »
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Resposta #7 Online: 18 de Agosto de 2009, 22:59:28
Achei ótimo o texto do meu chará. Sem dúvidas, ao menos ainda, não tem nada que faça o que uma Polaroid fazia, era quase mágico. A linguagem a forma de fotografar era totalmente outra. Aqui no Brasil acho que nem era tão descompromissada assim, pois o filme era um absurdo de caro e eu pensava quinhentas vezes antes de apertar o botão.  :ponder:

Não sei se essa câmera nova da Polaroid vai ter o mesmo apelo. O tamanho da foto que ela imprime não é pequeno?

[ ]s

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Resposta #8 Online: 19 de Agosto de 2009, 00:00:21
Formel praticamente o tamanho das fotos das antigas polaroids.
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GuiCastro

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Resposta #9 Online: 20 de Agosto de 2009, 10:03:53
Bom, pode seeeer  que por eu não ter usado as polaroids (pois eu era muito novo quando elas estavam "bombando", sou de 1990), que talvez eu não veja necessidade nelas...


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Resposta #10 Online: 20 de Agosto de 2009, 13:04:12
Bom, pode seeeer  que por eu não ter usado as polaroids (pois eu era muito novo quando elas estavam "bombando", sou de 1990), que talvez eu não veja necessidade nelas...

Não sei se o caso é necessidade. Mas acho realmente interessante a foto sair ali, na hora, sem pós-processamento. Por essa razão, de não ter muitas variáveis depois que a foto é batida que eu acho a Polaroid interessante.
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GuiCastro

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Resposta #11 Online: 21 de Agosto de 2009, 06:22:19
Não sei se o caso é necessidade. Mas acho realmente interessante a foto sair ali, na hora, sem pós-processamento. Por essa razão, de não ter muitas variáveis depois que a foto é batida que eu acho a Polaroid interessante.

Olha, minha intenção não é causar polêmica, mas realmente eu não vejo necessidade nisso, que não seja entregar a primeira foto de crianças pobres... acontece que se eu quisesse uma foto sem um pós-processamento, eu fotografo, passo pro computador e imprimo, sem photoshop algum!

uma foto descompomissada também não precisa imprimir na hora, se for algum trabalho profissional, existe motivo de sobra ter uma foto impressa com mais qualidade numa pequena impressora que dá pra carregar na mochila ou deixar no carro, muito bem!
« Última modificação: 21 de Agosto de 2009, 06:25:10 por GuiCastro »


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Resposta #12 Online: 21 de Agosto de 2009, 10:27:23
Olha, minha intenção não é causar polêmica, mas realmente eu não vejo necessidade nisso, que não seja entregar a primeira foto de crianças pobres... acontece que se eu quisesse uma foto sem um pós-processamento, eu fotografo, passo pro computador e imprimo, sem photoshop algum!

uma foto descompomissada também não precisa imprimir na hora, se for algum trabalho profissional, existe motivo de sobra ter uma foto impressa com mais qualidade numa pequena impressora que dá pra carregar na mochila ou deixar no carro, muito bem!

Gui a questão ai não é o pós-processamento, é o imediatismo, o que é muito diferente. É o fato de ter a foto pronta, impressa, na hora, na mão.
Esta é uma necessidade de vários fotógrafos, e tem seu espaço, tanto que as instantâneas Polaroid sobreviveram por um bom tempo e a necessidade permanece gerando desconforto a vários usuários que perderam espaço nesta fotografia. Ter a fotografia impressa na hora pode ser muito divertido em um grupo de amigos, pode servir para presentear as pessoas e coisas do tipo. Apresenta contribuições interessantes, que muitos julgavam que o digital atenderia por completo (de fato o LCD gera muito deste benefício), mas não foi de fato atendido por inteiro pelo digital, pois a beleza de compartilhar o momento foi atendida, mas o meio físico que lhe permitiria agradar alguém com uma foto que tenha gostado, já no momento, não o foi.
Por sorte não temos todos o mesmo gosto e não vemos as mesmas necessidades com o mesmo peso ;) O que pode não ser algo importante para você pode ser importante e até mesmo essencial para outros. Para mim, por exemplo, o LCD da câmera não serve para praticamente nada, deixo ele desligado a maior parte do tempo e fotografo pelo view (esse sim fundamental). Para a grande maioria é o inverso. Perspectivas diferentes, mas em sua essência corretas dentro do que o usuário espera de seu equipamento.
Leo Terra

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miguelmdias

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Resposta #13 Online: 14 de Outubro de 2009, 10:47:23
Excelente artigo, Rodrigo.

Gostaria de, humildemente, acrescentar algumas coisas ao debate.

1) A perfeita substituição do filme pelo processo digital sempre foi uma questão de tempo... mas ainda temos a questão da granulação em filmes puxados e a incapacidade de fazer longas exposições no sensor digital... tenho um pinhole de 0,1mm e já fiz fotos com minha EOS-3 com 8horas de abertura. Meus sensores digitais nunca me deixaram passar de alguns minutos.

2) Há alternativas para o instântaneo, como bem disse o Guilherme, porém deixam de ser alternativas se o resultado não for... "instantâneo" :-). Se for para fazer fotos no estilo polaroid, o photoshop se encarrega facilmente... o grande lance não é esse, como bem disse o Leo. Além de ter uma característica diferente de acabamento, de cores, de resultado final, a foto ficar pronta na hora, na sua mão, e ser entregue, é uma possibilidade toda diferente. E o grande lance, pelo menos para mim, é exatamente não ter pós-produção... ok, eu posso fotografar e imprimir em seguida... mas são coisas diferentes, só isso. E talvez esta outra possibilidade esteja sendo perdida em pouco tempo.

3) Não se pode desprezar o potencial artístico/criativo de qualquer mídia, por mais que outra venha a substituí-la. A fotografia digital *ainda* não subsitui, por exemplo, as possibilidades do grande formato. E se (quando) vier a subsituir, ainda poderemos encontrar uso criativo nos suportes usados atualmente.

4) Fora tudo isso, ter uma polaroid é divertido à beça. :-)

Um grande abraço

Miguel