Toda vez que se fala de cãmeras é preciso distinguir entre cãmeras para uso geral e câmeras para uso específico.
Se o camarada tem um uso específico, a solução dele é específica, é claro, o que não significa que a câmera de uso geral seja ruim, só que não serve para ele.
Esportes precisam de câmera rápida e sem ruído, pois a prioridade será a velocidade. Isso não significa que as pessoas precisam de câmeras assim, e não se justifica comprar uma assim se fotografmos esportes duas vezes na vida, mas justifica se o fazemos toda semana.
Casamentos precisam de ISOs médio-altos de boa qualidade, bom autofoco, bom uso com flash, boa fotometria automática. O que não significa que todos precisem disso.
A câmera boa para alguém é aquela que atenda ao seu uso principal. No meu caso, as fotos são feitas uma a uma, nunca em modo burst, são focalizadas uma a uma, então se a câmera não tiver nada disso, não faz diferença alguma. Isso também não significa que esse meu critério seja universal, mas é o meu e serve para alicerçar decisões sobre câmeras.
Também é falso comparar compactas com DSLRs. São instrumentos diferentes para fazer coisas diferentes. Tenho uma de cada, e não tento fazer com uma o trabalho da outra. Para certos usos, a compacta é melhor. Quais usos? Usos nos quais eu queria DOF fundo, eu queira qualidade em grande-angular (nas GAs o DOF já não é relevante, mesmo), nas quais eu queira portabilidade, etc. Há algum tempo mandei para alguns amigos um lote de três fotos em 20X30 e uma delas foi feita na Lumix LX1. Vários me disseram que "se eu não dissesse que foi feita com uma compacta não perceberiam". Perceberiam o quê? Não há o que perceber ou não, a foto era completamente suficiente, não se olha uma foto pensando no equipamento que a fez e sim nos valores formais/descritivos da foto, a menos que a foto apresente um problema de qualidade. E esse problema de qualidade inexiste para fotos feitas em RAW com câmeras com boa lente e bem convertidas.
Então, dentro de certo espectro de uso, as compactas têm o seu lugar, e nesse espectro elas podem desempenhar muito parecido com uma câmera mais cara, o que não significa substituirem a câmera mais cara. Mas, sobretudo, elas podem estar presentes em lugares e momentos em que a outra não está, e nesse sentido serão melhores, porque a melhor câmera é aquela que pode de fato ser usada, e não a que está no armário.
Pensar sobre câmeras de forma sensata é pensar sobre situações de uso. Uma câmera é boa para nós quando atende às situações de uso concretas.