Eu passei por uma situação semelhante. Sempre gostei de fotografia, sempre tive uma Pentax K1000 pendurada no pescoço. Por vezes, algumas pessoas até pensavam que eu era fotógrafo.
Um belo dia, um casal de noivos (que não eram necessariamente amigos íntimos, mas nós nos conhecíamos fazia bastante tempo) vieram me perguntar se eu faria as fotos do casamento deles. A proposta era a mesma, ou seja, não iriam contratar fotógrafo profissional porque não teriam grana, então, pensavam em algo mais simples para não passar em branco.
Cobrar bem baratinho ou fazer de graça? Nem uma coisa, nem outra. Achei que aquilo seria uma responsabilidade gigantesca. Além do que eu poderia suportar caso desse errado, ainda que fosse de graça. Eu tinha em mente que casamento é um evento muito importante na vida de um casal. Talvez se eu pudesse ajudar de outra maneira, o resultado a longo prazo fosse melhor. Eu tentei esse caminho e acho que fui feliz.
Fui procurar um fotógrafo profissional e grande amigo. Expliquei-lhe a situação, principalmente, a questão da grana. Ele acabou topando fazer o serviço. Depois de pronto foi mostrar o trabalho aos, agora, recém casados e eles ficaram encantados com o que viram. Esse fotógrafo disse: "O Braga é meu amigo. Ele está me pedindo isso. Tomem o trabalho e me paguem quando puderem". Os noivos se esforçaram bastante e pagaram em bem menos de um ano.
Hoje tenho nesse casal grandes amigos. E do Marcos, o fotógrafo, de vez em quando recebo um agradecimento (sem necessidade, é claro!) porque de lá pra cá a família toda daquele casal o contrata para serviços de foto e filmagem.
Quero dizer que não estou sugerindo que se faça isso, mas sim, dar ênfase à importância de se assumir uma responsabilidade, remunerada ou não, do porte de um casamento.