Autor Tópico: Leica ainda no Quatro Terços (via Micro)  (Lida 5523 vezes)

leandrod

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Online: 07 de Setembro de 2009, 10:00:51
Aparentemente a Leica lançará depois de amanhã duas lentes, nenhuma Micro Quatro Terços — uma pseudo–APS‐C não‐intercambiável, e uma M 24×36mm.  Me surpreende, visto que ela poderia ter uma Micro Quatro Terços em vez duma mera concorrente da Sigma DP‐2; e acho bastante difícil que as microlentes possam compensar o ângulo de incidência das lentes M nas extremidades do círculo de imagem do quadro de 24×36mm — claro que é mera impressão minha, embora forte, e que um grande aumento de resolução poderia compensar a necessidade de correção digital de aberração cromática e vinhetagem dos cantos.

Entretanto, a parceria com a Panasonic e a participação no consórcio Quatro Terços continua, visto que a lente macro Micro Quatro Terços anunciada pela Panasonic leva a marca Leica — o que indica, por um lado, que é possível fazer lentes de alta qualidade para o Micro Quatro Terços, possivelmente evitando correções digitais (a Panasonic havia indicado ser essa a razão de não haver lentes Leica no lançamento das Panasonic Lumix DMC‐G1 e GH1); e, por outro, que a Leica mantém suas opções abertas, o que é bom em si mas arrisca fragmentar muito o foco duma empresa tão pequena.  Quem sabe ainda vemos uma versão Leica de novas câmeras Quatro Terços, Micro ou não.

Outra coisa que me fez pensar é se não é mais fácil fazer macro telecêntrica — esse é um ponto forte (ou menos fraco) das câmeras compactas.
Olympus E-510; E-PL1; OM-1n; Pen EE.S-2 30 mm 1:2,8; 35 SPn 42 mm 1:1,7; Trip 35 4 cm 1:2,8
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Leandro Federsoni

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Resposta #1 Online: 07 de Setembro de 2009, 10:09:49
Nao entendi tambem porque nao usar nessa compacta um sensor 4/3 uma vez que eles ja estao no 4/3 e a diferenca pro tamanho do sensor nem eh tao grande assim.


Leo Terra

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Resposta #2 Online: 07 de Setembro de 2009, 10:25:05
Nao entendi tambem porque nao usar nessa compacta um sensor 4/3 uma vez que eles ja estao no 4/3 e a diferenca pro tamanho do sensor nem eh tao grande assim.
Leandro acredito que seja por compromisso estético. O formato 3:2 tem um compromisso estético mais amplo, apesar de eu gostar do 4:3 para retratos fechados ele não gera composições hamoniosas para a maioria dos formatos. Além disso ainda existe o problema do viewfinder, que acaba bastante pequeno e assim por diante. Em termos de vantagens o 4:3 possui a melhor associação com as compactas, mas possui também boas desvantagens em vários outros aspectos.

acho bastante difícil que as microlentes possam compensar o ângulo de incidência das lentes M nas extremidades do círculo de imagem do quadro de 24×36mm — claro que é mera impressão minha, embora forte, e que um grande aumento de resolução poderia compensar a necessidade de correção digital de aberração cromática e vinhetagem dos cantos.

Voltamos à mesma discussão, o problema ai é volume de investimento em ótica, não possui relação com tamanho ou forma do sensor. Ai te pergunto, se todo mundo consegue resultados óticos até melhores que o 4:3 em vários casos porque a Leica não conseguiria? Eu acredito que a partida para o APS possa significar benefícios estéticos para o formato da Leica, sem contar que com o APS ela pode oferecer o formato 4:3 com a mesma relação, já com o 4:3 ela não consegue oferecer o formato APS com a mesma relação.
« Última modificação: 07 de Setembro de 2009, 10:27:34 por Leo Terra »
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leandrod

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Resposta #3 Online: 07 de Setembro de 2009, 10:49:18
Leandro acredito que seja por compromisso estético. O formato 3:2 tem um compromisso estético mais amplo

Isso é subjetividade e conformismo.  Hasselblad faz 1:1 e ninguém reclama.


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Ai te pergunto, se todo mundo consegue resultados óticos até melhores que o 4:3 em vários casos porque a Leica não conseguiria?

Não em câmeras tão compactas quanto a Leica X1 parece ser.


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Eu acredito que a partida para o APS possa significar benefícios estéticos para o formato da Leica, sem contar que com o APS ela pode oferecer o formato 4:3 com a mesma relação, já com o 4:3 ela não consegue oferecer o formato APS com a mesma relação.

Além de não entender o que exatamente quiseste dizer, a Panasonic provou que o Quatro Terços é versátil com as Micro Quatro Terços multiformatos, que pareces não ter entendido.
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Leandro Federsoni

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Resposta #4 Online: 07 de Setembro de 2009, 11:03:54
Seria uma compacta interessante, mas acho que deveriam ao menos entregar uma lente com range igual ao da LX3....a lente da LX3 reune quase tudo que eu preciso em materia de angulo de visao.

Nao eh possivel que ninguem vai fazer um dia uma LX3 com sensor um pouco maior para um DOF curto e com um bom modo de video.


leandrod

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Resposta #5 Online: 07 de Setembro de 2009, 11:19:29
Nao eh possivel que ninguem vai fazer um dia uma LX3 com sensor um pouco maior para um DOF curto e com um bom modo de video.

Um dia, sim… quando as microlentes melhorarem muito, ou os sensores tolerarem melhor os ângulos de incidência.
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Resposta #6 Online: 07 de Setembro de 2009, 11:34:03
A Hassel faz 1:1 mas os fotógrafos não publicam neste formato, costumam cortar e usar inclusive máscaras na câmera, não se esqueça deste detalhe.

Leandro antes de discutirmos qualquer coisa no sentido do ângulo de campo é necessário você entender que a lei do quadrado inverso segue uma relação fixa, que não varia de acordo com o formato, lugar do universo ou fabricante que faz a lente. É esta lei que faz com que a lente produza vinhetas em digitais ou no filme (isso mesmo filmes possuem vinhetas). O ângulo de ataque da luz (cuja sensibilidade era a única diferença do filme para o digital) já não representa mais nenhum problema, desde que as microlentes foram reprojetadas para compensar e redirecionar a luz dos cantos a uns 6 anos atrás.  Tanto para o 4:3 como para o APS os problemas vividos para produzir um determinado ângulo de visão serão exatamente os mesmos. O que gera vinheta em uma lente (distância percorrida) vai gerar exatamente a mesma proporção em uma compacta ou em uma médio formato, assim as vinhetas terão o mesmo tipo de problemas. Sem contar uma outra questão sobre seu comentário, aumento de resolução evidencia problemas óticos e não o contrário. Quanto à sua colocação sobre as microlentes melhorarem muito é totalmente descabida e demontra total desconhecimento sobre ótica e as tecnologias atuais. Não é necessária nenhuma melhoria absurda neste sentido, o problema que havia no começo do digital foi resolvido de forma extremamente simples e eficiente com uma tecnologia que já existe a um bom tempo, a boa, velha e simples modelagem aesférica das microlentes.

Eu também entendi muito bem o multiformato do 4:3. Na verdade bem o suficiente para perceber que ele não consegue reproduzir o formato APS :eek:. O máximo que ele consegue é a proporção 3:2, mas bem menor e assim com um significativo impacto sobre a linguagem.
Para mim isso parece muito simples (normalmente é assim para quem domina bem o assunto), mas vou tentar simplificar ao máximo e ser o mais didático possível.
135: 36 x 24 mm
APS: 23.6 x 15.8 mm
4:3: 18.00 x 13.50 mm

Fiz até uma ilustração para facilitar quem tem dificuldade de abstrair a partir de números.




Como você pode ver na ilustração o formato 4:3 cabe perfeitamente dentro do APS, já o APS não cabe dentro do 4:3. Então você pode gerar exatamente o formato 4:3 a partir de um sensor APS, porém o contrário já não é verdade. Ou seja, a Panasonic não provou nada, ela apenas fez cortes dentro de um sensor um pouco maior, produzindo efeitos similares aos adotados por muitas câmeras, inclusive compactas. Ela não ofereceu um formato maior como opção, assim como ninguém que faz este tipo de corte oferece.

« Última modificação: 07 de Setembro de 2009, 11:38:38 por Leo Terra »
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Resposta #7 Online: 07 de Setembro de 2009, 11:48:26
Mais uma ilustração para ajudar a não propagar mais informações equivocadas sobre benefícios que não existem.
Veja os dois cones de luz abaixo, capazes de produzir o mesmo ângulo de visão em um formato menor e em um formato maior.



Por semelhança de triângulo (conceito aprendido no ensino fundamental por aqui) você percebe que as proporções entre os lados do triângulo e a altura serão exatamente as mesmas. Como a lei do quadrado inverso trabalha com proporções, então mantendo-se a proporção entre os lados será mantida também a proporção entre a luz que chega no centro e a luz que chega na borda, então não há benefícios de formatos em termos de vinheta. CQD.
Como você pode perceber a incidência de borda extrema também não muda, o ângulo de campo com o qual a luz vai incidir sobre a lente é praticamente constante e é derivado de uma relação entre distância do último nó ótico e tamanho da mídia. Então não há benefícios de formato neste sentido, pois os formatos usam uma relação entre afastamento deste nó e tamanho da mídia praticamente constante. Neste caso não há vantagem ótica para nenhum formato, o que há é uma vantagem de porte, porque você pode manter a mesma qualidade com uma distância menor entre o último nó e o sensor (o que confirma minhas afirmações anteriores). Os problemas sanados pelas microlentes aesféricas foram os mesmos para todos os formatos, pois a idéia delas era fazer com que toda luz que chegasse a ela fosse direcionada por um pequeno túnel até o sensor (nada tão difícil de fazer) reduzindo as perdas. Na verdade o 4:3 é até mais difícil de lidar neste sentido porque pixels menores exigem maior tecnologia para modelar as microlentes.
Uma outra vantagem que existe para o 4:3 é que você aproveitará mais do cone de luz pelo formato mais próximo de um quadrado, mas o que você adiciona deste lado, que está aumentando na proporção, sofrerá mais impactos de problemas óticos do que o formato mais retangular, ou seja o que ocorre é exatamente o inverso do que você afirma, as 4:3 tem um mais problemas óticos na borda superior e inferior do que um formato mais retangular.

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