Bucephalus eu não vejo problema algum de se chamr formalmente de APS, porque não é informal, a designação é FORMAL.
Leandro só par constar (caso não saiba) variáveis do tipo NOMINAL não possuem precisão (se você faz pesquisa e le literalmente, meu deus, não queria estar na sua pele em uma banca), são variáveis com características dependentes da hermenêutica, ou seja, de como se interpreta o que é escrito. A língua falada, tanto formal como informal, não tem definições claras, até a linguagem matemática está em contante transformação e é a linguagem mais precisa e clara que existe. Se você entrar em um dicionário e procurar sentido para as palavras, encontrará bem mais do que 1 sentido para a grande maioria delas. A forma com a qual se coloca estas palavras é que dá sentido a elas. Por isso um elemento básico da hemenêutica é que qualquer palavra deve ser interpretada dentro do contexto no qual foi inserida, pois uma palavra só assume sentido quando dentro deste contexto.
Desta forma falar de APS discutindo uma câmera digital já
exclui automáticamente o formato 25.1 × 16.7 mm, assim como falar de Full frame no digital já exclui a percepção que se tinha desta terminologia no meio dos filmes, principalmente o médio formato. Quando se fala em APS-C em digital se associa o termo (mesmo formalmente, porque ele é utilizado em comunicações formais), principalmente ao crop de 1.5x e ao de 1.6x. Ou seja, para qualquer um que tenha o mínimo de noção hermenêutica (traduzindo, saiba interpretar textos) a pergunta aqui seria apenas se o crop é de 1.5X ou de 1.6X e não uma discussão sobre um uso da terminologia que não só não cabe no contexto, como está sendo aplicado de forma completamente errada sob a perspectiva da teoria linguística (ao passo que assume uma terminologia como única e literal).
Isso também vale para o APS-H nele o H vem de alta definição. Novamente voltamos a uma questão hermenêutica, no tempo dos filmes o sistema de fotografia avançada de alta definição era comercializado em um formato, hoje é comercializado em outro. Hoje só faz sentido falar em APS-H no crop de 1.3x em 3:2, porque é onde o termo é usado. Esta sua discussão só tem algum valor em termos históricos, mas sentido hermenêutico, ou para discutir a correção do uso da palavra, não tem sentido algum. A língua é viva, cria-se distorções e modificam-se sentidos o tempo todo e as palavras não assumem precisão, elas ganham novos sentidos constantemente. Pensar isso é desconhecer completamente até mesmo a história das palavras e principalmente a questão interpretativa associada à própria vida da língua.
Precisamos de tempos em tempos relembrar a história (fazemos isso constantemente ao buscar a origem das palavras), mas em língua não se faz do passado a verdade, muito pelo contrário, uma terminologia só tem sentido no presente e no sentido geral assumido no presente e nada além disso. Então quando se fala em APS-H, hoje só faz sentido o crop de 1.3X, porque é um termo que não é usado para designar outro formato a muito tempo e a maioria não o reconhece mais desta forma (na verdade a maioria sequer associa mais o termo APS-H aos 30.2 × 16.7 mm). Esta discussão, então, só teria tido valor a uns 10 anos atrás, antes que a propagação ocorrece, porque hoje o novo sentido já está estabelecido e ele é geral, ou seja, hoje, em termos interpretativos, se você estiver no contexto digital é incorreto usar o termo pensando exatamente no formato que você pensou. Portanto hoje, quando se trata do contexto digital, o correto é atribuir o termo APS-C aos formatos 1.7x, 1.5x e 1.6x em 3:2, principalmente os últimos.
Para os mais antigos esta transformação da língua parece um grande desafio, mas para o bom comunicador acompanhar esta transformação é fundamental.
Tem a obra de um grande filósofo alemão, "sobre verdade e mentira" do Nietzsche", que trata bem desta questão da transformação das palavras e de como elas se estabelecem como verdades em seu tempo. Nesta perspectiva uma palavra só assume o sentido dentro do seu contexto, não só o contexto escrito, mas histórico e cultural. Assim, adotar um termo com o sentido em desuso não estimula os sentidos da forma que deveria. Portanto esta perspectiva é ainda mais radical, porque sob ela adotar o termo APS hoje só faz sentido lingüistico no sentido que o Bucephalus falou. O sentido que você apresentou teria que ser muito bem contextualizado hoje, exatamente para não gerar equívocos. Isso se deve ao fato de as próprias palavras só terem um determinado sentido como verdade em seu tempo, pois estas verdades são subjetividades momentâneas, que assumem sentido psicológico devido a nossa formação e como comunicadores devemos buscar utilizar o sentido que atinja nosso receptor (princípio básico da boa comunicação, usar canal e meio adequado) diretamente, ou seja, temos que buscar a maioria e não uma pessoa perdida, que ainda se utiliza de sentidos ultrapassados para suas terminologias.